Facina 30/05/2024
Um Livro Vivo
Estou sem palavras com o "Perseguindo Adeline".
Por conta do final do primeiro livro, fiquei com uma vontade incrível de ler a continuação da história. Sinceramente, o livro não é para qualquer um. Se "Assombrando Adeline" já tinha um grande potencial de ativar gatilhos em certas pessoas, o segundo livro é bem intenso e perigoso para alguns leitores.
Desde o início da história, podemos sentir a aflição não só de Adeline e de Zade, mas também de todos que estão ao redor deles dois como a Serena, o Jay... e eu achei isso incrível! O livro não só abordou o desespero dos protagonistas, como também o desespero de todos os entes queridos. Porém, a autora fez algo incrível que percebi em toda a história. Ela enfatizou muito mais os sentimentos de Zade desta vez. Ele virou um demônio a partir do momento em que sua amada foi capturada e isso foi maravilhoso! E, ao mesmo tempo que ele era um demônio furioso em busca de vingança, era um ser frágil, principalmente com a Adeline. Vi muito isso em: "🤬 #$%!& . Realmente preciso de um hospital. Mas preciso muito mais de Addie." e "Vou queimar a 🤬 #$%!& do mundo inteiro até encontrá-la, e não me importo com quem se ferir." Um verdadeiro doido apaixonado.
Sobre a Adeline, tenho que dizer que foi uma grande surpresa. Eu gostei do primeiro livro, mas não tinha me simpatizado muito com ela. Não me entenda mal, só não gostava muito do seu "morde e assopra" para com os sentimentos do Zade. Mas ela calou a minha boca no segundo livro. Addie se mostrou uma mulher incrivelmente forte durante a pior fase de toda sua vida. E, sinceramente, foi lindo ler tudo isso. Novamente, não me entenda mal, eu digo que foi linda a sua força, e não o que de fato aconteceu com ela. A força de Addie é claramente baseada em Zade, PORÉM, com o tempo, ela mesma se mostra forte por ser quem é. Adeline é forte por natureza, mesmo que ela, e até mesmo nós leitores duvidemos disso. Uma passagem ilustra muito bem isso: "Os homens nesta casa procuram fraquezas. Eu nunca quero ser a sua."
Um momento que eu chorei, e muito, foi na cena onde Addie e Zade foram tomar sorvete. Uma conversa sobre a felicidade nos foi apresentada e, sinceramente, é algo que me fez parar para pensar. A conversa foi um resumo de tudo o que eles viveram até aquele momento e o que eles viveriam ainda. Não consegui conter as lágrimas porque tudo o que foi dito foi tão verdadeiro e real que, por um momento, esqueci que estava lendo um livro. Senti como se eu estivesse sentado com eles naquela sorveteria. Addie e Zade, realmente, são intensos.
Não vou falar muito da história, mas eu amei a "inversão de papéis". Zade sempre demonstrou que faria de tudo pela sua "ratinha" mas, no primeiro livro, achei que era algo mais protetor do que de fato fazer alguma outra coisa. No segundo livro, senti que a autora mostrou esse outro lado dele. Sinceramente? Amei isso. O Zade sendo totalmente submisso à Addie e vice-versa e a cena sexual onde a Addie finalmente diz que amava ele, foi de arrepiar! A submissão, o poder, o controle e ao mesmo tempo o desespero de ambos... O sexo passou a ser mais poético do que outra coisa. Claro, é pervertido e transborda luxúria, mas é lotado de significado, amor e, principalmente, CURA! Foi o que eu achei mais interessante em todo o livro. O medo, o desejo, a luxúria, o amor e o ódio misturados... é como se fossem um remédio amargo para curarem suas almas feridas. Chorei diversas vezes lendo o desespero deles dois travestido de calmaria e desejo. É algo poético e lindo de se ler. Eles sendo fracos um para o outro não é uma desvantagem, muito pelo contrário! Vi muito disso aqui: "- Olhe para suas novas cicatrizes. O que você vê?" ... "Você."
Enfim, o livro é pura poesia sombria e romântica. A dor, em todos os sentidos, é essencial. A dúvida, o medo, o pavor são essenciais! A "troca de papéis" também é primordial! Vi muito da Addie no Zade e vice-versa, o que foi lindo! Novamente dizendo, a submissão não é vista como algo ruim. A submissão entre eles é necessária e quente! Sem Addie não há Zade e sem Zade não há Addie. A relação e a história deles é a verdadeira essência da vida. Não é a proposta "perfeita" que a Claire trouxe no final do livro. A história deles é como a vida é de fato: nua, pura, cruel, dolorosa, verdadeira, prazerosa e, principalmente, ambígua! Tudo é questionável, mas eles não se importam porque, no final de tudo, a felicidade que eles tanto procuravam, estavam um no outro.