spoiler visualizarLucas 24/04/2023
Uma construção interessante, mas a história é aberta demais
Neste conto, uma moça aluga uma casa onde precisa se hospedar para realizar um trabalho de tradução de um livro. A escolha da casa, além do baixissimo aluguel, se da devido a proximidade com um museu, onde a nova inquilina precisa ir com frequência para realizar seu trabalho.
Em sua estadia na casa, a nova inquilina começa a ver coisas estranhas: uma menina assustada e desolada, um velho vil e repugnante que se move lentamente, acompanhado de um estranho e asqueroso felino.
Não gostei dessa história pois ela é aberta demais. Da poucos elementos do que acontece ou aconteceu na casa, e, no final, não explica nada. Entendo que a intenção da autora foi deixar um mistério em aberto, o que poderia instigar a imaginação do leitor, porém, as informações tem tão pouca ligação e explicação que nem da para teorizar direito. A impressão que me deu é que nem a autora sabia o que aconteceu na casa e só jogou algumas cenas curiosas e instigantes, mas sem ideia de um enredo que explicasse as coisas.
Por isso, não gostei do conto. Entretanto, uma forma de analisar a história me fez vê-la de forma muito mais agradável. Como não nos é fornecida nenhuma prova ou explicação do que houve na casa, creio que tudo não passou de frutos da imaginação da inquilina. Nossa protagonista, partindo dessa perspectiva, é uma "narradora não confiável", que acredita em coisas que sua mente cria e que não são verdadeiras. É legal pensar nisso pois o conto se torna mais interessante e ela se torna a verdadeira "vilã" da história, pois encerra o aluguel da casa pagando apenas um mês (quando o combinado era alugá-la por seis meses), além de acusar tanto o dono da casa quanto a criada que cuidava do lugar de estarem acobertando algo sinistro na casa.
Mais alguém teve a sensação de que tudo não passava de delírio da protagonista?