Encruzilhadas

Encruzilhadas Jonathan Franzen




Resenhas - Encruzilhadas


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Bookster Pedro Pacifico 25/12/2023

Encruzilhadas, de Jonathan Franzen
Em 2010, a revista Time publicou na sua capa uma foto do escritor norte-americano Jonathan Franzen com a seguinte chamada: O grande romancista americano. A popularidade em sua terra natal, no entanto, ainda não conquistou tanto o gosto do leitor brasileiro. Tem quem adora, mas sinto que Frazen ainda é pouco conhecido por aqui.

Resolvi ler o meu livro primeiro do autor, que é seu último lançamento, “Encruzilhadas”, quando fui convidado a entrevistá-lo para o programa Roda Viva, da TvCultura. A experiência de estar naquela bancada foi inesquecível e também fico muito feliz por essa oportunidade ter me levado a ler o seu mais recente romance, já que eu ADOREI!

É um romance familiar e cada capítulo é contado a partir da perspectiva de um membro dessa família. Estamos no início da década de 70, em Chicago, mesmo período em que cresceu o autor, com idas e vindas a partir das memórias dos personagens.

O casal Russ e Marion vivem uma fase conflituosa: ele é um pastor e os dois sabem que vivem um casamento infeliz. Os seus filhos passam por situações delicadas e de rebeldia. “O filho mais velho do casal, Clem, decidiu largar os estudos e se alistar para lutar na Guerra do Vietnã. A irmã de Clem, Becky, uma das garotas populares da escola, está flertando com a contracultura, enquanto o caçula, Perry, vende drogas para alunos da sétima série, mas decidiu que quer ser uma pessoa melhor.”

Achei incrível a forma como Franzen constrói seus personagens. Eles são densos, complexos em seus conflitos e verosímeis. São 600 páginas deliciosas de se ler. De verdade, um livro que eu não sentia as páginas passarem, de tão atraente que é a sua narrativa. Gosto muito do tema de conflitos geracionais e essa realidade está muito presente na família Hildebrant, além de outras questões relevantes, como religião e guerras.

Não sei se é uma leitura que agradará a todos, por ser um romance denso. Mas é um daqueles densos que fluem muito bem. “Encruzilhadas” é o primeiro livro de uma trilogia. Ansioso por ler mais do autor! Baita livro!

Nota: 10/10

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Túlio 12/11/2023

Tensão
Este novo livro do Franzen acompanha um momento específico na vida dos Hildebrandt. Uma família americana por volta dos anos 70 cujo pai (Russ) é um pastor assistente em uma igreja reformada em uma cidadezinha pequena no interior do estado de Indiana (se não me falha a memória). O livro acompanha capítulo a capítulo paralelamente os cinco membros da familia: a mãe, o pai, a filha mais velha, e o garoto do meio, e o caçula. Cada capítulo vai fundo nos pensamentos, aspirações, ansiedades de cada personagem. Franzen faz isso tão bem que por vezes esqueci que estava lendo um livro. A sensação é que você está sentado com alguém contando a história da vida deles. O pai, apesar de pastor, oscila no casamento. A mãe tem um passado complicado e doloroso. Perry, o filho do meio, é uma espécie de prodígio precoce e ao mesmo tempo sofre com o abuso de drogas. A filha mais velha, é bela e ingênua. Enfim... todos os personagens estão em uma espécie de "encruzilhada" em suas vidas, precisam fazer escolhas em um momento delicado em que toda família parece desmoronar ao mesmo tempo. Não posso dizer muito mais coisas para não estragar a surpresa de outros leitores... mas esse é o 5° livro do Franzen que leio, e para mim é o melhor que ele escreveu até agora! Um enorme diálogo sobre culpa X perdão; recomeços X passado. Enfim... adorei o livro! Forte diálogo com a tradição reformada, e ao mesmo tempo ressalta como as pessoas são naturalmente falhas, imperfeitas, e ainda assim podem ser generosas, conciliadoras, e por aí afora. Leiam!
edu basílio 12/11/2023minha estante
um favoritado seu é praticamente uma indicação de leitura. obrigado, tulião.




Renato 11/11/2023

Sobrevalorizado ainda assim bom
A crítica americana Jonathan Franzen. Um pouco por bairrismo e identidade. Um pouco talvez por questões de mercado. Franzen não é Melville, Franzen jamais será Roth. Mas não vamos desprezar Franzen se lhe falta a inovação, ou o brilho da linguagem que lhe faria ser um escritor degraus acima do habitual, ainda assim ele é um escritor interessante e ?Encruzilhadas? é um de seus melhores livros. Deixando de lado aquele pouco que lhe falta, o livro tem muitos, mas muitos mais pontos positivos do que faltas. A leitura é clara e sem percalços de linguagem ou digressões extensas, e a leitura é particularmente fluida porque o leitor ganha ciência de todos os fatos e da intimidade do pensamento dos personagens através do narrador em terceira pessoa, quase um Deus onisciente. Isto porque Franzen dedica cada capítulo aos fatos vividos por cada cada personagem. E o narrador semi Deus em terceira pessoa é coente inclusive do pensamento de personagens, de forma que o leitor tem a profundidade de cada um deles. ?Encruzilhadas? é atual, narra acontecimentos numa pequena comunidade religiosa conservadora americana a partir da crise da família do pastor Russ, na ega pelos conflitos entre cristãos de diversas vertentes, remontando aos menonitas, chocando escolhas individuais às questões morais éticas e políticas ompostas pelas circunstâncias e mediadas pelos princípios das diversas vertentes. Revive o conflito geracional dos anos 70. O enredo tem como mote principal o embate entre o pastor Russ e seu assistente, Rick Ambrose, responsável pelo grupo de jovens. Franzen se aprofunda nas questões relacionadas ao conservadorismo nos anos sessenta e em seu ressurgimento, na hipocrisia das relações afetivas. Os personagens que circundam Russ são narrados de forma igualmente tridimensional, gerando uma riqueza de situações, ideias e percepções. Uma leitura um pouco longa, mas em momento algum desnecessária.
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Marcus 20/11/2023

Sobre uma família
A experiência dessa leitura é intensa e estranha. Um livro longo, denso e que precisa ser digerido aos poucos. Em alguns momentos, pensei em desistir. Mas a história é envolvente. Os personagens são construídos lentamente, mas com muita consistência. É um livro sobre uma família. E em vários momentos, é impossível não reconhecer a nossa. O final é daqueles que te deixam de ressaca. Talvez eu precise de um tempo pra entender, assimilar e gostar ainda mais.
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DêlaMartins 26/01/2024

Família...
Gosto da abordagem de Jonathan Franzen. De todos os livros dele que já li, esse foi o que mais gostei.

É um romance sobre família, no caso, os Hildebrants, que vivem em Chicago, no inicio dos anos 1970. Russ e Marion não vivem bem, o casamento vai mal. Russ, pastor, vaidoso, em busca de aventuras amorosas. Marion, que tem um passado cheio de traumas e loucuras, tenta se livrar disso sendo uma boa mãe. Clem, o filho mais velho, que sempre ajudou o pai, mas tem suas questões sobre fé, dúvidas morais. Ele vai para a universidade e, no meio do caminho, decide largar tudo exatamente por conta de seus questionamentos. Becky, a única mulher, muito próxima e até dependente de Clem. Ela é muito popular, agradável e tem objetivos claros, mas passa por uma transformação individual grande e tudo muda. Perry, adolescente muito inteligente, mas que carrega confusões mentais. Além de usuário, Perry também vende drogas e se envolve com pessoas estranhas e perigosas. O mais novo (não me lembro o nome), ainda criança, divide o quarto com Perry e tem o irmão como ídolo.

Cada capítulo é referente a um membro da família e cada um deles descreve seus traumas, dúvidas, vontades. Os primeiros capítulos são excelentes e devorei tudo muito rápido. O meio do livro segue com as histórias individuais já entrelaçadas e, por conta da minha curiosidade em saber o que aconteceria, perdi um pouco o ritmo, mas não perdi o interesse.

Personagens densos, mas história fluida. Muitas decisões emocionais, impulsivas e precipatadas, além dos conflitos geracionais e segredos individuais. Tudo interligado, muito bem costurado.
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Mari 20/07/2023

Gostei!
A escrita é envolvente e os personagens muito bem construídos. Mal posso esperar pelo próximo livro da trilogia!
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Claudio.Berlin 15/09/2023

Que livro bom !!!
A história gira em torno da família de um pastor simplório do interior nos EUA .
A época é final dos anos 60 e início dos anos 70.
Personagens consistentes, densos com a personalidade e os problemas psicológicos muito bem construídos .
No momento em que descreve o círculo vicioso e doentio da cabeça de Marion , é uma obra prima da descrição e construção da loucura !!
Uma criatividade enorme!!
É o segundo livro que leio de Jonathan Franzen ( o primeiro foi correções - muito bom ) .
O extenso detalhamento é a marca registrada dele .
Não acho que seja um livro difícil.
Mas creio o perfil do leitor provavelmente se encaixaria na apreciação de relacionamentos ( não necessariamente afetivos ) e desenvolvimento psicológico.
Várias questões importantes são abordadas .
A guerra do Vietnã, o pacifismo , a religião, o ateísmo, a era do sexo livre , drogas , enormes dificuldades familiares etc .
O que eu não entendi, é que na descrição do livro, " a história se passa em um dia "
A informação está equivocada.
5 estrelas
Marcus 15/11/2023minha estante
Estou quase na metade do livro e me achando meio maluco, pq tb não entendia essa coisa da história se passar em um único dia!!!




Letras.Libras 30/10/2023

O desenrolar da história é bem envolvente, consegui sentir bem o que cada personagem sentia, mesmo não gostando de alguns. Senti falta de alguns detalhes e outros achei desnecessários. Leitura longa, mas profunda e traz algumas reflexões interessantes.
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