sadoraris 14/02/2024
Deu para entreter, mas o final é chocho
?A Outra? é um thriller doméstico narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Sadie e Camille - ?a outra?. Em alguns capítulos nos deparamos com a narrativa em terceira pessoa contando a história de Mouse, uma criança de 6 anos.
É uma história envolvente e que possui uma boa construção, dando material suficiente para diversas teorias sobre quem realmente são as pessoas daquela familia e qual o envolvimento com os demais personagens, mas que peca bastante quando chega em seu ápice e alguns segredos começam a ser revelados.
É um suspense lento sem muitas cenas de ação. A carga emocional e dramática fica absolutamente por conta dos capítulos narrados em terceira pessoa e que conta a história de Mouse, uma criança de 6 anos. Fiquei angustiada, apreensiva, de coração partido e com uma urgência de proteger aquela criança a medida que os capítulos se aprofundavam. É fácil deduzir o verdadeiro nome de Mouse, apesar da autora ter sagacidade ao entrelaçar as histórias do passado e do presente, e mesmo sabendo quem ela era, por vários momentos desejei que a história tivesse seguido por outro caminho para sabermos melhor o fim da Mamãe Falsa, o qual pessoalmente achei que ela se safou de forma impune?
O final me pareceu preguiçoso e apressado? meu sentimento é que a autora optou por seguir a rota mais fácil para dar um final feliz àquela família. O desenrolar da ação nem faz sentido se observarmos bem o desfecho da história. Apesar disso, não faz deste um livro ruim, apenas que teria mais potencial e poderia ser mais surpreendente.
Gostei da leitura e recomendo!
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SPOILERS A SEGUIR
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SPOILERS A PARTIR DESSE PONTO
Meu Deus esse final poderia ter entregado tão mais!!!!! até sonhei com outro desfecho, mas vamos por partes.
A autora construiu muito bem os pontos de vista de Sadie e Camille, confesso que só desconfiei que seriam a mesma pessoa quando Sadie relata ter bipolaridade e tive certeza quando ela comenta sobre a sua última consulta com a terapeuta.
SEMPRE tive o pé atrás com o Will, muito gente boa, da galera, fora que achávamos que ele tinha traído a Sadie. Quando menciona que ele é o responsável pelos remédios da Sadie, suspeitei que ele fazia algo pra perturbar ela ainda mais, até mesmo desconfiei dele substituir por algo que teria apenas efeito placebo, como ele revela ao final.
A autora foi muito sagaz em introduzir o ponto de vista da Mouse tão alinhado ao formato da família de Morgan, conduzindo o leitor a acreditar, até mesmo pela narrativa em terceira pessoa e não em primeira, que se tratava da filha de Jeffrey. Porém, isso não me convenceu por muito tempo e entendi que se tratava de Sadie quando criança pelo fato da narrativa não focar tanto na Mamãe Falsa, que pelo desenrolar da história poderia ser Morgan.
E daí veio a minha primeira teoria:
Acreditei que Sadie teria matado Morgan em um surto por espelhar a relação de Morgan com sua enteada com a relação que ela tinha com sua madrasta - a Mamãe Falsa.
Nos é relatado que Morgan e a criança não se davam bem, imaginei que Sadie observadora como era, tinha notado algo e em uma briga assassinado Morgan, tomada por raiva e até mesmo certo tipo de alucinação (já que eu também imaginava que Will poderia estar drogando Sadie).
Apesar de não gostar dele e achar muito suspeito, foi surpreendente ver o quão frio e calculista Will demonstrou ser. Como ele mesmo se intitula o ?mestre das marionetes?.
Achei muito chocho o desfecho do livro? sinceramente senti que a autora largou de mão ou perdeu a inspiração. Todo o suspense em torno de Imogen terminou como uma ponta solta. Fora que para mim não fez sentido algum o desfecho da Imogen estar escondida durante toda a conversa do Will com a Sadie, inclusive gravando tudo com o celular e não intervir quando Will estava estrangulando a Sadie.
Se a dra Foust não tivesse conseguido fingir que foi de arrasta para depois contra atacar, ela teria ido com Deus e não sei o que seria de Imogen, Tate e Otto?
OUTRA COISA? tanto se falou sobre Imogen, o fato dela ter tirada a foto da mãe morta? senti que faltou um desfecho para essa história. Tudo se resolveu como um terrível conto de fadas :(
Esperava que Otto tivesse parte no salvamento da sua mãe, mesmo que não fosse direto, que fosse parcial - ele acordando e o pai tendo que sair para evitar que ele visse algo, dando algum tempo para Sadie se recuperar. Não sei? acho que havia espaço para esse personagem ter mais parte na história.
O que eu genuinamente queria é que ?Camille? tivesse alguma participação na morte de Will. Talvez esteja falando bobeira por não entender bem do transtorno dissociativo de identidade e o livro não deu respostas suficientes sobre como ocorre a troca entre as personalidades, mas teria sido mais surpreendente se Camille tivesse aparecido em algum momento enquanto Will tentava mata-las. Isso sim me faria esboçar um ?? #$%!& !!!!!?. Go girl
Outro furo, mas que é compreensível, é o fato de Sadie ter o transtorno e ninguém nunca ter comentado com ela. Tudo bem que a troca entre Sadie e Camille possa soar apenas como uma mulher com personalidade muito distinta e que é explicado no livro com as pessoas tendo dificuldade em se relacionar com ela, mas considerando que Sadie se comportava como Mouse em certos momentos, é muito estranho alguém nao ter se preocupado com essa mudança, inclusive seu filho de 14 anos.
Enfim, esperava mais da história da Imogen, Otto tinha mais potencial e o desfecho poderia ter sido muito melhor e surpreendente.
Deixo por fim, minha teoria mais maluca de que Erin e Alice eram a mesma pessoa e que Imogen na verdade era filha do Will kkkkk poxa, muito estranho a sua esposa com quem você tem três filhos nunca ter conhecido sua irmã. Quando Sadie acha o bilhete, achei que se tratava de Will falando que não poderia manter a vida dupla entre Alice e seu casamento com Sadie.
Aliás, que coincidência boba Morgan ser irmã de Erin e morar na mesma ilha?