Tuca 10/04/2024Léo Fabre era o nome da irmã da noiva, noiva essa que era a melhor amiga de Solène, uma jovem moradora da pequena cidade de Cadenel, na França. Léo Fabre, porém, também era o nome de um arquiteto parisiense a quem Solène acidentalmente envia e-mails a fim de conseguir alguma ajuda na preparação da recepção do matrimônio de sua amiga Laetitia. É nesse erro entre nomes e pessoas que Solène e Léo vão começar uma troca de correspondências que permitirá aos dois ter um novo olhar para suas próprias vidas e para o que eles amam.
Esse pode parecer um romancezinho clichê não muito diferente do que estamos acostumados a ler, e ele tem sim os aspectos essenciais que fazem dele uma história de amor gostosa, no entanto, é uma narrativa que traz seu diferencial. Solène passa boa parte do enredo escondendo algo de Léo e de nós leitores também. Essa nova problemática que entra na equação do relacionamento deles dois cria um ar próprio para o desenrolar do casal que Léo e Solène vão formar. Não só isso, mas Tamara construiu um processo de imersão no romance bem interessante. Ela escreve de um modo que me causou uma enorme proximidade até com os personagens coadjuvantes, como se eles também fossem meus amigos e vizinhos. Acredito que isso ajude no seu propósito de tornar alguns desses personagens protagonistas em outros livros, como A Léo (Léonie Fabre) (a mocinha de Amor na adega, também publicado pela galuba editorial) e o irmão de Solène, Jules, que ganham cada qual o seu romance. E principalmente com Jules eu fiquei com muita vontade de que ele tivesse uma história de amor para chamar de dele.
O tempo de construção do romance cria toda aquele ansiedade para que Solène e Léo possam logo se conhecer, mas mesmo com a troca de e-mails a trama traz sempre perspectivas que são interessantes, porque conta a história deles nas telas e fora delas. É um romance slowburn que facilmente daria uma ótima adaptação televisiva, com um estilo para quem gosta de Mariana Zapata. Há uma formação gradual desse amor, principalmente, porque em boa parte da trama, Léo e Solène nunca se viram nem por fotos, e ainda há uma barreira de distância e de outras coisinhas mais que vão surgindo, mas que deixam uma história que tinha tudo para ter uma carga grande de drama, leve. Ela é agradável de ler, é suave. É um romance que é tão gostoso de ler, quanto é de se fazer parte. Ele traz essa sensação de que você está vivendo junto com Léo e Solène esse recomeço de vida por meio do amor.
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