Helder 26/11/2023O nada é ser memória de ninguémEu preciso dizer que este livro é muito bom, mas tem tanta coisa aqui que diversas vezes me perdi.
Talvez não fosse meu momento de leitura, pois tive muita dificuldade em tolerar a protagonista que após morte do seu pai, quando vai com suas irmãs e sua mãe visitar a casa deixada pelo pai e que fora a casa de infância da família antes dos pais se separarem e que agora elas precisam decidir o que fazer com aquele imóvel, passa a fazer uma reflexão sobre sua vida e percebe o quanto tomou decisões erradas a vida toda e agora com mais de 40 anos percebe que não fez nada da vida. Não se casou, não tem filhos, não tem casa, não tem carro, e principalmente, não tem uma profissão. Simplesmente ela não deixará nenhuma marca no universo.
Com o tempo percebemos o porquê de ela ser assim, pois existem traumas fortes que nem todos conhecem, mas mesmo assim, para mim, a personagem segue sendo o tipo de pessoa que eu detestaria conviver.
E digo que o livro é bom, porque a autora nos coloca na cabeça desta personagem e vamos conhecendo todas as complicações desta família e principalmente todas as atitudes inconsequentes que ela tomou na vida. E isso incomoda. Desde os terríveis homens que passaram pela sua vida até os eternos quadros em branco que seguem esperando uma inspiração para serem pintados.
E a maneira que a autora nos traz estas informações para mim chegou a ser claustrofóbico, pois não me sentia bem dentro da cabeça de uma pessoa que parece querer culpar a tudo por sua procrastinação.
Foi uma leitura extremamente fatigante, mas nem sei explicar profundamente o porquê, então por isso acho que recomendo a leitura para que cada um sinta como este livro lhe atinge.
“O nada é ser memória de ninguém”.
Bate forte né?