Geovana Rodrigues 13/12/2023
4 pontos de vista narrados em meio ao caos do fim do mundo!
999 é uma ficção histórica, e se prepare: a riqueza de detalhes é uma coisa absurda, então se você gosta disso, estará bem servido. Se passa em Portugal na viradinha do milênio - foi bem interessante acompanhar os preparativos para o ano novo com todo o costume da época.
O cenário medieval, como eu citei acima, é muito bem descrito, senti como se estivesse olhando por cima dos ombros dos personagens, estes, tão cheios de camadas quanto um ser humano real.
E por serem tão bem escritos, o ranço reinou em mim, principalmente por um tal padre, que se eu pudesse, pegava uma cruz pesada e dava na cabeça… mas violências à parte, é uma narrativa incrível!
O fanatismo religioso, as crenças sobre o apocalipse e o fim da humanidade permeiam a história, elevando o clima de horror dentro dos muros do Forte Alvares, local principal da história. Os moradores temiam um grande mal que se aproximava das muralhas, levando ao extremo as atitudes duvidosas e a moral de cada um - entretanto, no fim, viu-se que o mal maior estava mesmo era dentro do forte. Somando-se a peste, racismo, fome e demais dificuldades que eles enfrentavam, dei graças a Deus por não viver naquela época.
Por fim, os outros três personagens, Sebastião, o mouro, Ana, a bruxa e Benta, a garota queria ser guerreira - esta última me lembrando de Arya Stark, me encantaram com tamanha força de vontade, cada qual em determinada área. Mas a que mais conquistou foi Ana - pensar em como mulheres fortes e destemidas como ela sofreram nas mãos de homens de visão pequena.
O autor deixou pairando no ar uma continuação, que até então não vi sendo confirmada, mas que caso nasça, lerei com muito prazer - recomendo!
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