Pereira 26/12/2022
A questão nunca é a questão.
Nessa belíssima obra técnica de não-ficção, Roberto Mota apresenta, de forma clara e repleta de números e casos, o caos que assola nosso cotidiano, quando o assunto é segurança pública. É impactante a leitura dos fatos que se tornaram matérias jornalísticas e mesmo assim não conseguem sensibilizar o mais humano dos progressistas / esquerdistas.
O livro expõe os crimes mais cruéis praticados no Brasil nos últimos anos. Enfatiza o apego, principalmente dos veículos de mídia, aos bandidos, em detrimento da vítima. O criminoso, logo após o cometimento das mais sórdidas atrocidades, é coberto de direitos e regalias (visita íntima é um tapa na cara de todo cidadão de bem), enquanto a vítima é sempre deixada no último plano.
O caso mais emblemático e que mais me marcou, foi a glamourização de um transexual assassino de um garoto de nove anos, com requintes de crueldade. O tal de Dráuzio Varela não quis saber como estava a mãe do menino; não quis dar um abraço nela; não quis aplacar a dor de quem perdeu um filho de forma tão infame.
Uma das partes mais tristes do livro é a que trata dos crimes praticados por “menores de idade”. Pior ainda, é ver como esses partidos de esquerda passam um verniz (pano) nos autores e nas ações, querendo justificar e empurrar de goela abaixo, que esses marginais são vítimas da sociedade. Com as vítimas de verdade, eu não vejo nenhum tipo de preocupação desses vermes.
O autor, que tem vasta experiência na área de segurança pública, tendo sido até secretário no estado mais violento do Brasil, faz algumas propostas de melhoria na parte final do livro. Nada de revolucionário; tudo muito simples; mais no Brasil atual, dizer o óbvio tornou-se extremamente necessário.
Outro ponto que enoja qualquer leitor do livro é a demonstração da evolução do vitimismo e das técnicas, principalmente linguísticas, de desconstrução da imagem dos bandidos e vagabundos, que se tornaram verdadeiros heróis desses patifes de esquerda. É simplesmente repugnante! Se você tiver estômago, ouse ler esse livro.
Sinceramente, não imagino um cenário de melhora para nosso país. Principalmente com a eleição fraudulenta de um símbolo internacional de banditismo e pilantragem.