thay version 14/06/2024
Amar é ver, é o que Ana Suy escreve neste livro, o que me leva a crer cada vez mais que ser amado é então, ser visto, é se sentir despido de si próprio. Nas aulas do meu curso -psicologia- especialmente em fenomenologia e existencialismo, me disseram que a solidão é o nada, logo, o nada edifica, porque é através deste NADA que se cria então o tédio, e esse tédio nos encoraja a ampliar nossa visão sobre as coisas, como elas são, o que foram e o que podem ser.
Acredito que como todos, eu pensava que a solidão era a perda de nós mesmos. Só durante a faculdade (e de Ana Suy) é que eu pude reformular minha visão sobre ela, isso porque, embora na solidão se encontre o "vazio", podemos ir além dele e encontrar a desconstrução e a re-construção, ambas, uma ao lado da outra, porque, é na desconstrução de nós mesmos, de nossas visões, pré-conceitos é que somos capazes de nos re- construir. Porém, ainda assim, amor e solidão eram duas coisas opostas pra mim, pois onde um começava, a outra terminava, tal qual o dia e a noite eles não podiam coexistir, e através desta leitura, essa significação foi perdendo sentido.
Acredito também que, embora a solidão seja vista como algo negativo, a gente não se receia dela tanto quanto nos receiamos do amor, porque amor é assustador. A gente tem tanto medo dele. Tem medo que ele chegue e se acomode, e de que vá embora. Porque ele pode nos imobilizar! Quando é chegada a hora, lutamos contra ele. E isso faz com que eu me pergunte como sabemos quando é chegada a hora. Mas Lana Del Rey diz: "quando você sabe, você sabe" assim, sem rodeios a gente vai saber.
Quero então finalizar dizendo que não me lembro de render tanto um livro para que ele não termine. Ana Suy, obrigada pelos grandes ensinamentos sobre amor, solidão e psicanálise!