duda 25/01/2023
Mortos também precisam ter carisma.
Darling Venom narra as tragédias que aconteceram a vida de charlotte, primeiro a perda de seus pais em um incêndio pelo qual ela carrega o fardo da culpa. Mas naquela noite Charlotte não perde apenas seus pais mas também o amor de sua irmã. É então que no dia do seu aniversário, decidida a tirar a própria vida e livrar Leah ?sua irmã? do fardo de ser sua guardiã, no entanto ao chegar no telhado de sua escola, Charlotte percebe que não é a única atormentada pelos seus próprios demônios, lá era conhece Kellan e eles fazem um acordo de sempre se encontrarem ali, todo ano, naquela mesma data e assim fazem, no entanto num fatídico dia, Charlotte se atrasa e quando chega já era tarde demais para salvar Kellan. Quatro anos após a morte de sua "paixão" de ensino médio, Charlie por um acaso cruza com o irmão de Kellan, Tate, a quem ela acreditava ser o culpado pela dor e o sofrimento do garoto.
Minhas considerações sobre o livro: Quando comecei a ler senti um pouco de vergonha das falas e dos pensamentos dos personagens, principalmente por carregarem todo o drama adolescente consigo, a rebeldia e melancolia características das gerações atuais, mas de uma forma atrelada aos esteriótipos. Kellan é um menino rico, filho de um celebre escritor de um sucesso só, o pai é um viciado e a mãe morreu de overdose, a única pessoa realmente decente na vida de Kellan é seu meio irmão Tate, o qual o garoto dedicou deus últimos anos a odiar, ele manipula vários fatos que levam a Charlie crer que Tate é um jovem ambicioso e insensível que fazia de tudo ao seu alcance para separa-lo do pai, mas o próprio Kellan se contradiz durante muitos momentos do livro. Quando Charlie finalmente encontra Tate quatro anos após a morte de Kellan ela quer culpa-lo pela morte do irmão mais novo, sem saber até Tate nunca se deixa esquecer de como a vida de seu irmão se desfez entre seus dedos, o fato é que Tate era um jovem adulto quando teve que assumir a responsabilidade de criar um adolescente problemático, e mesmo que ele se sacrificasse para que Kellan pudesse ter alguém ali por ele, nunca foi o bastante. Não sei se a autora não soube trabalhar essa questão mas é um incômodo que Kellan fizesse as pessoas pensaram tão mal de Tate, mesmo que seu irmão mais velho se esforçava para ser mãe e pai e então no manuscrito dizer que na verdade sempre amou o irmão....
Outro ponto que deixou a desejar é a intrusão da Charlie na relação do Tate com o pai, Terry. Ela forçava nele a necessidade de perdoar o pai, e fico me perguntando se temos mesmo que perdoar toda merda que nós fazem passar, e cabia somente a Tate julgar como se sentia diante de Terry, o homem que nunca sequer olhou em sua direção ou demonstrou o mínimo de afeto, afeto esse que Terry direcionava todo a Kellan.
É necessário também comentar que não consegui me conectar com a dor do luto de Charlie por Kellan, é difícil sentir a morte de alguma que para mim não fez falta na história, o plot do manuscrito foi extremamente chato e cansativo, e eu via como uma forma de endeusar a imagem do morto, mas mortos também precisam ter carisma nas histórias. E ficava tão irritante o plot do Kellan com todos sempre endeusando o moleque que só morreu na história, para mim o manuscrito foi só uma forma da autora dizer que Kellan foi importante, para mim não fazia diferença ele vivo ou morto, ele só era chato e sem graça.
O casal até tem química, mas sinceramente, a presença do morto sempre ali entre eles não me fez comprar o amor entre a Charlie e o Tate.
E com isso digo que as 2,5 ? são todas para o Tate, carismático, sofrido, fofo e um gostoso, o resto era só figurante.
Pra não dizer que eu odiei o todo, eu achei linda a relação da Leah e Jonah.