Brunna Brasil 02/11/2021
UM OLHAR DE BELEZA SOBRE A MORTE
"A Banshee" traz, através do cotidiano de Brígida, a história de quatro gerações de mulheres, ambas ligadas pelos laços de um dom.
Brígida é uma carpideira que começa a notar na neta a mesma sensibilidade para a morte que ela mesma tem, ao mesmo tempo em que sabe que isso ainda é na garota algo a desabrochar, assim como uma flor cujo perfume está escondido até que suas pétalas se abram.
Em determinado momento, Maria Rita (a neta) pergunta à Brígida como ela consegue chorar sem estar triste e a resposta é daquele tipo em que o brilhantismo está em quanto a afirmação é óbvia, embora soe nova, como se tivéssemos acabado de apreendê-la, mas agora ela fosse nossa de maneira irrevogável:
" - A gente é mulher, Maria Rita. Sempre tem alguma coisa pra deixar a gente triste."
"A Banshee" é sobre se orgulhar de sua ancestralidade, sobre se apegar às suas raízes, sobre amar os que te cercam e aceitar aquela presença que, sem exceção, um dia baterá à porta de cada um de nós, chamando nosso nome e nos convidando para morar no além.