Larissa.Manucci 27/05/2022O Homem Que Morreu Duas Vezes
Esta é a tão esperada (por mim) continuação do Clube do Crime das Quintas Feiras. O livro começa exatamente uma semana após o fim de seu antecessor. Durante uma das reuniões do clube, Elizatbeth recebe uma carta de uma pessoa que ela sabia estar morta há muito tempo, portanto quem mandou aquela carta conhecia muito bem o seu passado e todos os mistérios que nos deixaram curiosos durante o primeiro livro.
A carta na verdade era um agente da inteligência britânica e, pasmem, um ex-marido de Elizabeth... Pois é, tem muita coisa que a gente não sabia sobre ela. Logo no início do livro ficamos sabendo que o seu ex-marido estava sendo mantido escondido dentro do condomínio em que o grupo vive, depois de ter sido acusado de roubar alguns diamantes de um grande criminoso. Quando o esconderijo é descoberto, o ex-marido de Elizabeth e sua parceira do serviço secreto são obrigados a mudarem de posição e é então que as coisas ficam ainda mais surpreendentes.
O caso desse livro é muito mais elaborado e com muitos desdobramentos, ele envolve criminosos, a máfia, traficantes... a proporção desse crime é muito maior do que o do primeiro livro da série. Se a gente tinha aquela pontada de dúvida no primeiro livro, agora temos a total certeza da antiga profissão de Elizabeth. Sim! Ela era uma espiã do serviço secreto britânico e nesse livro ela precisa voltar a ativa pra conseguir descobrir todo o caso dos diamantes.
É claro que a Elizabeth não faz nada sozinha, ela envolve Joyce, Ron e Ibrahim (mesmo que este acabe sendo vítima em uma das subtramas do livro). Além disso, Elizabeth faz questão de envolver também a polícia local, com a Dona e Chris voltando a fazer parte da história.
Como já estávamos acostumados no primeiro livro, além do mistério central, temos uma série de subtramas que vão se conectando ao longo do livro e garantindo um final bem mais fechado e bem resolvido do que o final anterior. Este foi um ponto muuuito positivo, na minha opinião.
Para mim, a essência dessa série e o que faz ela ser tão boa são os seus personagens. Eles são muito bem construídos, cada um com a sua peculiaridade, suas manias e, a melhor parte, o humor ácido e muito bem encaixo ao longo do mistério, e o fato de serem personagens septuagenários deixa tudo ainda mais divertido (quem é que não simpatizaria com uns idosos assim?). Tenho que confessar que eu amo a Joyce, ela é, com certeza, a minha personagem favorita, amo como ela consegue seguir uma linha de raciocínio super confusa, encaixar assuntos paralelos no meio de uma investigação criminal, o quando ela é gentil com todas as pessoas, o quanto ela é surpreendente, sagaz e amei demais a sua presença no mundo digital através do instagram.
Além do mistério muito bem construído, dos assassinatos e roubos temos a descontração muito presente na obra, o que a torna muito leve e gostosa de ser lida. Esse é um daqueles livros que a gente tem só de terminar e quando termina já fica querendo um próximo.