Resenhas - Laranja Mecânica

Sarah 10/09/2023

Alex é um adolescente que sai todas as noites com os seus druguis para praticar muita, muita violência. Nos primeiros capítulos fiquei bastante perdida com a linguagem nadsat, mas é um ótimo exercício para o cérebro se permitir a leitura sem ficar olhando o glossário.
A obra é mais uma distopia "daquelas" e trás muitos questionamentos, dentre eles o quanto nosso comportamento pode ser controlado pelo Estado e sobre quanto do que consideramos certo ou errado deve ser respeitado.
Eu tinha muita curiosidade de assistir o filme baseado na obra, porém confesso que após a leitura irei pensar duas vezes.

Giovanavski 06/09/2023

Amei a edição, adorei a vibe Magical Mystery Tour. Tentei ler sem o glossário, porém em algumas palavras eu empacava e acabava olhando. Sobre o livro em si, ele é de leitura fluída, o dialeto deixa mais interessante. É um livro forte, o personagem principal narra sabendo dos acontecimentos, é uma pessoa fria que faz maldade simplesmente por gostar. Hoje tive uma conversa com um amigo que me ajudou a compreender melhor o final do livro, me fez refletir o que é ser "normal" e como ficamos indiferentes sobre a vida. Eu gostei bastante do livro, recomendo a leitura mesmo que seja só para criticar. Alex é uma peste, não consegue reunir empatia, mas talvez seja por isso que os podcast sobre crimes estão em alta, só queremos saber o que aconteceu. E acho que o estilo de vida do Alex é "They are the egg men! I am the walrus!"

AMANDA3038 05/09/2023

ULTRAVIOLENCE
Esse é um daqueles livros que eu me pergunto o quanto de droga foi preciso pra escrever uma obra tão distópica e próxima da realidade.

As relações sátiras em relação à sociedade reflete grandemente nas condições de união entre um governo ditatorial e a repercussão de violência como método de melhor punição, além do revide como resposta.

Ao mesmo tempo que a explícita narração transporta para um lado medonho da sociedade, ele também nos traz semelhanças do que já estamos presenciando em realidade.

Eu gostei muito de consumir ?Laranja Mecânica? e não é à toa que se consolidou como clássico da literatura e da cultura pop.

Hosiane. 29/08/2023

Horrorizada.
Esse tipo de livro foi o primeiro que eu li que apareceu coisas como violência sexual, violência de qualquer tipo, por que realmente aparece.
O vocabulário inventado pelos personagens pra se comunicarem achei muito criativo, mas a psicopatia do personagem principal sempre me causava incômodo ao ler e ver ele fazendo qualquer coisa.

Foi uma leitura desafiadora quando eu li em 2018, tanto que eu nunca me esqueci, indico pra quem gosta de pensar sobre a sociedade e políticas sociais, e pra quem não se importa em ver claramente relatos de abuso sexual.

Ricardo.Borges 27/08/2023

Então, o que vai ser, hein?
Narrada pelo próprio protagonista ?Alex, um problemático adolescente ? esta história ultraviolenta completa uma espécie de trilogia distópica formada pelos clássicos ?1984? (George Orwell) e ?Admirável mundo novo? (Aldous Huxley).
Em meio a uma juventude expressivamente rebelde e violenta, os comportamentos sociais e as relações entre poder e liberdade de expressão são escancaradas através da lente e das ações do próprio Alex e das pessoas ao seu redor, tecendo, de certa forma, severas críticas a forma como a sociedade é constituída e reage a padrões predeterminados.
A juventude, no entanto, precisa acabar, ainda que duramente. E é nos detalhes que o autor mostra uma perfeita transição de nossos objetivos e pontos de vista ao longo dos sutis (ou não) acontecimentos da vida.
O artifício mais interessante (e genial!) é a inserção de palavras de um vocabulário próprio, a linguagem nasdat, no decorrer da obra. Mesmo com um glossário específico ao final do livro, o próprio autor recomenda que a leitura seja realizada sem a consulta prévia aos termos que aparecem constantemente, visando, justamente, proporcionar uma maior imersão na história e amplificar a sensação de estranhamento causada pela leitura.
?? você podia sluchar o zvuk de alguém tomando toltchok horrorshow mesmo e fazendo aaaaaaaaiiiii, como a goloz de uma ptitsa starre bebada, não de um homem.?

Gleicy | @gleicymonjardim 26/08/2023

Não acho que vale a pena a perda de tempo
Ao finalizar o livro fico me perguntando se tem algum problema comigo, talvez eu não tenha entendido direito, afinal o livro tem até uma linguagem própria, o que atrapalhou bastante a leitura do livro.

Sinceramente dar três estrelas para este livro é um verdadeiro elogio. Ele começa com muita descrição de violência, pensei em desistir dele várias vezes, eu sempre pensava: eu tenho muitos livros bons não lidos na minha estante, pra que perder tempo?

As três estrelas é apenas pela parte que ele passa pelo experimento do governo, que também é bem pobre de construção. A parte final, sério, que horrível.

Não entendo como esse livro é tão bem avaliado, sinceramente, não merece 5 estrelas nunca.

Ana mart 25/08/2023

A natureza humana é brutal
No começo do livro, enxerguei o protagonista apenas como um jovem idiota e inconsequente. A medida que as descrição de seus crimes se tornam cada vez mais horrendas, torna-se claro o caráter dele. Um carácter talvez deturpado em decorrência da situação social em que a história se passa.

Para mim, além de denunciar o quão a natureza humana pode ser cruel e brutal, também há o debate sobre a mudança não vir unicamente do castigo e da dor.

Mas sim, do amadurecimento. Mesmo depois de Alex ser condicionado ao tratamento, ele só mudou realmente sua visão sobre o mundo quando viu que a vida era muito mais do que aquilo que ele praticava e que anteriormente o sasciava.

Com certeza um dos livros que mais gostei de ler esse ano, principalmente pela imersão proporcionada ao leitor com o dialeto único presente no livro.

A cada página você deseja entender melhor as palavras, o lugar, as motivações e pensamentos do protagonista.

Milena 23/08/2023

Vou escrever algo aqui só pra ir nos livros lidos desse ano. Livro mto daora gostei bastante, final inesperado a pira da linguagem nadsat mto legal apenas não gosto do anticomunismo e um dilema ético mal desenvolvido

Karoline246 23/08/2023

Laranja mecânica: distopia?
Só vi uma ideia distopica no final do livro, partindo de um personagem aleatório. Extremamente violento e com tópicos sensíveis. Não recomendaria a leitura, mas foi uma experiência, de qualquer forma.

Heloyse 21/08/2023

Uma obra prima
Eu amei o livro.
Inicialmente, a escrita gera muita estranheza, mas, depois que você acostuma, você acaba sendo transportado praquele universo.
Alex é um narrador muito simpático, então a sensação é de acompanhar aquele amigo que só dá B.O.
Gostei muito da experiência como um todo, acho que o livro foi feito para te deixar confuso e questionar sua própria moral, o que cumpriu com maestria.

Evandro.Junior 16/08/2023

Talvez a resenha mais dura e longa que já tenha feito.
Então, a história se passa de um adolescente marginalizado que sente desejo pela violência (muito do livro se passar falando disso, violência), ele é preso é sofre um tratamento para abolir a vontade carniceira e feroz que ele tem (que de acordo com a crítica literária: talvez a questão fosse essa - todos talvez tenhamos um desejo sombrio pela violência, porém alguns a externalizam e outros não).

Ao final do livro ele então reflete que aquelas vontades e desejos mudanos é virulentos seriam apenas passageiros, que com a idade, experiência e chegada da maturidade enfim o ser humano repeliria esses anseios atrozes, deixaria de lado suas vontades carnais mais primitivas e seria, então, elevado a uma estima maior, subiria a um nível adulto em que o desejo por ter um cônjuge, constituir uma família e deixar de lado as peripécias da infância seria um passo natural para encontrar novos objetivos, novos significados.

Particularmente o livro trás uma discussão política muito forte em que nos remete ao debate sobre as punições impostas aos adolescente infratores que praticam crimes graves. Veja bem que o autor parece querer fazer acreditar que o personagem principal meio que deu a volta por cima na vida, conseguindo um bom emprego, uma residência, dinheiro e "liberdade" entretanto não deveríamos nos perguntar se a punição dele foi compatível com os atos praticados, listando alguns crimes praticados pelo Alex poderiam ser: estupro (sendo que a mulher violentada foi violada primeiro pelo Alex e em seguida pelos outros 3 membros da gangue, isso na frente do marido e ela acabou se matando depois por não conseguir comviver com o que haviam feito com ela); violação de residência, roubo (subtração de bens e valores com emprego de violência ou grave ameaça à pessoa); lesão corporal dolosa, tentativa de furto e homicídio preterdoloso.
No decorrer do livro a impressão que dá é a de que o autor quis que o leitor ficasse com pena do Alex, como se mesmo ele sendo um amante inveterado da violência gratuita e da pura e simples agressividade infanto-juvenil ele fosse uma vítima ou resultado de um sistema, da sociedade ou do universo.
Enfim aos que tiveram coragem de ler toda a resenha esse foi meu ponto de vista talvez tenha interpretado de forma equivocado mas no geral é um livro curioso.

Marina.Castro.F 16/08/2023

Apaixonada por essa leitura
Sempre tive medo de ler esse livro, porém tive uma surpresa incrível. O autor é genial tanto em relação ao enredo quanto em relação à linguagem (nesse ponto, a linguagem criada pelo autor é um show à parte). Apesar de violento, o livro consegue trazer discussões interessantes e profundas. Recomendo demais a leitura. Imperdível!

Tiago.Guedes 14/08/2023

Delinquentes e perturbados
"A Laranja Mecânica", obra-prima de Anthony Burgess, mergulha na mente perturbadora de Alex, líder de uma gangue violenta. O livro questiona a liberdade, o condicionamento social e a natureza da moralidade, explorando a violência como expressão do indivíduo na sociedade moderna. A linguagem inovadora, misturando russo e gírias, amplia a experiência do leitor. Uma narrativa impactante que permanece relevante ao examinar as complexidades da psicologia humana e da cultura contemporânea.

Kevin 13/08/2023

Clássico!
É comum fazer a comparação entre a obra de Burgess e o filme de Stanley Kubrick. Para mim, que assisti ao filme antes de ler o livro, serviu bastante para me situar no ambiente e em relação aos personagens e gírias que eles falam. Essas gírias são, por sinal, um ponto negativo do livro, pelo menos para mim. Eu entendi a intenção do autor em criar a linguagem "NADSAT", uma espécie de dialeto comum aos jovens transgressores. Mas chega a um momento na leitura que se torna extremamente chato ter que ir ao glossário (que na edição original nem existia!) toda hora para descobrir o que significa aquela palavra ou expressão dita pelo personagem.

Laranja Mecânica retrata a falha governamental ao tentar realizar um controle do crime através de um condicionamento psíquico. Como diz um determinado personagem do livro: a bondade só se torna real se partir da vontade do sujeito.

Ludmila177 08/08/2023

Ler um clássico é sempre um mistério para mim. Geralmente paro no meio da leitura e me questiono se estou gostando de verdade, ou se estou me deixando levar pela maioria.
No geral, a leitura começou meio pesada e isso contou como pontos negativos, mas esse mesmo aspecto me fez mergulhar, alguns capítulos depois, na personagem que o Alex é. Admiro obras (independente da mídia) que me fazem sentir coisas diferentes, e Laranja Mecânica me fez sentir medo como eu sinto na vida real (principalmente por ser uma mulher no Brasil), vitória e depois medo de novo.
Foi uma leitura que me proporcionou breves momentos de reflexão e de imersão - e, devo dizer, que de diversão também. Acho que é isso, um clássico é um clássico, e ele impacta as pessoas de jeitos diferentes.