Vitória 05/10/2023
Winx com safadeza
Eu entrei numa ressaca literária desgraçada depois de Elantris. Além de me entregar uma fantasia péssima, o Brandon Sanderson ainda fez com que eu não conseguisse ler mais nada. Geralmente a minha fórmula mágica pra fugir de ressacas consiste em um romance de época rapidinho e bem slow burn, mas passei dois dias presa no primeiro capítulo de um até que resolvi desistir. Não queria pegar uma fantasia hot agora, uma vez que tinha acabado de sair de uma fantasia épica e faltavam poucos dias pro lançamento de um monster romance com o qual eu estava muito ansiosa, mas não teve jeito, esse negócio me chamou e foi uma leitura certeira que eu engoli em um dia só.
Eu já tinha lido Ilha Carnage dessa autora ano passado e amado, mas acho que aqui, por ser uma série, ela tem potencial pra atingir novos patamares comigo (quem sabe venha um favorito aí no futuro). O sistema de magia daqui me encantou logo de cara, porque basicamente nós temos uma escola das Winx sem asas e com safadeza, quer coisa melhor que isso? Os faes controlam um ou mais dos 5 elementos da natureza (sendo o quinto o espírito, porque a gente sempre tem que ter algo estilo coração do Capitão Planeta, mas eu passo meu pano) e se dividem entre alas de uma universidade pra estudarem o seu tipo de magia. Além disso, dependendo do número de elementos que os faes controlam, eles podem ter um ou mais parceiros (sim, a tão amada parceria está de volta) e a notícia boa é que a Claire, nossa mocinha, controla os cinco.
Por ser uma fantasia hot, eu esperava quase zero desenvolvimento da magia e muita safadeza, mas me enganei. Esse é literalmente um livro introdutório. A autora coloca muitos elementos fantásticos na história, e explica bem todos eles. Existe um motivo pra Claire ser "a escolhida", uma história do passado dela que ela própria não conhece e até mesmo uma profecia. Ainda que não seja normal esperar algo do tipo de livros do gênero, a autora consegue fazer com que a leitura nunca deixe de ser interessante. Eu ficava ansiosa pra que os dias passassem e a Claire conhecesse os outros lugares da universidade onde faes com poderes diferentes tinham aulas e, quem sabe, encontrar um de seus possíveis parceiros, que foram de longe o ponto alto do livro.
Titus é o golden boy que esbanja simpatia e te deixa pelada depois de duas risadas. Com ele a minha paixão foi literalmente à primeira vista. Sem contar que lá pra frente a gente vê o bonito em situações de fragilidade, e aí foi que ele me ganhou mesmo. Com o Exos as coisas demoraram mais um pouco. Ele é muito fechado e demora a se mostrar, mas, quando acontece, é impossível não cair na lábia dele. Gosto de como a autora constrói mocinhos completamente opostos e mostra ele como diferentes um do outro pra que a agente perceba o motivo da Claire querer correr pros braços de um ou do outro dependendo do momento. A tensão sexual consegue ser ainda melhor do que em Ilha Carnage. Todos os protagonistas tem muita química entre si, e por isso eu comecei a implorar por um hot desde a página 10, mas a autora faz questão de torturar as leitoras e adiar esses momentos o máximo que ela pode, pra que quando eles cheguem pareçam ainda melhores. Fiquei chateada porque os meninos deram a entender que, apesar de um respeitar a parceira do outro, eles não conseguiriam se envolver num hotzão todos ao mesmo tempo? Sim, porque eu tô lendo harém reverso pra isso, mas pelas cenas só de agarração entre os três acho que a autora pode me surpreender nos próximos volumes.
Como se não bastasse, a mulher ainda deixa um belo de um cliffhanger no final pra gente ficar se roendo pra pegar o próximo. Digo desde já que o Vox já me conquistou e que pra mim ele é o avatar do Sebastian da Bruna Pallazzo, não interessa a descrição que tenha desse homem no livro. Estou curiosa pra ver como a Claire vai se sair treinando os seus poderes de ar, e já suspeito de que o Sol vai ser o seu parceiro da terra. Um cara grandalhão com o jeito fofinho dele é exatamente o que falta aqui. Queria que o Rio fosse o fae da água dela? Queria, mas tudo indica que não é, então vou me contentar em parar de fazer teoria doida que só vai me fazer ficar decepcionada lá na frente e seguir o fluxo. Não entendi foi nada do que aconteceu no epílogo com o Exos, mas sinto que vai dar merda e, do jeito que sou fofoqueira, não vou aguentar nem um mês antes de pegar o próximo livro, e o fato de ser uma leitura rapidinha só aumenta a minha vontade. Tomara que já estejam todos publicados no Brasil, se não eu corro doida no meio da rua.