Caren Gabriele 27/06/2014Dragões de Éter: Círculos de Chuva O primeiro livro dessa trilogia chegou em minhas mãos a quase dois anos atrás. Lembro da paixão com que me dediquei a ele e de como fiquei feliz ao descobrir que brasileiros também escreviam boas ficções atualmente. Mas quando Círculos de Chuva chegou a minhas mãos, eu já não me encontrava tão empolgada assim. Não me lembrava de boa parte da história, tudo o que me restava era aquela sensação de que os anteriores tinham sido boas leituras e a lembrança de como me senti com eles. Sem tempo para reler os outros livros e com a necessidade de adiantar a leitura por causa da escola, peguei o resumo e as resenhas que eu mesma fizera anos antes e parti para a leitura.
"Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo Rei e vive a esperada Era Nova. Coisas estranhas, entretanto, nunca param de acontecer... Dois irmãos sobreviventes a uma ligação com antigos laços de magia negra descobrem que laços dessa natureza não se rompem tão facilmente e cobram partes da alma como preço. Uma sociedade secreta renascida com um exército de órfãos resolve seguir em frente em um plano com tudo para dar errado em busca do maior tesouro já enterrado, sem saber o quanto isso pode mudar a humanidade. O último príncipe de Arzallum viaja para um casamento forçado em uma terra que ele nem mesmo sabe se é possível existir, disposto a realizar um feito que ele não sabe se é possível realizar. Uma adolescente desperta em iniciações espirituais descobre-se uma mediadora com forças além do imaginário. E um menino de cinco anos escala uma maldita árvore que o leva aos Reinos Superiores, ferindo tratados políticos, e dando início à Primeira Guerra Mundial de Nova Ether."
Então, durante e mesmo depois da leitura, percebi que já não era a mesma coisa: Eu não era a mesma e o frenesi causado pelos dois primeiros livros já não estavam mais em mim. Ainda assim, dei quatro estrelas. Por quê? Porque a história é bem escrita, tem um bom enredo, flui sem grandes problemas até mesmo nas cenas de guerra e os personagens são sempre bem construídos.
Aliás, sobre os personagens: Ariane e João continuam sendo personagens muito maduros para sua suposta idade o que condis com a trama por ambos terem passado por momentos muito difíceis no passado, então, é claro que gosto muito deles (: Axel infelizmente parece não funcionar sem Maria, simplesmente não dá. Os capítulos dele foram um sofrimento, apenas a aparição dos novos personagens fizeram com que fosse suportável ler. Maria por outro lado ganhou um ar mais descontraído, embora ainda sentindo a perda de Axel, a quebra do "amor perfeito" deles fez com que ela agisse mais como uma jovem normal e menos como uma criatura oprimida por um amor de magnitude épica. O que quero dizer é: Gostei do fim do relacionamento deles, fez com que Maria soasse mais "humana". Snail e Galford pra mim foram o casal destaque, abre alas do livro, por quem me apaixonei. Infelizmente eles tem poucas aparições, mesmo assim sempre estava ansiosa por um pouco mais deles dois. A capitã também ganhou grande destaque e acabei me afeiçoando a personagem. Infelizmente, personagens como Branca, os gêmeos Darin e ainda menos Ruggiero, foram pouco explorados o que me deixou um tanto quanto decepcionada.
Sobre o gostinho de quero mais supracitado: Não me refiro a um gostinho de quero mais que histórias muito envolventes sempre nos deixam, mas sim a um gostinho de quero mais devido a um final que sim, foi uma conclusão adequada ao livro mais que deu a entender que as coisas não acabariam por ali. E quer saber? Acho isso um ponto positivo. Manteve o tom de realidade que o autor sugere, ou seja, aquela foi apenas uma das muitas aventuras vividas por aqueles personagens, eles cresceriam ainda, passariam por coisas terríveis e lindas, viveriam, mesmo depois das palavras até ali narradas por nosso amado bardo Raphael Draccon, afinal a vida é um ciclo, um circulo. Assim, simplesmente percorra-o.
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