Sueli 05/07/2018
A Violência Tem Gênero?
“O Anjo das Trevas” traz de volta os mesmos personagens principais de “O Alienista”, embora seja Stevie Pipe o narrador desta longa e incrível novela recheada de violência e figuras históricas reais dos Estados Unidos.
A questão principal de “O Anjo das Trevas” discute o gênero do assassino, já que existe a crença infundada que mulheres sejam incapazes de crimes violentos, principalmente contra seus próprios filhos.
Caleb Carr, ele próprio vítima de abusos físicos infligidos por seu pai Lucien Carr que em sua juventude matou seu amigo e mentor David Kammerer, 12 anos mais velho, alegando assédio sexual, e com isso cumprindo pena de dois anos de detenção. Lucien casou-se anos mais tarde com a mãe de Caleb, mas sempre manteve uma postura violenta em relação à família. E, imagino que seja este o motivo dos livros de Caleb Carr retratarem tão fielmente as questões de violência doméstica e infantil.
Embora ache que Theodore Roosevelt seja figura histórica favorita de Caleb Carr já que em seus dois livros, aqui citados, ele protagoniza cenas cruciais, em “O Anjo das Trevas” a cidade de Nova York parece firmar-se como a figura central dos romances.
“O Anjo das Trevas” é um livro muito longo, com cenas de violência extrema, muita reflexão psicológica e longas e cansativas cenas do julgamento dessa assassina fria, calculista e perversa. Quase uma Moriarty, grande antagonista de Sherlock Holmes, mas que nos prende de forma definitiva a partir da metade do livro.
Prepare-se para lágrimas em cenas de grande desgraçamento. Mas, se você já leu o livro anterior deve ter se acostumado.
Um livro imperdível!
Tomara que resolvam produzir o seriado, assim como fizeram com “O Alienista”.