Contos Clássicos de Vampiro

Contos Clássicos de Vampiro Goethe
Bram Stoker
M. R. James
Théophile Gautier




Resenhas - Contos clássicos de vampiro


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Lima Júnior 26/01/2011

Este livro mostra o quão injustiçado é o tema vampirístico, devido à literatura atual. Na maioria dos contos aqui presente, senão todos, tendem a deixar o leitor em máxima atenção ao texto, ansioso para com a conclusão do mesmo. Apesar de não ter gostado muito da temática em poesia, através de Goethe, Ossenfelder (esse mesmo foi muito sem graça) e Bürger, o que valeu por todo o livro fora O Vampiro de John Polidori, incrível conto que me fascinou e deixou-me muito surpreso. Os demais contos são excelentes, destacando A Tumba de Sarah, Porque o sangue é vida e Vida de Apolônio de Tiana.
Camila 24/11/2013minha estante
O Vampiro, Porque Sangue é Vida e A Tumba de Sarah foram meus contos favoritos. É perfeita a forma como são escritos, deixando o leitor curioso, ansioso e até um pouco assustado!


Lize 08/12/2015minha estante
"O vampiro" e "A morta amorosa" são os melhores!
Mas também não gostei dos poemas no final, me deram um sono danado!


Karol651 23/04/2024minha estante
Nossa vc disse tudo! O Vampiro de John Polidori foi o meu conto favorito. Vez ou outra releio. A morta amorosa tbm me deixou vidrada do começo ao fim apesar de ter odiado o final. E dos poemas, o único que gostei foi o Der Vampir mesmo. Hoje em dia a figura do Vampiro é muito desvalorizada mesmo, perdeu a essência em muitas obras.




Renan Caíque 20/04/2021

Contos Clássicos de Vampiro
"Contos Clássicos de Vampiro" foi publicado em 2012 pela @editorahedra. O livro abre com uma incrível introdução de 30 páginas escrita por Alexander Meireles da Silva, que navega pela história dos vampiros desde a sua origem até a sua influência nos dias atuais.
O primeiro conto é o curto "Trecho de um Romance" de Lord Byron, que ficou incompleto, mas tem a sua importância, por ter inspirado John Polidori a escrever "O Vampiro", que inclusive é o segundo conto que aparece no livro. Este conto, publicado originalmente há mais de 200 anos, é considerado uma das mais importantes e influentes histórias vampirescas da literatura ao apresentar o seu elegante, mas terrível protagonista Lord Ruthven, inspirado no próprio Lord Byron, trazendo o que viria a ser o estereótipo do vampiro aristocrata, culto e charmoso, bastante utilizado até hoje.
"O Hóspede de Drácula" de Bram Stoker, foi publicado postumamente. E segundo a sua esposa viúva, este seria o capítulo introdutório do famoso "Drácula", mas acabou ficando de fora, por ser muito longo. “Porque o sangue é vida” de Francis Marion Crawford, descreve a trágica história de Cristina, que fora assassinada e retorna como uma vampira. É uma bela história com uma atmosfera gótica. “A Morta Amorosa” do francês Théophile Gautier, apresenta uma vampira que seduz um padre para o pecado, associando a vampira feminina ao arquétipo da mulher fatal, a personagem é envolta por sensualidade e luxúria, algo também utilizado no clássico “Carmilla”
O livro depois apresenta os não tão conhecidos “A tumba de Sarah” de F.G. Loring e “Um episódio da história da Catedral” de M.R. James; cada um com a sua contribuição para a literatura vampírica. E ainda, de apêndice, temos o curto conto “Vida de Apolônio de Tiana” de Filóstrato, e os poemas “O Vampiro” de Heinrich August Ossenfelder, “Lenore” de Gottfried August Bürger, “A noiva de Corinto” de Goethe, e por último, o melhor, na minha opinião, “Christabel” de Coleridge, que chegou a influenciar Edgar Allan Poe e Sheridan Le Fanu.
Esta compilação é uma bela obra para apreciadores de histórias de vampiros, embora em algumas destas histórias, o vampiro não é ainda tão bem definido, devido ao tempo em que foi escrito, se mostrando por vezes um ser fantasmagórico, etéreo, assim como alguns contos podem soar clichês hoje, mas na época foram inovadores e importantes para moldar o vampiro como conhecemos hoje.


site: https://www.instagram.com/renan_tempest/
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Luísa Anjos 09/06/2021

"A história da humanidade vem sendo escrita com sangue."
"Contos Clássicos de Vampiro" é um volume indispensável para os interessados na literatura vampírica. Da primeira à última página, fica perceptível como o tema é profundo, antigo, enraizado e bem relevante em muitas culturas e sociedades. Essa antologia, publicada pela Hedra, traz sete contos e um apêndice com cinco obras, reunindo narrativas, poesias e fragmentos da Grécia Antiga ao século XX. Antes de cada obra, temos um breve parágrafo informando mais sobre o escritor e o texto e, mais do que isso, temos uma senhora introdução, que, na minha humilde opinião, é um dos diferenciais da Hedra. A introdução tem a autoria de Alexander Meireles da Silva - nome de peso nas áreas de Literatura Comparada e Literatura Fantástica -, e apresenta todo um panorama da literatura vampírica, citando casos históricos, referências que vão do mais antigo folclore aos filmes recentes (e na minha edição está cheia de marcações e anotações). A tradução, de Marta Chiarelli, também merece destaque, assim como a seleção dos títulos que compõem a antologia. Essa coletânea, bem como "Carmilla - A Vampira de Karnstein", que a Hedra também inclui na sua coleção de bolso, a edição comemorativa de 200 anos de "O Vampiro" e o penny dreadful "Varney, o Vampiro", ambas lançadas pela editora Clepsidra, integram uma poderosa e influente lista de obras que viriam influenciar Stoker a escrever o "Drácula", em 1897. Tanto o autor quanto a obra, aqui, dispensam apresentações: são reconhecidamente o divisor de águas no tema do vampirismo e que, por sua vez, vieram a influenciar praticamente todas as outras obras do tema que foram criadas e publicadas posteriormente. Voltando a falar dessa antologia, só não dou as cinco estrelas porque minha edição não rendeu a leitura mais prática. O livro não era muito flexível e precisei forçar muito para abrir melhor as páginas, a gramatura do papel também não colaborou para ser uma experiência confortável. Enfim, frescura de leitora, eu sei, mas não consigo deixar de levar em consideração. De resto, não penso duas vezes antes de recomendar. Para registrar meus contos favoritos do livro: "A Tumba de Sarah", de F. G. Loring e o poema "Christabel", de S. T. Coleridge, que há tempos já despertava minha curiosidade. Havia baixado o ebook para ler, mas logo percebi que precisava dele na minha estante e não me arrependi. Gostei demais
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Mara Vanessa Torres 24/04/2020

A hora e a vez das criaturas da noite
Nos últimos anos, o público leitor, espectador e consumidor de “literatura noturna” tem mergulhado em piscinas de águas rasas e bocejantes no que se refere à figura do vampiro. Trabalhos como a trilogia “Crepúsculo” ou a série televisiva “The Vampire Diaries” (Diários de um Vampiro) estão aí para romantizar e humanizar as criaturas da noite. A ideia não deveria ser necessariamente ruim, mas está longe de representar o vampiro em toda a sua magnitude, revelada pelas tradições seculares do leste europeu que tornaram sua existência um clássico. Em “Contos clássicos de vampiro” (tradução de Marta Chiarelli, 2010, págs. 266), a editora Hedra brinda todos os fãs do gênero com uma coletânea que abrange um século de narrativas sobre os sugadores de sangue.

A obra é sensacional por vários motivos; um deles está inteiramente relacionado à introdução escrita por Alexander Meireles da Silva, doutor em Literatura Comparada pela UFRJ e especialista em literatura fantástica. O material é imperdível: de forma completa, Meireles discorre sobre a origem do nome vampiro, suas várias denominações e como a cultura de diferentes povos no decorrer dos séculos ajudou a moldar a lenda dos sanguinários mortos-vivos. O pesquisador explica como os rituais fúnebres e o próprio simbolismo do sangue, associados à multiplicidade étnica, religiosa e cultural dos povos eslavos, ajudaram a fortalecer mitologias e recriar histórias orais. Para o homem de séculos passados, a ligação com o universo sobrenatural era algo tão próximo e concreto como a sobrevivência no mundo físico. Portanto, os mortos e os vivos deveriam permanecer em suas respectivas dimensões.

Um dos procedimentos de origem pagã adotados para que o morto fizesse uma passagem tranquila até o além estava relacionado aos gatos. Culturalmente associados ao sobrenatural (lembre-se das bruxas, feiticeiras e dos felinos que perambulam por cemitérios), esses animais deveriam ser expulsos de qualquer casa em que estivesse sendo realizado um velório, pois, se piruetassem em cima do corpo, o morto seria condenado a vagar sem descanso pela Terra. Nem mesmo o ciclo menstrual feminino escapou das “regras para manter um cadáver defunto”: associada à impureza, a mulher menstruada não poderia tocar o falecido. Outra crença antiga faz referência a espelhos e reflexos de água, que deveriam ser prontamente cobertos para não capturarem a alma do morto. A pesquisa de Alexander Meireles é ampla e explana também o vampiro dentro do universo literário. Para quem acha que Drácula, obra clássica de Bram Stoker, é o começo de tudo, a introdução do livro aponta novos autores e obras – muitas vezes, desconhecidos do grande público.

Os contos pertencem a ‘cometas’ como Lord Byron (Trecho de um romance), Bram Stoker (O Hóspede de Drácula, conto que foi retirado pelos editores de seu famoso livro devido a sua extensão), Francis Marion Crawford (Porque o sangue é vida, um dos melhores escritos do gênero, sem dúvidas), Théophile Gautier (A morta amorosa, um conto brilhante que associa a figura feminina vampira à luxúria, criando a atmosfera de ‘femme fatale’), F.G. Loring (autor que eu desconhecia antes de ler A tumba de Sarah, narrativa que também faz da vampira uma defunta fatal e aristocrática) e M. R. James (Um episódio da história da catedral, em que impera o suspense até o desfecho final). Por meio da coletânea, conheci o trabalho do anônimo John Polidori (médico particular de Byron e participante da roda literária tenebrosa que reuniu Byron, Shelley, Mary Godwin – futura Mary Shelley – e Claire Clairmont, irmã de Mary), autor de O Vampiro.

O apêndice do livro prioriza ainda mais as origens da figura vampírica na literatura e nos registros antigos; nele, é possível ler Vida de Apolônio de Tiana, atribuído a Filóstrato, um dos relatos da Antiguidade mais célebres no que diz respeito às criaturas bebedoras de sangue. A obra influenciou o poema “The Lamia”, de John Keats. Também é possível ler o poema “O Vampiro”, escrito por Heinrich August Ossenfelder e creditado como o primeiro poema vampiresco da literatura alemã; “Lenore”, poema de Gottfried August Bürger; “A noiva de Corinto”, do conhecido inspirador de ‘depressões’ Johann Wolfgang von Goethe e o erótico “Christabel”, de Samuel Taylor Coleridge.

Os contos foram bem selecionados e, sem a menor dúvida, apresentam muitos autores e obras, anteriormente desconhecidos, ao público. A única falta que senti foi de “Carmilla”, novela de Sheridan Le Fanu, uma genuína ode à vampira que seduz, ama e é livre das amarras convencionais. Para os devotos do estilo, a leitura é uma viagem completa, com direito à passagem de ida e guia turístico. A volta fica por sua conta e risco, pois “os mortos viajam depressa”.

site: https://biblioo.cartacapital.com.br/a-hora-e-a-vez-das-criaturas-da-noite/
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gabsbrotto 19/09/2023

Eu jurei que não entenderia uma palavra desse livro, justamente por conter contos clássicos e muito bem falados, mas foi o completo oposto! As história são incríveis e são contadas de uma forma tão fluida que muitas vezes nem percebi as páginas passarem. Meus favs foram ?Porque o sangue é vida? e ?A morta amorosa?!

Confesso que tive dificuldade em entender os poemas, mas também gostei muito.
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Nick Munson 01/10/2022

Vampiro mu haha
Achei bom, ele reúne muitos contos ótimos. Dentre eles, os meu top 3 foi:
1- O vampiro;
2- O hóspede de drácula;
3- A morta amorosa.

Os outros contos são ótimos também, acho um ótimo livro para treinar e introduzir leituras mais antigas, elas não chegam a ser nível bíblico.
Adorei toda a seleção, porém achei meio desnecessário a parte dos poemas, bom, eu não sou tão chegado em poemas, talvez você adore caso goste de vampiros e poemas, mas sei lá, acabei lendo forçado para poder terminar o livro.
É um bom livro para quem quer se introduzir no mundo dos vampiro pois ele começa contando como surgiu os termos e de como evoluiu a ideia vampiresca, enfim, além de entreter com contos ele também ensina.
Como um amante do folclore vampiresco, eu gostei do livro, recomendo para quem quer uma introdução no mundo dos vampiros.
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Nanda Lê 03/02/2022

Gótico
São contos bem representados por seus personagens vampiros, como são contos bem antigos pode vim trazer um pouco de dificuldade, alguns não tão bem elaborados mas outros bem completos e divertidos. Traz bastante curiosidades de todo surgimento e até os tempos de hoje sobre a ideia do vampiro, como foi mudando/aparecendo algumas características.
Vale a pena conhecer um pouco esse período gótico.
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Gabslareine 23/05/2021

Terminei de assistir Castlevania e uma das personagens eu lembrei que já tinha lido alguma história: Lenore. Porém não lembrava em qual livro, mas sabia que era um dos primeiros. Procurei e tem um conto do Edgar Allan Poe com o nome Lenore, mas não tinha no meu livro Histórias Extraordinárias. Lembrei dessa coleção de contos de vampiros e um dos últimos era Lenore.

Lenore de Gottfried August Bürger é um poema, que conta o sofrimento de Lenore quando seu amado vai para a guerra e não volta a dar notícias e ela blasfema o nome de Deus por considerá-lo culpado de seu tormento, por conta disso a morte vai busca-la. Interessante notar como essa história é muitas vezes usada por Hollywood em relação ao Drácula. Principalmente no filme Drácula de Bram Stoker de 1992.

O livro ainda conta com vários outros contos da mesma época do livro de Bram Stoker: Drácula. Inclusive um conto que não se sabe se é da autoria de Stoker. Gosto muito dessa coletânea.
Renata1004 23/05/2021minha estante
Que show! Não conhecia esse livro! Fiquei super interessada!


Gabslareine 23/05/2021minha estante
Super vale a pena! Eu ganhei ele na escola, se não fosse por isso também não o conheceria.


Renata1004 23/05/2021minha estante
Eu tô na terceira temporada de Castlevania. Vou procurar pra ler!


Gabslareine 23/05/2021minha estante
Leia também Carmilla - A Vampira de Karnstein ;)

Agora a animação Castlevania está perfeita! Af, quero mais!!




Emily422 13/01/2021

Só quero reclamar, pra variar...
Por que os contos e romances de vampiro tem que ser tão geniais na atmosfera mas tão pobres em profundidade... em devaneios??
Drácula foi assim, Carmilla também, o Vampiro do Polidori, o hóspede de Drácula, idem, Por que o sangue é vida, A tumba de Sarah, etc, etc.
Sempre parece que está faltando algo...
Sinto que o que falta é a complexidade, o drama real que é tão inerente a vida humana! Quelle misère!! Vou chorar.
Talvez eu esteja reclamando sem motivo. Talvez só não consegui absorver nada de muito profundo nessa profusão de contos, ou melhor, de sermões. É, talvez...
Até agora A morta amorosa foi o único conto que chegou próximo a um sentimento de confusão mental digno da existência de um ser tal como um vampiro, e mesmo assim acabou em uma pregação tediosa.
Sedenta por uma sangrenta e sombria fantasia, da vontade de seguir a dica da Beverly Cleary e, já que não vejo o livro que quero na estante...devo escrevê-lo, ou melhor, necessito escrevê-lo!!
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Mary D. 26/02/2014

Sem dúvida o melhor livro sobre vampiros que já li. Já li alguns livros sobre vampiros, assisti filmes e séries e cada um tem uma imagem diferente do vampiro. Antes desse livro eu desconhecia a origem desse personagem intrigante que sobrevive através dos séculos. O que remete ao início do livro, na Introdução feita por Alexander M. da Silva, simplesmente perfeita, a descrição da origem de algumas características ligadas ao vampiro, como a estaca no coração, que antes do uso de caixões era usada para fixar o corpo ao chão através da região do estômago e no caso do folclore relacionado ao vampiro servia para matá-lo quando fixada no coração ou então os locais de origem de histórias sobre o "sugador de sangue" nos povos eslavos, o primeiro registro sobre o uso da palavra vampiro, que ocorreu na Rússia no século XI(11), são temas muito interessantes.
No decorrer do livro são apresentados diversos contos que mostram perspectivas sobre o vampiro, em alguns na personificação de mulheres e em outros de pessoas com comportamentos estranhos.
Enfim, quando comecei a ler esse livro achei que séria uma leitura tediosa, mas as histórias presentes nele tem a capacidade de surpreender o leitor, deixa-lo curioso e até lhe causar medo às vezes (medo, pelo menos no meu caso), como em A Tumba de Sarah de F.G. Loring, que foi o conto com mais suspense, na minha opinião. Recomendo a leitura.
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@fabio_entre.livros 04/09/2015

“Porque o sangue é vida”
Meu fascínio por vampiros data de muito antes de a temática tornar-se modismo literário para adolescentes – embora eu seja bastante tolerante às inovações que essa figura sofreu, para se adaptar “aos novos tempos”; contudo, prefiro a abordagem do vampirismo que se tornou clássica, herdada da cultura gótica e, neste sentido, “Contos clássicos de vampiro” é um precioso achado. Contendo narrativas em prosa (e algumas em verso, no “Apêndice”, no final do livro) de épocas e espaços distintos, a obra apresenta textos que abrangem os aspectos fundamentais que ajudaram a moldar a imagem do vampiro convencional, “à moda antiga”, através dos tempos.
Iniciando com uma acurada e detalhada introdução que aborda não apenas a evolução do mito do vampiro desde seus primórdios, mas também as distinções entre o vampirismo folclórico e o literário, o livro começa acertadamente, inclusive evidenciando a influência do tema em diversas mídias. Esse vasto panorama ajuda na compreensão da “imortalidade” dos vampiros na literatura, mesmo nos tempos atuais.
Quanto aos contos propriamente, na maioria deles a imagem construída do vampiro está diretamente ligada ao folclore europeu, segundo o qual o vampiro nada mais é do que um cadáver animado – ou morto-vivo – de alguém amaldiçoado (como assassinos, suicidas ou vítimas de morte violenta), uma espécie de zumbi que retorna “do além” para sugar a vida/alma dos vivos, simbolicamente representada pelo sangue, a essência da vida. Contudo, na transposição desse vampirismo folclórico para a literatura fazia-se necessário dar-lhe uma roupagem gótica e, preferencialmente sofisticada, na maior parte imbuída de um caráter erótico. É o que acontece no conto “O vampiro”, de John Polidori, por exemplo. O vampiro em questão, inspirado na pessoa de Lord Byron, é um ser socialmente educado, belo e sedutor, mas oculta um lado selvagem e sanguinário – um dos moldes mais copiados posteriormente na caracterização do vampiro masculino na literatura.
Entretanto, um fato chamativo é que a maioria dos textos gira em torno do vampirismo feminino, representado de duas formas principais: como os monstros folclóricos (como em “A tumba de Sarah”, onde a vampira possui poderes semelhantes aos do célebre Drácula) e como femme fatale (como em “Porque o sangue é vida”, no qual a vampira atormenta e seduz o protagonista). Ainda em relação a vampirismo feminino, merece destaque o poema “Christabel”, que introduz o erotismo lésbico na literatura vampiresca, mesmo indiretamente, e foi uma base para “Carmilla”, de Le Fanu, icônico nessa temática.
Embora os textos sejam de épocas e culturas diferentes, portanto suscetíveis a todo um contexto histórico, o fio tríplice de morte-sangue-sedução os une e deixa o leitor seduzido e ávido por – como bem define Rita Lee em sua música – brindar à morte e fazer amor.
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Mandark 17/07/2022

Uma jornada pelos clássicos.
Fantástico ter contato com tantas obras sobre o tema. Essa leitura ampliou minha visão sobre o mito do vampiro e me deu a oportunidade de conhecer novos autores e a forte influência que exerceram em obras posteriores como Drácula do Stoker!! Uma seleção incrível e muito bem tratada!
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Pedro Schabarum 30/12/2022

Contos Clássicos de Vampiro
Sinceramente, os contos eram bons. Mas o prólogo, detalhando o surgimento da crença do mito, foi melhor que as próprias histórias.
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André 06/06/2020

Coleção dos principais contos do gênero de vampiros e dos poemas formadores da atual imagem que temos sobre a criatura. O prefácio traz um estudo bem completo da evolução do vampiro na literatura até o cinema.
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de Paula 22/11/2020

Vampiros através da História
Esta coletânea é muito interessante para quem gosta da temática vampiresca. O que eu mais gostei da edição é a introdução sobre o mito da criatura que vem apavorando e seduzindo a humanidade em vários locais do mundo, desde épocas remotas até as séries e filmes contemporâneos.

As temáticas que envolvem os vampiros normalmente possuem viés religioso, no qual, a criatura assume a personificação dos principais pecados e abominações, além de estenderem isso a todos que se relacionam com eles. Temas como promiscuidade, sensualidade, sedução de virgens, relações lésbicas, suicídio, estão muito presentes nas narrativas, que normalmente são contadas pelo ponto de vista de um observador, nunca da criatura. Os vampiros representaram por muito tempo o que a religião e a sociedade consideravam de pior nos instintos humanos.

Mesmo com muitas personagens femininas, as histórias sempre permeiam com vilania ou ingenuidade, classificando a mulher no papel que lhe cabia nas sociedades em que as principais narrativas foram escritas, nas quais esse era o papel do sexo feminino. Entretanto, na temática vampírica esses estereótipos são exacerbados. Em contrapartida, os homens são representados como ricos e de estirpe, que seduzem pela frieza de suas ações (contraposição ao homem romântico) e sempre saem impunes.

Alusões a Carmilla e Drácula são recorrentes nos contos apresentados, assim como outros que serviram de influência para as grandes obras de Le Fanu e Bram Stoker, além dos contos escritos na mesma época de Frankenstein de Mary Shelley, por Byron e Polidori. Neste sentido, esta coletânea serve de material de apoio para as leituras dos romances mais renomados.

A temática gótica era contemporânea do romantismo, por isso, muito do estilo pode ser notado em ambas escolas literárias, a principal diferença das temáticas góticas é a exploração do exótico e estrangeiro, por isso, normalmente as histórias de vampiros se passam em terras eslavas.

É um bom livro para quem tem interesse na temática, além de ajudar a compreender melhor a evolução do mito até o fenômeno contemporâneo Crepúsculo. As abordagens principais são ocidentais, muito embora o próprio nome da criatura tenha origem do leste europeu, por isso, não é tão rico em narrativas, mas é um bom começo.
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