The Word for World is Forest

The Word for World is Forest Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin




Resenhas - Floresta é o nome do Mundo


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Guilherme 25/02/2021

James Cameron seu safadinho
Logo de cara digo que me surpreendi com o livro, e como em uma obra de poucas páginas consegue aborda inúmeros temas e ter grandiosas referencias a momentos da nossa história como por exemplo o Imperialismo na África, Guerra do Vietnã e muito outros.
Pq desse título, simples, a ideia e a proposta é a mesma que o filme Avatar de 2009 (não o carequinha com a seta na cabeça) e como eu pesquisei não encontrei referencias e citações que essa história foi inspiração para o filme.
Eu não consigo falar de um livro que eu gostei e tem tanto assunto e tanto universo em 160 páginas, não gosto de dar spoiler em resenha e por isso finalizo falando que é uma leitura que se você pega não se arrepende, com personagens que tem motivações para está alie fazer tais coisas, mundo que tem uma justificativa igualmente seu povo e fora a luta dos nativos para tentar manter seu planeta (parece com algum filme ai né).


site: insta:@vamossler
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fabio.orlandini 12/02/2021

A voz dos fracos
Quem conhece as obras de Úrsula Le Guin sabe que ela nos transporta para outros mundos e outras sociedades. Nesse livro, temos o confronto dos seres humanos e os creechies. Criaturas dóceis que vivem uma estreita relação com a natureza. Mas, será que o contato com o ser humano os deixará incólumes à sua influência? Não é um livro maravilhoso, mas é um bom livro.
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Bruno Marcolino 09/02/2021

Floresta é o Nome do Mundo
Uma boa ficção científica. Ursula mais uma vez não se interessa em expecular tecnologias revolucionárias, mas trabalhar questões sociais, políticas. E nessas questões a Ursula não pega leve, trás ótimas reflexões.

Dentre os poucos contatos que tive com a autora, nesse livro a sensação que tive foi de já iniciar pelo meio da narrativa, ela não faz muitos rodeios para situar a história. Mas apesar de curto/rápido a autora trata muito bem do que fala, a Ursula é uma ótima escritora. Gosto muito dos finais de seus livros, sempre me deixam melancólicos.

Floresta é o Nome do Mundo é uma boa leitura, direto e reto. Recomendo
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Elton 06/02/2021

A palavra para mundo é Floresta
Como em outras obras da Ursula, a construção do universo é cuidadosa, bonita e serve muito bem aos temas.
E quais os maiores temas desse livro? Colonialismo, natureza, respeito, confiança e resistência.
Por mais de cinco séculos processos de colonização tem destruído o mundo que vivemos, massacrando povos nativos de diversos lugares e detonando a natureza. Com os impactos do aquecimento global cada vez mais perceptíveis, esse é um livro que, ao invés de envelhecer, só fica mais atual com o passar do tempo. Excelente para pensar nossa relação com o meio ambiente. Em que tipo de mundo queremos viver? Afinal, não há progresso em terra devastada.
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João 05/02/2021

Chato.


A história é boa, a reflexão que trás também é, mas não me conectei com nenhum personagem, me perdi várias vezes porque cada núcleo usa terminologia diferente para dizer a mesma coisa. Não achei o livro ruim, mas pra mim não foi algo bacana, chegou a ser até forçado, pois quase dormi várias vezes enquanto lia.
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Gárgula 03/02/2021

Floresta é o nome do mundo, de Ursula Le Guin
Certas leituras realmente nos cativam
Ao terminar de ler Floresta é o nome do mundo, de Ursula Le Guin, estava pensativo com tudo o que li. Aliás, da autora nunca tinha lido um romance. Apenas experimentei a leitura do conto Aqueles de abandonam Omelas. Ele está disponível através do Projeto Cápsula da Editora Morro Branco, mesma editora do livro.

A tradução foi feita por Heci Regina Candiani. É importante saber que este livro foi o ganhador do Prêmio Hugo, em 1973. Inclusive este é um dos mais importantes prêmios dado à produção de fantasia e ficção científica no mundo.

Chegamos em Floresta
O título que inicialmente pode parecer enigmático, vai sendo aos poucos entendido durante a leitura. Em um planeta alienígena chamado Athshe, completamente coberto de florestas, colonos humanos criam suas cidades e extraem a tão cobiçada madeira. A atividade madeireira exporta sua extração para a destruída Terra que está ávida por seu consumo. Ademais, grãos são cultivados nas áreas devastadas e o planeta assim também manda comida para seu planeta natal.

Entretanto este paraíso espacial já era povoado pelos athsheanos. Alguns homens costumam citá-los apenas com um apelido pejorativo: creechies. Eles são humanoides de pouco mais de um metro de altura, cobertos de pelos verdes e hábitos simples. Eles levam suas vidas em harmonia perfeita com a natureza, assim como dominam também técnicas oníricas que os humanos desconhecem completamente.

Devido a uma lei terrestre os colonizadores não podem escravizar os athsheanos. Mesmo assim eles os obrigam a trabalhar voluntariamente. Obviamente este trabalho é muito extenuante e completamente análoga à escravidão. O cenário mostra-se um barril de pólvora prestes à explodir. Podemos tirar da leitura várias reflexões incríveis sobre o que define um ser humano.

Sejam pensamentos para o futuro ou análises sobre o que foi feito no passado, assuntos como escravidão, liberdade, respeito à costumes e limites estão presentes no texto. O livro aliás é um rico manancial de perguntas e pensamentos, tornando sua leitura obrigatória, principalmente nos dias atuais.

Considerações finais
Em suma é impossível sair deste livro sem levar consigo muitas ponderações e ensinamentos. Suas 158 páginas podem nos enganar, dado o poder desta narrativa. Por isso precisamos demais da ficção científica. Ela contempla possibilidades variadas que nos fazem pensar sempre. Com suas várias histórias, proféticas ou não, acabamos sempre com a sensação de que temos o poder de permitir que aconteça ou não.

Certamente vou ler mais obras de Ursula Le Guin. Seu texto é sem dúvida alguma muito bom de ser lido, não somente pelos temas que aborda, assim como pelas reflexões que cria. Ademais essa resenha sai propositalmente no aniversário de morte da autora, dia 22 de janeiro. Espero que gostem.

Boa leitura!

Resenha publicada no blog Canto do Gárgula

site: https://cantodogargula.com.br/2021/01/21/floresta-e-o-nome-do-mundo-de-ursula-le-guin/
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Marcelo Martins 01/02/2021

A ficção científica e sua profundidade filosófica...
Mais uma obra que demonstra ser uma analogia social disfarçada de ficção científica. E como a Ursula faz isso de forma magistral em suas obras.

O livro, apesar de pequeno, possui uma profundidade incontestável. Somos apresentados ao planeta Atshe, que na língua nativa dos Atsheanos, também quer dizer floresta. Sim, o mundo praticamente inteiro é coberto por florestas. E é por isso que o ser humano, após desmatar todo o planeta Terra, vai até lá para extrair madeira e levar de volta para ser comercializada, afinal de contas, tudo que é escasso vale mais e como não há mais madeira na Terra, uma carga de madeira vale milhões e mais milhões.

É nesse cenário de colonização que a autora apresenta os Atsheanos, ou creeches, como os humanos os chamam, seres humanóides com uma estatura média de 1 metro de altura, com uma cultura muito peculiar, amantes das árvores e de tudo o que cresce, além de terem uma relação bem singular com a forma de sonhar, que é explicado ao longo da narrativa e também levanta reflexões.

À medida que a leitura progride, o livro vai revelando o que há de pior do ser humano. Conhecemos personagens mesquinhos, egoistas, que só se importam com o próprio umbigo e com seus interesses. Esses praticam atos hediondos, estupram, escravizam, matam ao seu bel-prazer e discriminam os Atsheanos das piores formas possíveis. Até que, não aguentando mais serem oprimidos, os Atsheanos iniciam uma resistência que gera conflitos sangrentos para as duas raças.

A autora consegue de forma bastante objetiva ilustrar situações que a humanidade já viveu por diversas vezes em guerras, mas que nesse contexto é figurado entre raças diferentes (não muito diferente do que já vimos na história humana). Esse é um dos motivos que fazem da Ursula Le Guin uma das autoras mais premiadas de toda a história.

Vencedor dos prêmios Hugo e Nébula, Floresta é o Nome do mundo é uma obra indispensável para os amantes de sci-fi e para qualquer pessoa que iniciar no gênero, pois reflete muito da nossa realidade.
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Fran Piva 01/02/2021

Após devastar todas as florestas os humanos terráqueos passam a buscar novos planetas para colonizar e extrair o que precisam. Um dos planetas colonizados é chamado de Novo Taiti. Este planeta, rico em árvores, é habitado por seres da espécie humanas com características únicas: pequenos, coberto de pelos verdes, com relógios biológico (digamos assim) diferente dos humanos terráqueos e não violentos, com uma comunicação que preza o toque.
A colonização é feita por homens, especialmente para extrair madeira e utilizam de mão-de-obra "voluntária" dos crechies, os habitantes nativos, que não resistem ao trabalho escravo, mas são tidos como preguiçosos por possuir outra forma de lidar com a realidade.
Nesta relação, os crechies acabam se rebelando na tentativa de defender seus pares e seu território. Depois disso, algo será diferente. Uma história sobre preconceito, sobre exploração, violência e organização, revolta, conquistas... Amei este livro!
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OdirleyDeotti 23/01/2021

Reflexão atemporal
Os temas abordados pela autora, lá na década de 1970, permanecem e se tornaram ainda mais preocupantes. A analogia é simples, porém, incisiva e impactante.
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Paulo 19/01/2021

Esse é um daqueles romances para te fazer pensar em muita coisa. Daqueles difíceis de digerir, com mensagens poderosas e uma autora enraivecida no leme. Não é o primeiro romance da Le Guin que eu leio, mas certamente é um dos que mais se diferenciam de tudo o que eu li até agora. É também um romance que vai entrar na minha lista de melhores do ano, mas, caramba. Quando eu terminei de ler precisei respirar um pouco para poder transformar minhas impressões em palavras. Certamente a autora não tinha uma visão otimista sobre a humanidade e nossa capacidade de abandonarmos o nosso belicismo.

A humanidade está em um novo planeta buscando colonizá-lo. Um planeta repleto de recursos naturais possíveis de serem enviados para Terran, lar da humanidade. Só que Athshe é um planeta repleto de árvores, florestas e criaturas nativas que são pequenas e peludas. Os athsheanos, chamados de creechies pelos humanos, são empregados de forma "voluntária" nas extrações de madeira das pequenas colônias existentes no planeta. Bem, esse trabalho voluntário se torna escravo porque os colonos não entendem os creechies como seres humanos. Os tratam como animais. Pouco a pouco as ações dos colonos se tornam mais e mais violentas; estupros se tornam comuns porque mulheres não foram enviadas para Athshe. Assassinatos são entendidos como acidentes. Os creechies são uma comunidade pacifista; dentro de seu código de conduta a violência é vedada. Eles não agridem ou machucam ninguém. Mas, tudo tem seu limite. Vai ser preciso um creechie enfurecido para virar toda a cultura deles de cabeça para o ar. E esse alguém é Selver. E ele tem uma rixa violenta com um dos principais colonos presentes em Athshe.

Não preciso dizer que a escrita da Le Guin está precisa como uma navalha nesse livro. Uma narrativa em primeira pessoa a partir de três personagens diferentes: o creechie Selver, o pesquisador humano Lyubov e o colono Davidson. A autora consegue impor vozes bem distintas nos três personagens. Selver mostra toda a ingenuidade e o pacifismo de uma cultura que valoriza o tempo dos sonhos. E que busca entender por que os humanos tanto os odeiam. Lyubov é um antropólogo enviado a Athshe para estudar os hábitos e comportamentos dos nativos locais. Ele faz amizade com Selver depois de salvá-lo de ser agredido por Davidson. Já Davidson é um colono humano que nos mostra aquilo que há de pior e mais preconceituoso na humanidade. A tradução está fantástica e o livro flui muito bem. Todos os jargões usados (que são poucos) são facilmente compreensíveis. Não detectei nenhuma falha grave de tradução.

Dadas as devidas adaptações é possível relacionar a colonização de Athshe com a chegada dos portugueses no Brasil. Okay, os nativos brasileiros não eram exatamente povos pacíficos, mas assim como os creechies eles não entendiam o significado da palavra governo. Eles até possuíam um chefe e um membro mais idoso com poderes místicos. Mas, nada de burocracia, sistema eletivo ou qualquer coisa do gênero. A chegada dos homens em Atshea modifica toda a dinâmica do mundo. Os creechies respeitam a natureza e entendem que ela faz parte do equilíbrio natural das coisas. Segundo eles, representam o contato e a transição entre o mundo real e o mundo dos sonhos. Sem florestas não há vida. As moradias deles são integradas na floresta. Madeira é o produto ao qual os colonos estão atrás neste mundo. Eles não se importam com quantas árvores vão cortar ou se será possível o replantio. Durante o período colonial no Brasil, os portugueses dizimaram mais de 80% da Mata Atlântica situada entre o Rio Grande do Norte e o sul do Brasil. Era uma imensa faixa de floresta tropical que atravessava o Brasil. Hoje, esta mesma mata ocupa apenas três estados brasileiros. Muito se perdeu em riquezas naturais e o próprio meio ambiente regional foi alterado por causa dessa espoliação selvagem. Em uma das cenas, Selver reclama do motivo de tamanha destruição a ponto de os humanos (chamados de yumanos pelos creechies) terem criado uma ilha inteira de devastação onde nada cresce mais.

Parte dessa colonização e da forma como os humanos se relacionam com os creechies mostra também o preconceito e a intolerância com o diferente. Porque boa parte dos colonos, inclusive o comandante por trás do projeto todo, não entendem os creechies como seres inteligentes. Ou seja, estamos diante de um processo de desumanização, semelhante ao que foi feito entre europeus e africanos durante o período do tráfico transatlântico de escravos. O africano era visto como um ser desprovido de humanidade e se utilizava de passagens bíblicas para justifica tal ato. Processo semelhante é empregado aqui, mas com bases no senso comum e na "normalização" do que significa ser humano e inteligente. Para eles, isso implica em uma estrutura fisiológica x e em uma capacidade de viver dentro do que se considera "civilizado". Isto é, analisa-se a cultura dos athsheanos partindo do princípio de que o homem possui a cultura ideal. Todo o resto deveria ser igual ao padrão humano. Estamos diante de um etnocentrismo claro e cruel. O meu é melhor que o seu. Isso fica claro nas colocações preconceituosas de Davidson que deseja massacrar os creechies a todo custo.

No momento do início da história está chegando uma nave que traz uma série de mulheres humanas para que os colonos possam se divertir. São trazidas Noivas e Recreadoras, ou seja, mulheres enviadas para se casarem e outras para serem prostitutas. Aqui é preciso partir de dois pontos. O primeiro também remete ao período colonial quando boa parte dos colonos acabava se envolvendo com nativas locais pela absoluta falta de europeias na América. Isso estimulava atos cruéis como estupros e outras violências. Ao mesmo tempo a Igreja via com maus olhos porque os europeus acabavam arrastando para si várias mulheres e tendo relações poligâmicas. Os nativos brasileiros não eram adeptos do regime monogâmico (apenas algumas comunidades), sendo que a mulher é que normalmente escolhia o seu parceiro ou parceiros. Ela poderia mudar de parceiro a hora que quisesse. Mas, quando o europeu chegou, essa dinâmica foi alterada. O europeu intimidava as comunidades pela força das armas. Houve uma necessidade patente de enviar solteiras europeias ou prostitutas para acalmar os ânimos locais. Essa foi uma prática ocorrida também nas treze colônias inglesas onde hoje é o leste norte-americano.

No livro, os colonos cometiam atos de violência física e sexual com mulheres creechies. Esse é o ponto de partida para a vingança de Selver. Trata-se de uma clara vendetta. Mais tarde na narrativa, Davidson se torna motivo de piada ao ser acusado de manter relações intergênero. Talvez o que fica mais não é a questão de ele ter se envolvido propriamente com uma creechie, mas o de ter usado a sua força como colono para usar mulheres creechies para saciar seu prazer. Quando esse questionamento ocorre, percebemos o quanto isso toca fundo em sua virilidade e masculinidade. Ele desejou provar um ponto para os creechies, mas revelou um lado degenerado e sádico. Quando ele imaginava os creechies fazendo prisioneiros, sempre vinha em sua mente o fato de estes estarem usando mulheres humanas em estupros, orgias ou experimentos. O sexo sempre se embrenhava em sua mente.

Preciso tocar no pacifismo dos creechies. E isso é um dos elementos mais drásticos no livro. O quanto a humanidade conseguiu degenerar uma cultura cuja base principal era a paz, a compreensão e a harmonia com a natureza. Os creechies eram incapazes de levantar a mão um para o outro quanto mais atacar outra espécie. A chegada da humanidade fez com que eles precisassem alterar seu modo de vida. O mais afetado foi, sem dúvida alguma, Selver. Uma das principais peculiaridades deles é a capacidade de entrar no mundo dos sonhos de forma a acalmar seu espírito e harmonizarem entre si. Mas, isso só pode ser feito com uma mente cristalina e transparente. Selver foi tomado por pensamentos malignos e violentos. Toda vez que ele pensa nos yumanos, ele se lembra de sua mulher e de como ela foi estuprada e ele humilhado. Bastou essa faísca para que os creechies mudassem completamente a si mesmos. A pergunta que fica é: uma vez que uma espécie abraça formas violentas de existência é possível voltar atrás?

Mas, ao serem atacados pelos creechies, os humanos não poderiam pedir ajuda? Sim, poderiam com o equipamento adequado. Infelizmente os meios de comunicação até aquele momento permitiam a comunicação à longa distância, mas a resposta podia demorar muitos anos para retornar. Le Guin mais uma vez remete à colonização europeia. Um dos motivos para a corrupção dentro das colônias era a ausência da autoridade real que levava muito tempo para conseguir tomar alguma medida contra os mal feitos dentro de seus domínios. A criação de uma burocracia local deu espaço para o surgimento de toda uma rede de corrupção que desviava dinheiro, traficava influência e tomavam medidas que bem entendessem. Outro ponto curioso é a inserção do ansível na história, um equipamento fornecidos pelos hainianos que permitia à humanidade se comunicar de forma instantânea com Terran. Chamo a atenção dessa tecnologia porque Davidson e vários outros não acreditavam na tecnologia. Imaginavam que havia a possibilidade dos hainianos adulterarem as mensagens dos humanos. Isso me fez lembrar imediatamente os questionamentos de governantes ultraconservadores acerca da idoneidade da urna eletrônica ou até da vacina contra o covid-19 (a pandemia que nos afeta no momento). Davidson politiza o emprego da tecnologia no planeta Athshe. Com isso ele tira a confiabilidade das pessoas no equipamento. Vamos ver mais tarde que tal atitude vai se voltar contra o personagem.

Floresta é o Nome do Mundo tem tantas, mas tantas camadas e temas. Fico pensando em o quanto um livro de menos de 160 páginas tem a nos oferecer e outros com mais de quinhentas não conseguem provocar um debate tão saudável e instigante. Le Guin está no ápice de seu poder como criadora. Não tenho outras palavras para usar e indicar este livro. Leiam porque é uma das melhores narrativas de ficção científica que vocês vão encontrar esse ano. E é um atestado de o quanto a autora consegue falar de assuntos tão atuais mesmo o livro tendo sido publicado originalmente em 1972. Parabéns à Morro Branco por apostar nesse material.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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lia 05/01/2021

Já li muitas coisas da Ursula, mas esse provavelmente é o que mais me impactou.De uma forma direta, ácida e agressiva, ela apresenta a violência colonial e tudo o que vem junto disso (a xenofobia, o racismo, o genocídio, ecocídio e a misoginia). Gosto de pensar que mesmo sendo um livro mais "revoltado", ainda tem uma mensagem otimista típica das obras da autora.
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Giuliane.Souza 11/11/2020

Uau!
Uma história curta porém com tanto significado que é muito maior do que muitos livros de 900 páginas. Com pouco Úrsula Le Guin mostra o pior lado da humanidade, mostra como somos egoístas e não sabemos nada sobre nós mesmos. Mostra que queremos conquistar o mundo quando não conquistamos nossa própria alma e consciência.
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Renata 10/11/2020

[marquei aqui a versão em português mas na verdade li em inglês em uma edição de 2010]
Antes de ler este livro li em algum lugar pessoas comentando que ele havia sido considerado caricato quando lançado. Não sei se isso é real, mas de qualquer forma é razoável imaginar isso levando em conta como o colonialismo e o imperialismo cometido por grandes nações por vários séculos na história é algo normalizado. Nesse livro a Le Guin mostra como há perversidade, projeção e racismo na experiência colonial, e como ela inevitavelmente transforma os dominados.
Ler esse livro em 2020 foi nauseante porque um dos narradores do livro, o comprometido colonialista, é muito realista. Algo que parece ter sido escrito como leve exagero é hoje bastante corrente. Compreensível que a Le Guin tenha dito em entrevista que escrever esse livro foi fácil mas desagradável.
Da escrita da autora o que mais me marcou foi a fluidez do texto e as descrições das florestas. O texto também é bem direto aqui. Achei ele menos lírico do que outras coisas da autora que já li. Acho que essa "retidão" do texto o torna ainda mais cortante.
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