Lauraa Machado 23/08/2021
Amador e superficial, com uma cena bem problemática também
Meg Cabot ainda é bem conhecida como escritora de livros tipo 'comédia romântica', mas faz um tempo já que eu estou me perguntando por que exatamente ela é famosa. Por que ela fez tanto sucesso e vendeu tanto? Achei que me lembraria quando lesse este livro, quando desse uma chance para um livro adulto e atual dela. Aconteceu o contrário, afinal, já que este livro é bem, bem ruim.
Tem livros que são tão péssimos e revoltantes, que me dão vontade de ficar escrevendo aqui uma resenha enorme para explicar todos os problemas deles. E aí tem livro como esse, ruim, mas vazio e que me tira a vontade de ter que falar sobre ele. Por isso, essa resenha não vai ser muito longa.
Eu queria ter encontrado alguma coisa aqui da qual tivesse gostado, mas na verdade achei tudo bem mal feito. A começar pelo furacão, que passa pela ilha como se não fosse nada e em nenhum momento me deu a impressão de ter mesmo acontecido. Tive até que parar para pensar depois e me dar conta do que tinha sido o tal furacão, porque ele me passou batido.
Além dele, o livro não tem muito propósito, a não ser criar um romance super forçado entre a Bree e o Drew (ou seja, os empecilhos são tudo da cabeça dela e aumentados demais por nada). Até a parte dos bichinhos, que eu achei que seria fofa e interessante, acabou sendo tão rasa que não deu para aproveitar.
Mas o que mais me incomodou no livro e que foi bem problemática foi a tentativa da autora de 'empoderar' a protagonista em relação a um abusador dela. Pode ser que eu dê spoiler daqui para a frente, então pule o parágrafo se quiser evitar, tá? Mas a questão é que a Bree usa uma arma para confrontar seu abusador de um jeito tão casual, que foi revoltante. Não sei se é por eu não ter qualquer experiência ou interesse por armas, por ser contra o porte de armas por qualquer civil em qualquer circunstância, mas achei violento demais ela ficar apontando uma arma para ele para confrontá-lo, principalmente quando era uma situação bem afastada do assédio e sua ameaça pareceu sair do nada.
Além dessa violência casual e aplaudida pela autora e pelos personagens, acho que toda a questão do assédio dela foi completamente superficial e mal trabalhada. Faltou mais responsabilidade da parte da autora para lidar com o assédio de forma mais sensata.
Ou seja, nada se salvou nesse livro. Não foi divertido ter que aguentar uma protagonista dramática por nada que insistia em se fazer de insegura e fingir que o cara não estava interessado nela desde o começo. É um livro tão curto, mas foi tão chato, tão amador, que eu teria abandonado, se não fosse parte de uma leitura conjunta. Definitivamente não recomendo, nem vale o esforço de escrever uma resenha negativa depois.