Mapplethorpe: uma Biografia - A primeira vez que Patricia Morrisroe, uma bela jornalista do The New York Times, viu a magnética figura do fotógrafo americano Robert Mapplethorpe (1946-1989), ele ainda não era o retratista preferido de ricos e famosos nem tinha trabalhos avaliados em US$ 100 mil. O encontro se deu no bizarro estúdio nova-iorquino do fotógrafo, em 1983, época em que ele começava a ser conhecido como o maldito documentarista do submundo gay. Ao sentir o constrangimento da jornalista diante de algumas fotos de tortura sexual, Mapplethorpe a fuzilou com um comentário provocativo. "Minha vida ainda é mais interessante." Cinco anos depois, quando este cínico das lentes já apresentava os primeiros sintomas da Aids que o mataria, a frase continuava ecoando na mente de Patricia. Na ocasião, ela se ofereceu para escrever sua biografia e por 16 vezes gravou longos depoimentos, pontuados pela "tosse agoniante" do entrevistado. As histórias não foram poucas. O que se lê em Mapplethorpe: uma biografia (429 págs., R$ 34,90) são fartas doses de perversão em casos de experiências sexuais levadas a limites impensados.