O torneio que é um misto de paixão, obsessão e desejo de todo sul-americano leva um nome, digamos, meio incógnito para nós, brasileiros. Afinal, com um grito de “Independência ou morte!”, D. Pedro I nos desgarrou de Portugal sem muita oposição, com pouco — ou nenhum — derramamento de sangue e definitivamente sem guerras. Nossa libertação foi escrita sem tintas carregadas, com heroísmo tímido e fabricado.
Mas a História não foi bem assim no restante do continente. Nas outras nove nações “sudamericanas” que se libertaram do Reino da Espanha, a palavra “libertador” carrega vários significados: do sonho republicano de San Martín ao idealismo unificador de Simón Bolívar, da bravura de Lavalle em Riobamba à obediência militar de Antonio José de Sucre.
A lenda dos libertadores, portanto, aparece esculpida em todos os rincões das nações que eles ajudaram a talhar: em monumentos, em nomes de avenidas e — por que não? — de clubes e da principal competição do continente.
Neste livro, com um pé no passado e o outro pé nos estádios do nosso continente, Alejandro Droznes nos leva a uma viagem por nove cidades sul-americanas e uma européia, mostrando como os libertadores e a jornada pela independência da América do Sul influenciam até hoje seus povos e, obviamente, a nossa maior paixão: o futebol.
Não-ficção