spoiler visualizarSara 21/04/2023
Para pré adolescentes, de presente: um transtorno de imagem
PRA COMEÇO DE CONVERSA: ESSE NÃO É O FIM DA HISTÓRIA? Eu realmente li quase 7000 páginas quase sempre tão repetitivas pra essa sequer ser a história completa??? Puta merda, que buraco pra me enfiar. Obviamente quero saber como isso termina, mas não sei se estou disposta a ler a continuação no Webtoon (porque deve se estender por mais umas 3000 páginas sem dúvida). Estou atordoada com tamanha tapeação, mas vamos lá nessa resenha né.
Acho que a autora não fazia ideia de como terminar True Beauty quando começou a escrever e desenhá-la, e tinha em mente apenas o conflito da garota feia que muda até o DNA com lente e maquiagem. Comecei a pensar nisso lá para uns 30%, quando percebi que os capítulos se arrastavam com enrolações românticas, algumas inovações aleatórias e repentinas (que logo iam embora) e com o esquecimento de personagens do início da trama (pobre da Sujin, largada às traças pra sempre). Isso me incomodou porque além de, com o passar do tempo, a história ir se dispersando cada vez mais para rumos estranhos, mais nos aproximávamos do cenário daquelas séries de 15 temporadas que deviam ter acabado na 5 (mas como ainda dá dinheiro, os diretores vão inventando cada vez mais abobrinhas desconexas apenas para continuar contando uma história que já não faz mais sentido).
Também preciso ressaltar o triângulo amoroso e a involução da protagonista. Primeiramente, eu odeio essa trope, e embora eu soubesse que tinha isso nesse manhwa, eu relevei, porque não achei que a autora fosse tão cara de pau de continuar mantendo isso até OS ÚLTIMOS CAPÍTULOS apenas porque sabia que tinha gente torcendo para os dois casais. Foi ridículo, só demonstrou ainda mais da mediocridade da autora com o roteiro e que ela não estava fazendo quase nada porque incrementava a história, e sim para fazer fanservice. No final das contas, eu, que inicialmente gostei do Suho, não torcia para mais ninguém de tão entediante que se tornou. Sobre a protagonista, na verdade, é literalmente isso: Jugyeong nunca progride em quase nenhum aspecto comportamental dela. Ela é sempre submissa e passiva em 90% das situações, como se fosse incapaz de deixar de ser assim. E honestamente é um pouco compreensível porque ela parece ter sido criada com muita rigidez pela mãe, mas isso também nunca é aprofundado então não tenho certeza.
Aliás, o passado dela mesma nunca é aprofundado. Nós sabemos no começo do manhwa que ela sofria bullying no fundamental até começar a se maquiar, e só. Não conheço bem sua família, nem sua infância e nem os sentimentos que a tornaram tão refém da aprovação de outras pessoas. Além disso, ainda sobre sua incapacidade de progressão, é que uma narrativa com potencial seria mostrar que existem diferentes tipos de beleza e ela não necessariamente precisa se modificar tanto para ser bonita. Mas isso literalmente não ocorreu em momento algum. Jugyeong é sempre descrita, vista e também desenhada como feia e nojenta sem maquiagem, e linda e delicada com. Ela não poderia cuidar da pele, cuidar das sobrancelhas, usar uma maquiagem que valorizasse seus olhos ou uma armação de óculos bonita, não, de forma alguma. Ela é linda se estiver com olhos grandes e brilhantes e pele e lábios perfeitos, do contrário é uma aberração. E acho que isso é o mais triste, fico pensando no quão mal isso teria me feito se eu lesse mais nova (como deve ser a faixa de idade do público da autora).
Enfim, ficam aí minhas 2 estrelas porque o desenho é bem feito na maior parte das vezes…