Tico Menezes 02/02/2024
Brutalmente sensível
O jogo de gato e rato se intensifica, se complica e cada vez mais inocentes caem pelo caminho. É assustador e sufocante, mas maluuuuco, como é empolgante!
Ash é um protagonista sagaz e ousado, o que costuma deixar o leitor ansioso por suas próximas ações, mas a autora faz questão de evidenciar o quão jovem ele também é. Isso faz com que ele cometa erros, não tenha maturidade emocional para lidar com o que lhe acontece, seja impulsivo, falhas humanas que dão ainda mais camadas à trama. E esse é o ponto que mais exige do roteiro, trabalhar a humanidade de seus personagens. Gosto de afirmar que isso é feito muito bem. Eiji, Max e Shorter ganham mais profundidade aqui, assim como o submundo do crime começa a expor ainda mais suas garras e crueldade. Começo a entender o porquê da longevidade dessa série.
Como eu disse acima, inocentes caem pelo caminho e isso dá uma camada a mais de tensão e confere imprevisibilidade. O senso de urgência tá sempre ligado e é energizante não saber quem será o próximo a ser capturado, chantageado ou morto. E mesmo a comédia que pode parecer fora de hora funciona aqui. São pequenos momentos, mas bem posicionados e bem escritos.
Minha única reclamação fica para a divisão dos capítulos que... Simplesmente não existe. Pois é. É um tomo direto, sem divisões. Nada que atrapalhe a leitura, porém.
Banana Fish é um mangá bem diferente. Corajoso, ousado, tenso, crítico e bem pensado. E só de pensar que a jornada ainda está no começo, já sofro pelo que espera por Ash no futuro desse mundo tão violento.