Queria Estar Lendo 20/05/2023
Resenha: Lore Olympus
O terceiro volume da série Lore Olympus chegou ao Brasil pela Editora Suma (que cedeu este exemplar em cortesia). Mais uma vez, Rachel Smythe rouba corações com capítulos cativantes, personagens maravilhosos e uma história cheia de cor e vida.
Esta resenha vai conter alguns spoilers dos outros volumes.
Começamos aqui de volta ao Submundo. Perséfone está estagiando ali e, depois de um incidente bizarro causado por uma ninfa ciumenta, tenta seguir em frente em um lugar estranho que parece acolhedor. Sua amizade com Hades parece cada vez mais confusa, porque Perséfone gosta dele, mas não sabe o quanto (e também não sabe qual o alcance dos sentimentos do Rei do Submundo por ela).
Do outro lado da moeda, Hades tem vivido conflitos emocionais por sua proximidade com a Perséfone. A relação dele com Minte anda conturbada, e o Submundo demanda muita atenção. Para ajudar, o Olimpo está cheio de fofoqueiros cada vez mais interessados em futricar no que quer que haja entre Hades e Perséfone.
Lore Olympus segue um dos meus quadrinhos favoritos. Com bom humor, a releitura das histórias olimpianas feita por Rachel Smythe é daquele tipo que você não vê as páginas passando, sabe? E esse terceiro volume, que já nos coloca num ponto da história onde os personagens já se tornaram familiares, é ainda mais gostosinho de acompanhar.
Eu amo, amo, amo Hades e Perséfone. A amizade entre os dois é uma fofura, e esse terceiro volume tem aquele sentimento de slow burn começando a faiscar para algo mais. Mas tem muito problema no caminho dos dois para que eles simplesmente parem e reflitam sobre o que sentem um pelo outro. Não apenas a relação chefe/estagiária, mas também os problemas do Olimpo. E dos seus próprios corações.
Perséfone ainda precisa lidar com o trauma de um estupro, e Hades tem problemas para se abrir e, principalmente, para entender que também é vítima de uma relação abusiva. Ainda que o quadrinho nos mostre um pouco mais da Minte e de como ela não é realmente uma vilã, tem lá seus traços de abusadora e controladora sim (e já vimos em volumes anteriores o que isso fez com o Hades).
Gostei de como foi feita uma abordagem sensível em cima do abuso que a Perséfone sofreu. Junto a outro personagem, ela finalmente entende pelo que passou; o trauma que viveu, e como isso reflete nos gatilhos que a acompanham diariamente agora.
Perséfone, aliás, está mais madura aqui. Mais segura de si. Mas ainda é aquela deusa ingênua tentando entender um mundo ao qual não tinha pertencido até então, trancafiada na "torre" que Deméter criou para ela. Ainda está se livrando das amarras de controle que a mãe colocou nela.
Lore Olympus é o tipo de leitura que só vai. Quando você percebe, já terminou de ler e quer mais.
Quem aparece bastante nesse terceiro volume é o Eros, amigo de Perséfone, e também a Afrodite. As participações dos dois são bem legais porque envolvem histórias paralelas. Eros e Psiquê dão as caras, e a Afrodite se metendo em assuntos românticos alheios também.
A edição da Suma tá linda demais, de novo. Eu amo a tradução do Érico Assis, as adaptações maravilhosas que são feitas para o português. E toda a diagramação e coloração, tá tudo perfeito.
Lore Olympus, volume 3 é mais um compilado de histórias fabulosas sobre esse Olimpo de cores e sentimentos. Mais uma sequência poderosa a uma história de amor impossível e inesquecível.
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