Resenhas - Stone Fruit

Nanda Lima 06/03/2022

Nectarina
A obra retrata, com desenho minimalista, mas diálogos hiper realistas, como o amor nem sempre (ou quase nunca) é o suficiente para manter duas pessoas num relacionamento. E tudo fica mais interessante porque é um casal lésbico (sendo uma delas trans). Os meandros das relações familiares delicadas (e, de certo modo, abusivas) são expostos em ritmo lento, e é possível chegar à conclusão de que o passado é uma marca indelével e um perseguidor difícil de se fugir.

Livia Barini 16/10/2023

Meio sem fim
Este livro me deixou com a impressão de ter entrado no meio de uma viagem e desembarcado antes do fim.
Você começa a ler e aos poucos é que vai entendendo o que aconteceu. E no fim fica muita coisa indefinida.
Não gostei.

Beatriz3345 29/01/2023

Se você ama a linguagem dos quadrinhos...
Esse quadrinho merece sua atenção. Primeiro a edição está bonita, formato quadrado e grande para enquadrar as páginas com quatro quadros cada uma. Segundo, a arte é muito boa e envolvente, e usa o visual para contar coisas que não vão (e não precisam) ser explicadas com texto, como quando elas podem correr juntas, selvagens, e serem o eu delas que muitas vezes não tem espaço no mundo ao redor.

Uma história sobre amor e identidade queer mas, além disso, sobre os outros vínculos de afetos e conflitos que ocupam a nossa vida. O amor romântico nem sempre é o suficiente para manter um relacionamento estável, pois os outros vínculos de companheirismo e relações fraternas também tem espaço no desenvolvimento dessas personagens.

É muito bom poder acompanhar Ray e Bron em paralelo, e Nessie é uma personagem criança muito real.

Enfim, uma história sensível que ecoa a metáfora da fruta que dá nome a obra: encontrar pertencimento, mesmo depois de tentar romper com as relações familiares nocivas e escolher uma nova família própria, cheia de amor, não é tão simples. É a fruta bonita, macia, desejada, mas que ainda guarda dentro de si um caroço duro. Se não houver cuidado, pode-se mordê-lo junto com a parte desejada.

Isasc.exe 15/11/2023

Lindolindolindo
Sobre como gênero atravessa nossas relações, usando uma construção de símbolos visuais pra representar a vivência queer

Dango Yoshio 14/04/2024

Criaturas selvagens também choram
A vida é como uma nectarina, são histórias permeadas de doces azedos e caroços duros no meio. Você pode até lascar um dente se for muito fundo, mas só vai saber o gosto real se se atrever a dar uma mordida.

É muito bom ver como tanto a Ray quanto a Bron enfrentam seus dilemas, e como elas vão se entendendo e se transformando no processo. Isso também se estende aos personagens que estão ao redor delas.
E achei bem interessante a representação como criaturas selvagens, meio que simbolizando um momento de liberdade das preocupações (sejam internas ou externas).

É uma HQ que eu tava há muito tempo querendo ler e não me arrependi nem um pouco! Valeu muito a pena!

mari 14/07/2022

you just have to show up
...wow.
a arte dessa graphic novel é simples, mas consegue transmitir muita coisa quando apela pros traçados fantasiosos. demorei pra pegar esse embalo, mas acabei adorando. essa história segue as trajetórias de duas personagens, tocando em relações familiares, saúde mental e questões como sexualidade e identidade de gênero. foi uma leitura muito interessante de acompanhar. honestamente, não tenho palavras pra descrever o quão as sensações retratadas reverberaram em mim.
e crianças realmente entendem mais do que as damos crédito.