Dragonero - 5

Dragonero - 5




Resenhas - Dragonero - 5


2 encontrados | exibindo 1 a 2


Paulo 02/12/2021

Como diz o tradutor dessa edição no prólogo, o grande Julio Schneider, esta era para ter sido a primeira edição da série principal. O planejamento anterior era para que as quatro primeiras edições constituíssem um volume grande, assim como foi o volume 0. Mas, como Dragonero fez tanto sucesso, a Sergio Bonelli Editore transformou a série em uma tiragem mensal. Então conseguimos ver numa boa que essa é uma edição introdutória apresentando os personagens principais, o mundo, os dramas de cada um e dando pistas do que pode estar vindo no horizonte. É uma edição parada, mais voltada para que o leitor se familiarize com o universo onde as histórias se passam. Digo até que é um bom ponto de largada para novos leitores, principalmente pelo fato de Dragonero ser uma série tão peculiar dentro da proposta da Bonelli e tendo bastante continuidade entre suas histórias. Não quer dizer que alguém vai ficar perdido se pegar o volume 10 ou 12, mas que não terá tanta graça quanto alguém que acompanha desde o começo.

Nessa edição nos deparamos com a reunião dos batedores, um evento que acontece todos os anos onde batedores de todas as partes do continente se juntam para trocar informações, confraternizar e discutir os principais problemas que os afligem. É a primeira vez que Sera participa de uma dessas reuniões e ela está curiosa com o que acontece nesses lugares. Já Ian tem outros problemas em sua mente e ao descobrir que Yeraban, o chefe dos batedores, sabe de sua condição, suas desconfianças a respeito do que Alben sabe ou não sobre o sangue do dragão só aumentam. Novos personagens nos são apresentados e pequenas pistas do que pode acontecer a seguir são lançadas. Estão prontos para encarar mais essa aventura?

Pela primeira vez temos uma troca de artistas na série. E não fiquem preocupados porque normalmente cada série da Bonelli conta com um grupo de desenhistas para que não ocorram atrasos. Matteoni deve voltar mais adiante nas edições. O que me agradou de certa forma, já que estava ficando com o olhar viciado no que queria dizer respeito ao artista. Pagliarani tem uma abordagem diferente da arte e a gente sente aquela clara influência do design de personagens oriundos das série do Tex Willer. Há um foco em fazer dos personagens únicos e com expressões características. O design do Pagliarani me faz crer que os personagens são reais e não apenas desenhos em um papel. Por exemplo, Ian tem uma expressão severa, com queixo quadrado e olhos cerrados; Sera, apesar de ter uma aparência infantil, volta e meia tem uma expressão marota que entrega sua idade maior. Ou seja, gostei muito da arte dele e até mesmo existe uma preocupação em detalhar interiores como em um momento onde Ian entrega o seu diário para que os escribas possam retirar informações úteis a outros batedores. Ali vemos a estante dos escribas com livros de diferentes tipos, a caneta empregada, a iluminação, aonde eles dormem e até a característica das tendas. Não me incomodaria nem um pouco que o Pagliarani fosse o artista regular da série. Muito pelo contrário.

Temos várias pequenas coisas acontecendo nesse volume e que devem estourar em outras edições. Mas, vale aqui alguns apontamentos quanto à construção de mundo e que nos servem para compreender melhor a história. Não são spoilers porque são coisas mínimas ditas aqui e ali que leitores mais atentos vão perceber. Por exemplo, os batedores são formados unicamente por humanos, com a única exceção de um elfo do norte chamado Ewyar. Ou seja, isso retoma a discussão de edições anteriores quanto aos problemas da coexistência entre diferentes raças. Se vimos isso antes do ponto de vista dos orcs, agora temos o lado do Império, um dos maiores agregados de humanos no continente. E isso porque Gmor é quase um batedor por si só de tantos anos que ele acompanha Ian. Mesmo assim, o orc não é aceito pelo império e ele tem a esperança de que um dia ele seja reconhecido como tal. O que coloca Ewyar em uma posição interessante, sendo o único elfo. O detalhe é que, até o momento, ele é o único batedor que anda sem nenhum acompanhante. Essa é uma regra da categoria, já que caso um batedor morra, o seu companheiro fica encarregado de comunicar o ocorrido e entregar suas notas sobre o que aconteceu.

Sera funciona como um personagem-orelha nesse volume. Através dela verificamos o funcionamento do encontro dos batedores, o que se discute e como eles se dividem. Já falei do fato de Ian entregar seu diário (todos os batedores assim o fazem), mas alguns outros detalhes também são legais. O fato de eles discutirem os problemas das terras puxa a atenção para futuras histórias ou detalhes da trama que podem vir a ter consequências em outras edições. Nossa pequena elfa ainda está se localizando no mundo de Ian, e Vietti usa essa edição para nos mostrar como ela é temperamental. Ao mesmo tempo em que ela consegue ser sábia em algumas ocasiões, dando conselhos válidos e sugestões pontuais, ela pode ser uma verdadeira pentelha em outros. Ou seja, Vietti deu uma aprofundada em sua personalidade, tornando-a mais tridimensional e verossímil para os leitores. Gosto disso e senti na pele uma coceira na cabeça quando Sera fez uma pergunta sobre a ética dos batedores em relação à população em geral... e Ian desconversou apenas.

Nosso protagonista ainda está às voltas com suas dúvidas acerca do legado que o sangue de dragão ao qual ele teve contato causou em seu corpo e sua mente. O fato de Alben ter conversado com Yeraban, fez as orelhas de Ian ficarem em pé. Ou seja, toda a tranquilidade que o mago passou para o protagonista caiu por terra, já que Alben não é conhecido por tomar providências em vão. Se ele entrou em contato com Yeraban é porque tem suas dúvidas e isso irritou o protagonista ao perceber que não consegue confiar no mago. Ian comenta um pouco mais sobre o que ele tem sentido nos últimos tempos e ainda quero entender o que ele quer dizer com a sua percepção de mundo aumentou. Não sei se tem a ver apenas com reflexos aguçados e o poder de parar o tempo por poucos segundos em situações extremas. Tem mais aí no meio. Além de conhecermos uma leve paquera do Ian nessa edição.

Um bom volume que serve como ponto de partida para os leitores. Aqui é possível conhecer vários aspectos sobre o mundo de Dragonero como o equilíbrio entre magia e tecnologia, os retornados, o perigo da falta de coexistência entre as raças e os dilemas de Ian. A arte está muito boa mesmo e curti a abordagem de Pagliarani. Ficou algumas ligeiras sugestões de futuras histórias e na última página já temos um pequeno encaminhamento sobre o que será a próxima aventura. Voltem aqui na próxima resenha para conversarmos mais sobre esta série.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
comentários(0)comente



Lucas Gama 28/06/2022

Tem coisas boas, mas em comparação aos 1?s volumes cai bem.
É um volume de transição entre um arco que acabou e outras aventuras que virão, é compreensível que não mantenha o ritmo e ação dos anteriores, mas ainda assim tem coisas boas.

É bem interessante saber mais sobre a riqueza de possibilidades desse mundo, deve ter muita história legal pela frente.
Os designs dos novos personagens são muito bons e temos uma variedade apresentada sem preguiça nos detalhes.

Negativamente, acho que o volume sofre com alguns diálogos, tem sempre momentos do tipo 'estou contando uma história, mas não vou contar tudo agora' ?
E quem ouve isso simplesmente aceita, mas enfim, pode ser birra minha, mas tbm achei bem birrento o Ian com o Alben. E só pra completar os pontos negativos, tem algumas decisões abruptas dos personagens, ou mudanças de assuntos que acho que poderiam ser diferentes. Enfim, espero que melhore nos próximos.

Mas continuo empolgado pra ler mais do Dragonero.
comentários(0)comente



2 encontrados | exibindo 1 a 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR