Dragonero - 4

Dragonero - 4




Resenhas - Dragonero: o caçador de dragões #4


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Paulo 02/12/2021

Essa quarta edição fecha todos os elementos narrativos iniciados em volumes anteriores e entrega um clímax que se estende por quase cem páginas. Edição muito competente e que apostou em uma progressão lenta e entregou o que prometeu aos leitores. Ainda não tinha visto um fumetti (quadrinho italiano) com histórias em arcos, porque geralmente as histórias são fechadas em uma só edição (no máximo duas quando é algum especial). Experimentar uma narrativa em arco de quatro edições foi uma novidade para a editora de Tex, Nathan Never, Zagor. Uma bela aposta e não é à toa que Dragonero teve um crescimento tão grande na Itália se tornando uma vitrine da nova era da Sergio Bonelli Editore. Luca Enoch e Stefano Vietti estão capitaneando a revista e ela tem uma pegada enorme de RPG. Consigo imaginar várias campanhas se passando no continente criado pelos autores. Espero que eles consigam brincar bastante com esse sandbox que eles criaram, mexendo ou mudando alguma coisa quando sentirem que precisam dar mais gás.

Embora eu implique bastante com a arte de Matteoni, essa edição é perfeita para o que ele faz. Aqui nós temos um exemplo de como um bom roteiro pode ajudar um artista. Mesmo com todos os problemas que apontei em edições anteriores, aqui por se tratar de uma edição que se passa no interior de uma fortaleza e que possui um ritmo frenético, acaba tocando nos pontos mais fortes daquilo que Matteoni é capaz de fazer. Adorei o design de interior que ele pensou para a fortaleza e até mesmo as armadilhas ao redor. Tem uma cena ótima que mostra como ele tem esse domínio de preenchimento de espaço que é quando Ian, Sera e Myrva estão subindo as escadarias da fortaleza e Matteoni coloca um ângulo visto de cima mostrando os três andares. A construção da cena é em panóptico e existe um enorme espaço aberto e central e as escadarias ficam para o canto. Cada abertura em arco revela alguma coisa acontecendo seja os inimigos pegando em armas para lutar contra os invasores, seja os personagens subindo e planejando o que fazer a seguir. Também gostei das armas e armadilhas pensadas, uma mistura fenomenal de ciência e magia. E isso é uma tônica desta série.

A ação está frenética neste quarto volume e são quase cem páginas disso acontecendo. Temos o roteiro se preocupando em fechar as pontas soltas, e os autores fazem isso muito bem, mas Matteoni conseguiu traduzir pura ação nas páginas da HQ. É o suco puro de uma boa história de fantasia com os personagens lutando contra orcs enormes armados com pesadas armaduras, espadas e machados, precisando escapar de armadilhas mortais e enfrentando o terrível antagonista no final. As cenas de luta estão ótimas e Matteoni sempre conseguiu entregar momentos emocionantes. Sem dúvida alguma, essa não era uma das minhas reclamações. São poucos os momentos mais parados ou com pegada externa, ajudando a manter uma boa impressão sobre a arte. Na minha opinião, essa é a melhor edição até o momento de Matteoni superando até o famoso volume 0.

Mesmo em uma edição voltada para ser o clímax do arco, Enoch e Vietti conseguiram trazer até temas ainda não tratados. Hrar-Dank, o chefe dos orcs que estão contra a tribo orc da Fortaleza Sombria, não queria trabalhar ao lado de humanos e elfos. Somente após Gmor convencê-lo de que seria necessário unir forças para se livrar de inimigos que empregavam uma arma tão poderosa quanto o suanin e a lama pírica, é que o chefe orc decide abrir uma exceção. Mas, a visão dele não muda mesmo depois dessa frágil aliança. Foi algo de conveniência feito para um momento específico. Diferentemente de Ian e Gmor que enxergam a possibilidade de uma coexistência pacífica entre as diversas raças que habitam o continente, Hrar-Dank considera o grupo formado por Ian (um humano), Gmor (um orc), Sera (uma elfa da floresta) e Myrva (uma humana tecnocrata) uma verdadeira aberração. E ele mesmo comenta que vários outros concordariam abertamente com essa opinião. No mundo de Dragonero, cada raça ocupa o seu espaço sem desejar se envolver muito nos negócios alheios. Temos alguns bolsões geográficos onde existe uma mistura étnica, mas não é comum e é calcada na desigualdade. Isso nos permite revisitar até mesmo a situação com Margrave exposta no primeiro volume em que o nobre decide eliminar todos os orcs de seu protetorado. E a razão para isso não fica tão clara assim sendo mais uma desculpa de Margrave do que um motivo tão urgente assim.

Os fantasmas do passado também parecem ter retornado para assombrar Ian. E nosso protagonista precisa lidar com o ressurgimento de uma figura que ele pensava ter partido há muito tempo. Embora ele desejasse que o destino tivesse sido outro, as circunstâncias nas quais ele é colocado o fazem ficar do lado oposto a essas pessoas. Precisar matá-las se torna essencial para o sucesso da missão, e Ian sabe que isso vai doer em seu coração. No passado, ele colocou seus desejos pessoais à frente de sua missão e isso provocou uma tragédia. Marcado agora pela vida, ele entende a necessidade de pensar em vidas humanas que podem ser afetadas por sua inação. É óbvio que ao final sabemos que o personagem vai precisar superar uma situação ruim. E também vemos mais um pouco dos misteriosos poderes do sangue de dragão, algo que Ian precisará lidar eventualmente.

Uma excelente edição que só consigo tecer grandes elogios. Uma maneira excelente de fechar este primeiro arco de histórias e os autores conseguiram fechar todas as pontas soltas e deixar uma ou outra coisinha a ser resolvida depois, mas nada que prejudique a história. Muito pelo contrário. Esses detalhes extras é que vão nos fazer retornar para mais uma edição. O artista está de parabéns nesta quarta edição e o roteiro o ajudou muito ao se concentrar em seus pontos fortes dando oportunidades para que ele pudesse explorar o cenário onde a aventura se passa com toques de criatividade e as cenas de ação que são limpas, coerentes e emocionantes. Um prato perfeito para quem gosta de boas histórias de fantasia.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Henry 27/06/2022

Fecha-se o primeiro arco
Nesse volume, o arco que busca a apreensão do arsenal que guarda a perigosa lama pírica , se encerra.

Estou surpreso no quão incrível é esse épico. A impressão que tenho é como se eu tivesse acabado a primeira temporada de uma série excepcional.

Me pego lembrando de alguns momentos marcantes e penso que, de fato, me importo com os personagens. Me identifico.

Myrva ganhou mais destaque, o que já fazia falta nos anteriores.

Concluo que encerro o arco extremamente satisfeito. E ansioso para continuar a aventura.
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Lucas Gama 27/06/2022

Boa conclusão de 1? arco.
Nesse volume temos as coisas que já deram certo nos outros e só tem me empolgado. Esse primeiro arco se conclui bem satisfatório, se alguém quiser ler só até aqui, já tem uma experiência legal com o personagem.

A invasão do castelo é interessante e empolgante, nada é muuuito profundo, mas é um ótimo entretenimento na minha opinião. Curti muito e lerei os próximos volumes.
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Dango Yoshio 14/04/2023

Um bom final de arco
Momentos tensos, reencontros, batalhas e explosões.

Com o final desse primeiro arco, posso dizer que Dragonero é uma leitura leve, divertida e muito recomendada pra quem curte fantasia e RPG.

E se tivesse um spin off da Sera e do Gmor eu com certeza leria! Adorei a dinâmica deles.
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Cristiano.Cruz 17/04/2022

Término do primeiro arco
Com o final deste primeiro arco, posso dizer que Dragonero conquistou um lugar de destaque entre os títulos que figuram na minha coleção, e que merecem uma releitura de tempos em tempos. Roteiro e arte em confluência para se alojar no coração do mais ferrenho apreciador de espada e magia.
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Paulo 14/08/2020

Dragonero é tudo o que se espera de uma aventura de fantasia medieval mais tradicional. Se você curte RPG, ler este material é como ler o resumo de uma boa campanha de D&D, com um ótimo diferencial: todos os detalhes dessa “campanha” são ricamente e belissimamente ilustrados. Porém, a edição de lançamento, que antecede o arco iniciado aqui em Laços de Sangue, não fugia muito do feijão com arroz das fantasias medievais mais tradicionais, com uma trama simples que remetia ao clichê da eterna luta do bem contra o mal, e da jornada para selar um grande mal do passado. Já esta história iniciada neste volume aqui, e construída ao longo das próximas três edições, é muito mais interessante.

A narrativa não é mais tão linear, misturando o que se passa no presente com flashbacks de uma aventura do passado de Ian que reverbera até os dias de hoje. Além disso, a trama, que não é tão óbvia, também prende mais o leitor, pois nos desperta o interesse em descobrir quem está por trás dos recentes incidentes que estão afetando os protagonistas, e também em saber como terminou a aventura de Ian no passado, uma vez que ele estava ao lado de personagens que não o acompanham mais em suas jornadas. Além disso, somos apresentados a antagonistas bem mais complexos, com motivações interessantes. Não é o mal pelo mal.

Além disso, o quadrinho consegue nos envolver tamanha a quantidade de detalhes desse mundo fantástico, repleto de criaturas como orcs, elfos, goblins, magos e dragões. Os autores criaram um universo muito rico, que traz inclusive elementos de Steampunk para o gênero, através da classe dos tecnocratas. Classe essa, aliás, que trás discussões muito interessantes durante a leitura.

Enfim, li este material de uma tacada só, tamanho o envolvimento com a ambientação e com os personagens, extremamente carismáticos. Se você gosta do gênero de capa e espada ou se curte um bom RPG de mesa, este material é obrigatório, mostrando que o gênero pode trazer muito mais do que aquele velho clichê da eterna luta do bem contra o mal.
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