fernandaugusta 02/10/2021A velha e boa história de espionagemSe eu esperava um livro de ação? Sim! Se eu esperava a velha e boa história de espionagem Estados Unidos versus Rússia? Não! Mas é este o mote principal de "O Golpe", além é claro da apresentação de Simon Riske, o fora da lei regenerado que é contratado por fora pelos yankees para uma missão, de início, até simples, para os padrões da bandidagem: recuperar uma carta.
Começamos em Paris, onde um time de criminosos liderado por Tino Coluzzi assalta um príncipe saudita em uma ação que dura menos de um minuto. Para Coluzzi, todo o lucro seria o dinheiro que o príncipe levava consigo. Para o mandante, um americano escorregadio, o prêmio era a pasta pessoal do príncipe. Acontece que Coluzzi resolveu pegar a pasta para si, imaginando que poderia ganhar um pouco mais.
Enquanto isso, Simon Riske fazia um serviço extra, "roubando" um relógio raríssimo de um mafioso russo. Agora do lado certo da lei, estas missões, faziam Simon experimentar o gostinho louco da sua juventude, antes de ser preso. Simon pertencera a gangue mais famosa de Marselha. Sua vida no crime começara após o suicídio do pai e a indiferença da mãe. Dono de uma mente prodigiosa, aos 19 anos liderou pela primeira vez um assalto a carro forte e foi preso - dedurado por Coluzzi, antes seu parceiro.
O que nenhum deles esperava é que seus caminhos fossem se cruzar 20 anos depois por causa da pasta do príncipe. Dentro dela, o objeto de desejo é uma carta, disputada a tapa pelos serviços secretos dos Estados Unidos e da Rússia. O conteúdo deste papel? Algo que me deixou de queixo caído, e que fundamenta uma baita revelação criada por Reich.
Entremeados pela própria disputa pessoal, Coluzzi e Simon acabam gerando uma perseguição que envolve máfia, gangues, polícia, serviço secreto internacional, espiões, tiro, porrada e bomba! Conhecemos a história pessoal de Riske, e o autor faz uma trama muito bem elaborada para colocar todo mundo em seu devido lugar na história. Acredito que ele vá usar Riske em outros livros, e usou este para nos apresentar o personagem.
Impossível não perceber a semelhança com a história de Jason Bourne (que eu adoro!). Apesar do excesso de detalhes às vezes deixar a leitura arrastada, a mensagem e o ponto central onde Reich quer chegar - revelando o que é e porque tal carta é tão importante - faz a história toda valer a pena. Pensa num homem que mexeu em um vespeiro? Mesmo de maneira fictícia, a insinuação do autor não saiu mais da minha cabeça. Os fatos históricos, se analisados pela óptica do autor, até corroboram a ficção. Reich que não espere popularidade na Rússia, depois desta...
Quem gosta de uma leitura diferente e de teoria da conspiração vai encontrar em "O Golpe" um prato cheio. Quem gosta de ação, também! Recomendado.