Resenhas - O homem que sabia javanês

Phelipe Guilherme Maciel 03/03/2017

Crítica bem humorada à Sociedade Brasileira e aos falsos intelectuais.
Lima Barreto é filho de pai e mãe negros, escravos, que após a abolição da escravatura trabalharam respectivamente como tipógrafo e professora, dando assim ao filho total acesso à educação. Lima Barreto cresceu com olhos vorazes para criticar a sociedade brasileira, que considerava racista, preconceituosa e hipócrita.
No conto "O Homem que Sabia Javanês", o escritor conta de um malandro que sobrevivia de pequenos golpes, muitos deles desaparecer sem pagar a pensão, contar mentiras e que gostava da vida mansa.
Numa situação que estava enrascado, viu o anuncio que buscava-se um professor de Javanês para ensinar um poderoso conde. Ele sem saber mais que 4 palavras da língua, que pesquisou previamente à entrevista que dar-se-ia na casa do Conde, ludibriou-o como grande mestre de Javanês, filho de Javanês nato.
Não apenas enganou o Conde, mas virou membro do governo brasileiro como Consul e Diplomata, indo inclusive ao estrangeiro para representar o país.
Uma crítica excelente à uma sociedade hipócrita que valoriza tantos falsos intelectuais, contada com humor excelente e irônico.
Cabe lembrar que Lima Barreto, grande intelectual escritor de romances como Clara dos Anjos, Triste Fim de Policarpo Quaresma, Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, entre outros, foi um grande crítico de sua época, que não pode terminar os estudos devido a falta de apoio da intelectualidade brasileira, negado na Academia Brasileira de Letras simplesmente por ser negro (Instituição essa fundada por um mulato, Machado de Assis), que morreu desiludido e pobre, sem ver a maioria de seus romances ser sequer publicada, a grande maioria veio a ser impressa postumamente.

Cleide 12/05/2022

Primeiro conto
É o primeiro conto que leio desse autor e que belíssimo enredo!! Uma crítica apresentada de maneira inteligente e muito sagaz! Recomendo!

Daniel.Paulo 30/03/2021

Castelão malandrão
Me diverti bastante lendo esse conto, Castelo, que é o protagonista, é aquele tipico malandro que muitos brasileiros são tachados, porém, Lima Barreto o fez quebrar os limites da malandragem, fazendo-o ter um sucesso fenomenal nessa arte.

Guga_12 25/07/2021

O javanês atual !
?Imagina tu que eu até aí nada sabia de ja- vanês, mas estava empregado e iria representar o Brasil em um congresso de sábios.?
O livro retrata a história de uma intrigante mentira que faz de Castelo um grande professor de uma língua a qual não tem conhecimento, assim, a história se desenrola no contexto de ampla valorização de um professor de javanês que não sabia nada de javanês, mas sabia muito bem o que queria com essa farsa.

KamillaBarcelos 06/02/2009

Nesta história, Lima Barreto com maestria consegue abordar um tema muito pouco usado pelos escritores, que são os falsos intelectuais. E que no Brasil muitos são até bem valorizados.

juliarfs 20/01/2021

interessante
um conto que fala sobre a falta de informação das pessoas e em como é fácil acreditar em algo quando não temos domínio do assunto

TR 06/10/2021

Crítica aos falsos intelectuais
Lima por meio de seu conto para a Gazeta faz uma crítica aos falsos intelectuais e políticos despreparados da nação. O homem que sabia Javanês, na verdade, era um bom mentiroso.
Ele é o espelho de grandes nomes da República Brasileira.

Gigio 24/06/2021

Brilhante
Castelo ascendeu socialmente fingindo conhecer algo que na verdade não conhecia: javanês. Candidatou-se a um emprego como tradutor dessa língua pouco difundida partindo da premissa de que, se eles precisam de um tradutor, é porque também não sabem, logo terão como saber que eu não sei. A mentira deu certo e logo ele fica famoso por uma habilidade que não possuia.

Mandy 16/11/2023

Clássico facinho
Livro bem didático, fácil de ler e rápido, ótimo para estudantes. Li para a escola e foi bem fácil, rápido e gostosinho de ler. A história é razoável e interessante, por ser em quadrinhos fica fácil de entender e de ler. É ok ?? e legalzinho.

heymariaszz 17/05/2023

O homem que sabia Javanês
O conto explora a temática da falsa identidade e da busca por reconhecimento social. Lima Barreto retrata a sociedade brasileira da época, marcada pela desigualdade e pela valorização excessiva de conhecimentos superficiais. O conto critica a hipocrisia e o deslumbramento da elite em relação a supostas habilidades exóticas, mostrando que a verdadeira sabedoria não se baseia em aparências. Através do personagem de Nhô Augusto, Lima Barreto apresenta uma crítica contundente à sociedade brasileira, que valoriza mais as aparências do que a honestidade e o conhecimento genuíno. A história revela a fragilidade das estruturas sociais e a falsa importância que muitas vezes é atribuída a pessoas que supostamente possuem habilidades especiais.

Edson anfíbios 23/03/2021

-"Saí do café e andei pelas ruas, sempre a imaginar-me professor de javanês, ganhando dinheiro, andando de bonde e sem encontros desagradáveis com os "cadáveres". Insensivelmente dirigi-me à Biblioteca Nacional. Não sabia bem que livro iria pedir; mas, entrei, entreguei o chapéu ao porteiro, recebi a senha e subi".
Muito bom?

cecilivros 09/06/2022

um prenda-me se for capaz clássico
um conto muito divertido, li em poucos minutos por ser obrigatório pra uma prova e acabei amando!! pensei o tempo todo na relação com o filme ?prenda-me se for capaz? e isso só aumentou o quanto eu gostei de ler. Enfim, indico muito!!

Bheatriz.Lessa 30/03/2021

Em terra de cego, quem tem um olho é rei
O conto é uma crítica à pessoas que são tidas como cultas, mas que na verdade tiveram mais oportunidades que outras. Os bons de lábia, os que dominam o "jeitinho brasileiro", que com as palavras certas e puxando o saco das pessoas certas alcançam posições de destaque na sociedade.
É o verdadeiro manual da trambicagem, divertido e, infelizmente, verdadeiro.
Lima Barreto fala um pouco como o Mestre Yoda, ou melhor, Yoda fala como Lima Barreto, então apesar de um possível estranhamento inicial, da pra ler o conto todo sem muitas dificuldades.

Antonia.Carla 23/03/2021

O percursor do "meta as caras"
O conto é breve e nos trás o relato de como Castelo conseguiu subir na vida, sendo professor daquilo que não sabia.

Nina 19/10/2021

O humor do jeitinho brasileiro
Quero ler Lima Barreto e esse conto pareceu o caminho mais fácil para começar.

Muito bem escrito e engraçado. O protagonista é a síntese da esperteza e malandragem.