Melhores Contos de Mário de Andrade

Melhores Contos de Mário de Andrade Mário de Andrade




Resenhas - Melhores Contos de Mário de Andrade


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WillowFrid 15/02/2023

Inexplicável
Por mais que se tratem de contos simples e aparentemente comuns, tem algo que te prende e te atrai depois que começa a ler qualquer um deles
Perfeitamente narrados, inesquecíveis depois que se lê
Muitos desses eu nunca vou esquecer, nunca tinha lido Mario de Andrade antes, mas depois disso com certeza vou considerar mais livros dele na minha vida
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z..... 04/05/2016

Muito talento e perspicácia para transformar histórias aparentemente banais e corriqueiras em textos atrativos e reflexivos, mesmo sem algo extraordinário no andamento ou qualquer apelo didático explícito. O livro tem essa caracterização, onde a exposição dos fatos se dá com informalidade similar à descrições orais no popular. Uma conversação, tendo vícios de linguagem e entusiasmo nos palavrões e expressões não existentes no rigor acadêmico. Pontos de destaque na brasilidade modernista assumida por Mário de Andrade.

Essa fidelidade com a realidade coloquial é um dos atrativos ao leitor. Tiro por mim, ao lembrar do texto introdutório que quase me fez desistir da obra. Explico. O livro foi organizado por uma estudiosa do autor e, no primeiro momento, tece considerações justificáveis às suas pesquisas. Obviamente importantes, mas com uma formalidade acadêmica que li com enfado e preguiça de descobertas. Chegando-se aos contos, a coisa muda de figura e as histórias vão conquistando pelo reconhecimento que o Mário faz soar. Onde que já li uma ênfase tão bem expressa como na palavra "derrepentemente", que o Mário acrescentou na narrativa de "O Besouro e a Rosa"? Vês o diferencial de conquista ao leitor? Pelo menos em minha aprazível identificação.

Somando algo mais do livro, está dividido em duas partes, justificáveis às boas e comuns loucuras dos autores de assumir outra identidade. No caso, Belazarte, que em uma parte é o narrador e em outra alguém citado por outro narrador como a pessoa que contou essa história. Parece uma teia de fofocas e o Mário talvez tenha objetivado o retrato disso, que é cotidiano e foi modernista em seu tempo.

São treze os contos. Histórias que variam entre o trágico, banal, humor inusitado, realidade obscura e cotidiana, de alguma forma impactantes.
"O ladrão" é inusitadamente cômico; "Nelson" chama a atenção para a rejeição, solidão e fofocas ao diferente; "Foi sonho" nos faz pensar em estabelecimentos conservadores na sociedade (como se fossem obrigação); "O peru de Natal" me fez pensar na repressão e libertação; "Piá não sofre? Sofre" retrata o descaso com os menos favorecidos; e outros seguem essa linha de retrato que provoca a reflexão ou chama atenção para uma determinada realidade. O que se espera minimamente a todo leitor.

Escolhendo dois para que fique em minha memória do livro: "O poço" foi o que mais gostei e me impressionei, com o retrato da arrogância que o dinheiro é capaz de gerar, e "O besouro e a Rosa", por ser talvez o mais famoso e até então o único que conhecia. Espaço para minhas nóias de associação com memória afetivas. Conheci esse conto nos anos 90 através de um especial da Globo protagonizado pela Carla Marins como a Rosa, no melhor estilo ninfeta inocente sedenta de descobertas e encontros como o conto evoca. Não deu para esquecer, né!

Leia e tenha suas conclusões.
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