A Luneta Âmbar

A Luneta Âmbar Philip Pullman




Resenhas - A Luneta Âmbar


605 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Antonio Luiz 18/01/2013

A inquisição não tem senso de humor
Em 18 de dezembro, por ocasião do lançamento mundial do filme A Bússola de Ouro, o jornal oficial do Vaticano L'Osservatore Romano, atacou Philip Pullman, autor do livro de fantasia no qual foi baseado o roteiro, com um longo e duro editorial. É uma distinção curiosa, que em 2005 já havia sido concedida a Dan Brown pelo Código Da Vinci e em 15 de janeiro premiou o conjunto da série Harry Potter, de J. K. Rowling. O ex-grande inquisidor, atual papa, parece acometido de incontrolável nostalgia por fogueiras e caças às bruxas.

Segundo o editorial do jornal do Vaticano, Pullmann promove uma ideologia atéia e inimiga de todas as religiões reveladas. A esperança não existe, porque não existe salvação senão na capacidade pessoal e individualista de controlar a situação e dominar os acontecimentos. Trata-se de uma obra sem Deus no horizonte, onde tudo é reduzido e feito triste, frio e desumano e ao mesmo tempo, uma saga de fantasia gnóstica em molho sessenta-e-oitista, na qual a felicidade reside na independência absoluta, não na relação.

A nova hipersensibilidade de Ratzinger a best-sellers populares e infanto-juvenis de fantasia e ficção científica dá a entender que a Igreja Católica sente-se tão frágil quanto a Autoridade que, ao final da epopéia de Pullman, é dissipada por uma mera brisa. Outrora, a honra do Index era reservada a autores tão relevantes quanto Emmanuel Kant, John Stuart Mill ou Jean-Paul Sartre. Algumas obras de fantasia, é verdade, chegaram a ser condenadas às fogueiras, mas eram de outro calibre, como o Pantagruel de Rabelais ou Paraíso Perdido, de John Milton.

Mas o tom da crítica a Pullman, além disso, dá a impressão de partir de quem não se deu ao trabalho de ir além da tela (que adaptou apenas uma parte do primeiro volume) e das orelhas dos livros. Pois seria possível, de um ponto de vista cristão, fazer uma crítica muito mais inteligente da mesma obra.

Em várias entrevistas, o escritor confirmou seu agnosticismo e sua intenção de minar as crenças cristãs. Mas se queria combater o teísmo com a trilogia Fronteiras do Universo (A Bússola de Ouro, A Faca Sutil e A Luneta Âmbar), a obra o traiu. A Igreja Anglicana, mais lúcida, parece dar-se conta disso. Ron Williams, Arcebispo de Canterbury, sugeriu em um sermão de 2004 que o ateísmo de protesto de Pullman fosse discutido em aulas de educação religiosa para jovens de 15 anos ou mais, junto com O Grande Inquisidor de Dostoievski e A Peste de Camus.

É verdade que a trajetória da protagonista a leva a acidentalmente matar Yahweh (ou A Autoridade, como também é conhecido em seu mundo), enquanto seu grão-vizir Metraton (o profeta Elias promovido a arcanjo-mor), entidade tida como enormemente poderosa e inteligente, com milênios de experiência e incontáveis exércitos de anjos à sua disposição, sofre uma derrota inverossímil e anticlimática ao se deixar seduzir por uma mulher e cair em uma armadilha óbvia.

Mas, ao mesmo tempo, nada na trama faz sentido se não se quiser supor que a protagonista e seus amigos são guiados por uma Providência. Não tem jeito: é inevitável imaginar um verdadeiro Deus, onipotente e onisciente, a manipular os acontecimentos dos bastidores e permanecer invisível e ignorado. Com certeza, os personagens dependem apenas da capacidade pessoal e individualista de controlar a situação e dominar os acontecimentos e não têm a tal independência absoluta apontada pelo Osservatore Romano.

Pois, em Fronteiras do Universo, a protagonista Lyra é escolhida e predestinada à sua missão por uma profecia, recebe a graça (o termo é usado explicitamente) de um talento sobrenatural para ler a famosa bússola e põe nela uma fé para Santo Agostinho nenhum botar defeito.

No final, ao despertar para a sexualidade como adolescentes, Lyra e seu namoradinho Will redimem não só a humanidade, como os milhões de universos habitados pelas mais diferentes espécies de seres inteligentes. Ainda mais ilógico que as tradicionais idéias cristãs de um pecado original que compromete todos os descendentes (mas ao menos só eles) e da redenção universal pelo sacrifício de Jesus (que pelo menos era um homem-deus).

O mesmo faz a física Mary Malone, aliada que surge mais para o meio da trilogia: sem questionar, mergulha em um universo desconhecido para cumprir uma missão (bancar a serpente) ditada em um computador por alguém que diz ser um anjo que ela não tem como saber se é bom ou mau e para encontrar seu caminho no estranho mundo onde vai parar, joga as varetas e confia nas orientações do I Ching como um pentecostal confiaria na Bíblia. Nem a Maria original, a mãe de Jesus, acreditou na Anunciação com tanta facilidade: o anjo precisou aparecer em pessoa e dar todas as explicações.

Como explicar o paradoxo? É-se levado a crer que faltou habilidade ao autor para compatibilizar a forma da mensagem com o conteúdo que conscientemente lhe quis dar. Oficialmente, Pullman admite a influência de John Milton (o título original da trilogia, His dark materials, cita um verso de O Paraíso Perdido), mas sua narrativa deve muito mais ao C. S. Lewis de Nárnia e ao J. R. R. Tolkien de O Senhor dos Anéis a ponto de começar a aventura em um guarda-roupa, como o primeiro, e terminá-la com uma batalha apocalíptica entre as fortalezas do Bem e do Mal, como o segundo.

Mas ambos os autores de épicos de fantasia eram cristãos intransigentes. Histórias maniqueístas que valorizam a fé, a graça, as profecias, o destino e a providência estavam totalmente de acordo com suas intenções. Quem segue tais convenções tradicionais continua, no fundo, a escrever épicos cristãos, ainda que tente inverter o sinal e se faça de Javé o vilão e de Lúcifer (na pele de Asriel, o pai de Lyra) um herói. E quem o lê sairá ainda mais convencido de que os dogmas cristãos são naturais e é necessário um Deus como o cristão para dar sentido à realidade, seja qual for o nome que tiver.

É difícil dizer como deveria ser um romance de fantasia agnóstico, humanista e coerente, mas dá para dizer: assim, não. Não deveria ser maniqueísta a ponto de reduzir o inimigo a um Mal absoluto e incondicional, sem explicação. Compreender o conflito em termos não em termos de Bem e Mal, mas de interesses e pontos de vista opostos, conciliáveis ou não, é parte de uma visão de mundo humanista. Mas Pullman faz os anjos e seu braço humano, o Magisterium (caricatura das Igrejas cristãs) agirem como se quisessem o mal pelo mal. Querem o poder absoluto, mas em nenhum momento se explica para quê, já que os anjos parecem não ter ou desejar ganhos materiais, nem prestígio entre humanos que mal os conhecem.

Para eliminar o pecado e aumentar ainda mais seu poder, parecem querer eliminar do Universo o famoso Pó que confere consciência a humanos e outros seres inteligentes um suicídio, pois são feitos dele. Por razões jamais explicadas por simples maldade, ao que parece confinam os espíritos dos mortos a uma espécie de campo de concentração subterrâneo, o inferno desse universo, sem tirar disso qualquer proveito (até que os heróis os libertam para que possam se dissolver e morrer definitivamente).

Talvez os personagens devessem ser mais céticos e não acreditar tão cegamente que um método divinatório (seja bússola de ouro, I Ching ou Tarô) possa lhes dizer o que é bom ou mau e o que devem fazer. Deveriam refletir conscientemente sobre ética, bem e mal, em vez de se submeter cegamente à fé em mensagens do além. Com certeza, não deveriam ser predestinados (por quem?), nem receber graças (de quem?), nem redimir (de que débito e a quem?) o multiverso inteiro com um ato íntimo, natural e rotineiro, que não tem por que virar as leis naturais de cabeça para baixo ou recolocá-las de pé.

Ainda assim, poderia ser fantasia: inúmeros romances e séries de fantasia, de Rabelais (Gargântua) a Terry Pratchett (Discworld), passando por Edgar Rice Burroughs (Tarzan), Robert Howard (Conan) e Monteiro Lobato (Sítio do Picapau Amarelo), entre outros, criaram mundos fantásticos sem plagiar o Gênesis, os Evangelhos e o Apocalipse.

Mas também deve-se dizer que a trilogia de Pullman tem bons momentos, alguns personagens muito simpáticos a começar pela molequíssima Lyra, ao menos nos primeiros capítulos e algumas idéias muito curiosas, das quais a mais bem achada é a dos daemons ou dímons, como preferiu a tímida nova tradução. O autor alega ter tirado a idéia, aparentemente nova para a literatura de fantasia, diretamente da sua imaginação, mas a verdade é que se parece muito com concepções indígenas.

Segundo o antropólogo Curt Nimuendaju em As lendas da criação e destruição do mundo, os apapocuva-guaranis (que vivem no Paraguai, sul do Brasil e São Paulo, incluindo uma aldeia no município da capital) acreditam que todo indivíduo tem o ayvucué, alma humana (literalmente sopro ou espírito) e acyiguá, alma animal (daemon). O ayvucué é manso, conformista e obediente, como são, no mundo de Pullman, os humanos separados de seu daemon. E o acyiguá, que exprime desejo e inquietação, reflete a verdadeira natureza do indivíduo: para um índio calmo e brando pode ser uma borboleta, para um perigoso e violento, um jaguar ou outro animal predador.

Os ursos de armadura também se mostram bem bolados, ao menos no que se refere a seus costumes e sociedade. Outras idéias curiosas, ainda que nem sempre bem aproveitadas, são a faca sutil que corta universos, os mulefas, animais inteligentes que se movem sobre rodas, e os galivespianos, minúsculos seres inteligentes semelhantes a insetos.

Infelizmente, a criatividade de tantas boas idéias é contrabalançada pelo lugar-comum dos clichês que, na maior parte do tempo, movem a narrativa. Pullman abusa de coincidências improváveis, salvamentos no último segundo, relações familiares misteriosas, reconhecimentos melodramáticos e corações derretidos. E de pontos de vista impossíveis como quando um personagem abre uma janela e vê, no meio de uma batalha imensa e apocalíptica, um galivespiano picar um piloto de uma aeronave inimiga, que perde o controle e se choca contra uma montanha a alta velocidade.

Os aspectos de suposta ficção científica da obra são mal concebidos. A noção de que a inteligência caiu do céu de repente, há trinta e poucos mil anos (vital para a história), é disparatada: Pullman deveria ter lido mais Darwin, em vez de digerir mal a cosmologia moderna a ponto de fazer do seu Pó a matéria escura dos físicos. Esta não é tangível nem visível, com luz especial ou não. Só interage com matéria normal por meio da força da gravidade. Seres e objetos feitos de matéria escura não poderiam de maneira nenhuma serem vistos ou tocados, como acontece com os anjos e daemons na história.

A idéia da matéria escura a vazar do universo e levar consigo a consciência é ridícula. Se existe, ela nos rodeia por toda parte e é muito mais abundante do que a matéria comum. Não corre risco de se esgotar, mas se desaparecesse de repente, a conseqüência previsível não seria o desaparecimento da inteligência, mas a dissolução das galáxias. Pois se os astrônomos se sentem forçados a postulá-la, é porque as estrelas se movem com tal velocidade em torno dos centros das galáxias que sairiam de órbita se não houvesse uma massa invisível e intangível várias vezes superior à da matéria normal.

Essa concepção inverossímil do Pó, além de disfarçar um espiritualismo de fato em falso materialismo, conduz a um final melancólico e decepcionante. Não porque os pombinhos são obrigados a se separar, mas pelas razões absurdamente forçadas que se alega: cada um deles não podem viver muito tempo fora de seu próprio universo, mas as janelas abertas pela faca sutil entre os universos precisam ser fechadas para que o tal Pó não vaze.

Ora, nas premissas do romance, seus universos existiram por pelo menos trezentos anos com milhares ou milhões de janelas abertas, resistindo razoavelmente bem, apesar de um lento vazamento. Trata-se do casal cujos beijinhos (de maneira igualmente inverossímil, mas enfim!) viraram a maré do Pó e salvaram milhões de universos de um colapso iminente. Que mal faria deixar uma última janela aberta durante a vida curta de um casal humano, ou pela vida ainda mais curta de uma típica paixão adolescente?

A resposta não está na lógica da narrativa, mas na falta de imaginação e habilidade do autor em questões éticas e sociais. Longe de ser sessenta-e-oitista, como quer o Inquisidor-Mor, a moral da trilogia é tacanha, britanicamente conformista. Lyra e Will são separados simplesmente porque o escritor não ousou tirar as conseqüências de deixar o desejo sexual entre dois púberes de doze ou treze anos seguir o curso natural. Pullman é um cordeiro em pele de lobo, que arromba portas escancaradas ao ridicularizar o Javé do Velho Testamento, mas não corre o risco de pôr em dúvida o que a boa sociedade britânica julga apropriado para adolescentes dessa idade.

Mesmo se Will é um garoto insuportavelmente chato, maduro e caxias, o genro ideal para o típico pai à moda antiga. Chega ao ponto de, tendo chegado a uma cidade de ladrões recém-evacuada, devastada por uma praga de espectros, fazer questão de pagar pela comida e bebida, prestes a se deteriorar, da qual necessita. Morreria de fome, supõe-se, se o autor não desse um jeito de lhe deixar um punhado de libras no bolso, levado do nosso mundo para um universo paralelo onde provavelmente não tem valor. Bem, talvez tenham, já que ele encontra lá certa marca de refrigerante transnacional que Pullman promove à transcendência cósmica.

Em certo momento, o corpo astral da cientista Mary é soprado para longe do corpo. Ela precisa se apegar à vida para voltar. O que lhe ocorre? Momentos de consumo solitário de classe média: bacon com ovos, cheiro de café, a cama no inverno, margarita com gelo na Califórnia, o restaurante em Lisboa, limpar o pára-brisa do carro... Acaso será mesmo isso que faz a vida valer a pena?

Ainda mais frustrante, anjos e bruxas convencem Lyra, deliciosamente moleca, ousada e indomável no início da trama, a entrar para uma escola de moças, seguir uma carreira acadêmica bem-comportada, ter uma vida segura, programada e rotineira, como se essa fosse a maior das recompensas. rito de passagem da infância para a maturidade. Seu épico rito de passagem não serve para mais que levá-la a atingir a maturidade de uma mulherzinha convencional. Faria mais sentido se ela fosse viver com os amigos que fez entre os interessantes e rebeldes nômades gípcios (ciganos da água).

É como dizer: bem, crianças, chega de sonhar, o importante na vida não é descobrir a verdade, salvar o mundo e dar amor, é aprender a ganhar a vida de maneira apropriada para sua classe, garantir um emprego que dê para pagar as contas, garantir a aposentadoria, lavar o carro no sábado e almoçar na casa da sogra aos domingos. E ainda vem o Vaticano falar em sessenta-e-oitismo!
Keilessine 16/01/2013minha estante
O que as pessoas mais erram em suas críticas a Pullman eh citar a Autoridade sendo Deus, pois no próprio livro diz que ele foi a primeira criatura a tomar consciencia e a partir dai se elegeu o próprio criador.


Antonio Luiz 17/01/2013minha estante
A Autoridade pode não ser o "Criador" (no qual Pullman não acredita), mas não tem dúvida nenhuma de que no contexto da história ele é Javé, o deus judaico-cristão,


Léo 14/03/2013minha estante
concordo em partes, discordo em outras, mas no geral não concordei com a conclusão e alguns argumentos dessa resenha.


Alda 25/05/2013minha estante
Parabéns, Antonio Luiz, texto inteligentíssimo! Crítica perfeita e digna dos grandes escritores. Em em três anos de Skoob é a primeira vez que leio uma uma resenha tão rica como a sua. Mesmo resolvendo, depois de ler sua resenha, , de que não lerei a obra, por falta de interesse no gênero, reitero minha admiração a sua tão bem tecida critica.


Luna Martins 21/07/2013minha estante
Concordo em partes. Mas sinceramente, só percebi que sua resenha era tão grande depois que a li. Você escreveu tudo de uma maneira bela e nem por isso cansativa.


Lucas 23/07/2013minha estante
Antonio Luiz sua critica foi absolutamente brilhante! Acabo de ler o livro e gostei da história, bem montada, com doses de suspenses e emoção, enfim, uma leitura despretensiosa que traz algumas boas reflexões. Penso que ela fechou a trilogia de forma muito satisfatória. Entretando, também fiquei com aquele Q de que havia algo errado. O autor se dizia tão "anti-cristo" mas usou vários elementos cristãos em sua narrativa. Dizia que somos criaturas sem criador, mas ao mesmo tempo, imbuia em cada capítulo a fé em uma força maior. Havia em muitas entrelinhas a presença marcante do Deus monoteísta, bíblico e cristão. Mas não consegui juntar esses pontos até ler o seu relato. Meus parabéns. (Até reduzi a quantidade de estrelas na avaliação do livro de 5 para três).


João Ferreira 08/08/2013minha estante
Não tinha reparado nesse ponto, mas levando em consideração a origem ateia do autor, ele deve ter se perdido em suas críticas e acabou por supervalorizar o cristianismo, em vez de depredar.


Raísa 07/03/2014minha estante
Gostei da sua análise, alguns pontos eu não tinha notado ao analisar a obra, mas concordo com seu ponto de vista. Com certeza o autor se perdeu ao tentar de maneira tão intensa criticar a igreja católica, impedindo que a história chegasse a altura de A Bussola de Ouro. Ademais, o que mais gostei nesse livro foram as personagens, principalmente Will e Lira


Mia 29/11/2014minha estante
Ao ler sua resenha minha impressão foi a de ver um menininho descontente porque sua história não terminou como ele gostaria que tivesse terminado, sentado num canto do jardim, embirrado, chateado e achando que poderia fazer melhor. Talvez pudesse. Mas só saberíamos se o menininho em questão reescrevesse o livro. Para tal existe algo chamado fanfiction. Boa sorte com isso. :)

(Eu realmente achei sua crítica sem sentido em muitos pontos.)


Jonathan 21/04/2015minha estante
Não consegui nem terminar de ler sua crítica pelo tamanho número de coisas que aparentemente você não prestou atenção no livro. Pelo jeito que você fala da obra parece esquecer que ela não foi escrita para a cabeça de um adulto. O livro é voltado para o público infantil, apesar de agradar muitas pessoas mais velhas, então é óbvio que não tem explicações mais complexas e que o autor usa de coincidências pouco prováveis para resolver algumas coisas. A matéria escura não pode ser vista, não sei de onde tu tirou que dimons e anjos são feitos de pó e que por isso ele pode ser visto, o pó/matéria escura não pode ser visto, tanto que a Dra Malone criou a luneta para poder enxergá-lo. Eles não querem eliminar o pó, o Lorde Asriel fala que estava tentando o salvar, assim como Lyra havia decido salvá-lo no primeiro livro. Os objetos usados como o aletiômetro e o I Ching são movidos pelo pó, que todos entendem como responsável pela vida inteligente no mundo, não por forças divinas, por isso personagens confiam nas informações passadas por esses objetos. Enfim, tem algumas coisas bem mal interpretadas em sua crítica mas como cada individuo faz a sua própria interpretação das coisas...


Dexter R. 11/07/2015minha estante
Vim ler na inocência e recebo nas fuças a revelação do fim da Autoridade. Muita gente vem ler para saber o que as pessoas pensam do livro e da muito bem para resenhar sem dar um spoiler...


Isaque 17/08/2016minha estante
Meu amigo, baita duma análise! Perfeita!


Jonas 10/05/2018minha estante
Resenha maravilhosa, e ainda me explicou um pouco sobre matéria escura, um dos grandes mistérios da ciência atual que mobiliza milhares de cientistas.

O que o senhor pontuou foi o que pensei enquanto lia, mas não consegui elaborar. Por isso, agradeço essa resenha.

Acho que Feiticeiro de Terramar nos dá boas pistas de como "... deveria ser um romance de fantasia agnóstico, humanista e coerente,". Pela falta de deuses, igrejas, vilões e pelo fato da jornada do heroi começar a partir de um erro cometido pelo próprio.


Joanna Kod'S 19/06/2019minha estante
Acho que uma coisa importante a destacar é que o agnosticismo não é o mesmo que o ateísmo. Claro que existem ateus agnósticos, mas o agnosticismo por si próprio é muito mais sobre não afirmar a existencia ou não existencia de uma forma divinatória, o que define a crença em divindade é teismo ou ateismo. O agnosticismo está muito mais voltado em como a ciencia moderna ou contemporanea pode levar a razão para dentro da religião.
"Alguém que admita ser impossível ter o conhecimento objetivo sobre a questão ? portanto agnóstico ? pode com base nisso não ver motivos para crer em qualquer deus (ateísmo fraco), ou pode, apesar disso, ainda acreditar em algum deus por fé (fideísmo). Nesse caso pode ser ainda um teísta, caso acredite em conceitos sobrenaturais como propostos por alguma religião ou revelação, ou um deísta, caso acredite na existência de algo consideravelmente mais vago. Existem ateus agnósticos, assim como teístas agnósticos." - trecho do wikipédia, por pura preguiça de catar a citação confiavel.
Existem pontos da sua resenha em que concordo completamente, mas se partirmos do pressuposto exato aqui, o texto de Pullmann faz exatamente o que se propõe, ele não deixa de lado uma crença divinatória, ele apenas mescla ela com a ciência, traz uma razão para dentro dela.
Realmente, como um romance ateista, o livro deixaria muito a desejar, mas como uma história agnóstica, eu acho bastante interessante.


thiago ramos 12/01/2020minha estante
Acho que é evidente que o "Deus" ali é uma crítica ao cristianismo, pois a Montanha Nublada nada mais é que uma igreja a "nível divino", mas é o próprio Pó quem guia Lyra e Will para a destruição desse Deus, que na verdade não é Deus. Não acho que ele tenha pregado o ateísmo, ele fala o tempo todo, inclusive usando os Mulafas, dessa interdependências das coisas no universos, ele resumidamente fala que fazemos parte de tudo e tudo faz parte de todos, não há uma inteligência superior divina como os cristãos definem(que é algo extremamente ridículo de se pensar) que controla e rege tudo, tanto que para o mundo voltar a se equilibrar, o objeto criado pelo homem, A Faca Sutil, e todas as janelas abertas por ela, tiveram que ser destruídas. A crítica aqui é ao homem e suas criações destrutivas e aos homens que procurar poder e controle através da alcunha de Deus ou "Autoridade".


Carol 20/09/2020minha estante
Pessoal todos esses livros precisa pagar pra ler ?


aannabellonaa 24/10/2020minha estante
Olá, esta é aanna gentilmente, volte para mim Por favor, por uma razão especial, estou esperando por você
(aannabellonaa@gmail.com)


Raphael.Hellmann 23/02/2021minha estante
Caracas e eu fui ler ganhei um spoiler de cara. Gente usem o recurso spoiler se houver algum na sua resenha, isso é sacanagem demais.


Marcos774 02/03/2021minha estante
Crítica Perfeita, Parabéns.


Daniel.Carmo 01/02/2023minha estante
Realmente apesar de ser uma das minhas trilogias concordo com quase tudo dessa resenha, principalmente ao que parece que o autor se perdeu em suas críticas e supervalorizou o cristianismo mesmo que não fosse a intenção dele. Deve ser por isso que gostei dos livros mesmo sendo cristão!


DAbora 07/02/2023minha estante
Concordo com tudo que foi dito e deixo minha admiração pela escrita e crítica lúcida. Enquanto lia o livro, percebi muito dos seus apontamentos, porém faltou-me destreza para compreender os pormenores que me chatiavam ao ler essas brechas sutis criadas pelo autor. O texto é bastante cansativo e forçado. Enquanto lia, sentia-me num emaranhado de ideias lançadas desordadamente e com pretexto duvidoso.

Agradeço pelas sábias palavras, pois ajudaram-me a compreender o que senti durante a leitura, além de proporcionar um aumento de minha criticidade, ferramenta essa que desejo desenvolver para extrair reflexos pertinentes a respeito de quaisquer leituras que eu fizer.




gracireis 06/05/2021

Lyra e Pan serão eternos! ?
Eu amei o final da trilogia Fronteiras do Universo e me surpreendi muito com o terceiro livro, não queria que acabasse. No começo senti dificuldade com algumas partes que achei um pouco maçantes mas isso logo passou.

O livro tem frases muito marcantes e ensinamentos que vou levar dentro de mim para sempre. Com certeza um dia farei uma releitura dessa trilogia e voltarei a me aventurar com a Lyra e o Pan. Uma das frases que gostei muito e concordo totalmente foi ?Tudo que vale a pena ter, vale a pena o esforço de trabalhar para ter.?

Nessa trilogia descobri personagens que defenderei pra sempre com unhas e dentes, são eles o Pan, a Lyra e o Will. Fiquei muito curiosa pra saber as aventuras que o Pan viveu, espero descobrir elas nos livros mais recentes do autor.

Recomendo a leitura, valeu cada minuto. E com certeza lerei tudo que já foi publicado no Brasil sobre esse universo!
Cleber 06/05/2021minha estante
???




Patricia Lima 14/06/2020

A Luneta Âmbar
Esse é o terceiro da trilogia das Fronteiras do Universo, e eu não estava dando nada para essa conclusão, porque eu tinha achado o segundo livro muito chato e a série ainda não tinha me convencido, eu não tinha gostado tanto da história, ainda...

Então acabou sendo uma grande surpresa, porque eu gostei bastante da conclusão, foi o meu favorito da trilogia.

Eu consegui me envolver na história desde o começo, adorei todas as aventuras e o entrosamento dos personagens.

Mas o que mais gostei foi toda a conexão e aprofundamento a respeito dos demons. O livro focou muito na conexão das crianças com seus demons, e eu amei demais isso, então teve uma conclusão muito linda e muito fofa.

Teve um elemento extras no final da história, que quando surgiu eu fiquei com o pé atrás, mas daí depois deixou tudo mais lindo ainda e eu acabei amando.

Então foi uma grande surpresa pra mim ter gostado mais da trilogia na sua conclusão, valeu a pena ler até o último livro.
comentários(0)comente



Nati Morgan 15/06/2020

Eu tenho uma certa dificuldade com livros de fantasia e de imaginar um mundo novo e diferente do que já existe.
Imagina só um livro de fantasia misturado com filosofia? Senhor....
Durante a leitura eu abri um arquivo no word e fiz toda uma dissertação sobre o que seria o pó que o livro dizia a todo instante, cheguei até ter certeza do que era o pó, mas com o decorrer da leitura, já estava em dúvida de tudo que tinha escrito.
A comparação que o livro traz sobre Adão e Eva fez com que eu fizesse um outro novo textão pra tentar entender toda essa nova comparação.
Sei que o filme foi um fracasso e até mesmo eu não gostei, mas a série da HBO está sendo bem recebida. Na CCXP do ano passado eu participei do painel da série e os dois atores que estavam presentes me surpreenderam por pensar além e não somente na história literal que o livro traz. O próprio ator se identificava com a história do livro porque faz com que a gente pense além e não somente com o que as grandes instituições querem que a gente acredite. Alias, até mesmo no livro há um embate entre a igreja e o pó.
A mente explode a cada novo instante, mas no final, nada se entende e acho que essa é a graça do livro no final das contas.
O autor com certeza possui conhecimento do ocultismo e da linguagem metafísica, o que dificulta um pouco o que o livro quer passar.
Enfim, o livro é bom pra passar o tempo, mas não lerei novamente a série toda.
Samuel F. (Sansão) 15/06/2020minha estante
Esse livro é maravilhoso, amo muiito


Micky 15/06/2020minha estante
Ta nas metas do ano


Waroshi 25/06/2020minha estante
Eu ainda não o terminei. Quebrei as pernas, pois comecei coma minha ex-namorada. E não terminamos. Mas irei reiniciar. Haha! Pullman tem disse. Aproveita e dê uma chance a série de Sally Lockhart. ?


Nati Morgan 25/06/2020minha estante
vou procurar essa série pra ler a sinopse, obrigada pela indicação :)


Diego 30/06/2020minha estante
Boa resenha. Já li os livros, mas a sua resenha foi melhor que eles.




Marcio 09/03/2021

Uma última aventura marcante
Digamos que eu não gostei do final, isso seria mentira. Digamos que eu gostei, isso também seria mentira. Me senti balançando sem equilíbrio durante a leitura, porque não foi de todo ruim, mas poderia ter sido melhor.

Pra começar, o Philip Pullman, diferentemente dos outros dois livros, pareceu mais prolixo. As descrições eram precisas e os cenários bem desenhados, como sempre. Mas a situação em que ele colocava os personagens, às vezes, eram descartáveis a tal ponto de que dava pra pular sem perder nada de importante. Voltas e mais voltas, aonde quer que Lyra e Will fossem, alguma coisa dava errado e eles tinham que fazer outra coisa antes de voltar para o foco deles. Parecia uma fórmula pra render mais páginas.
Contudo, acompanhar novos personagens, como Mary Malone, os galivespianos e Sra. Coulter (personagem antiga que teve mais tempo em "tela"), tornou tudo mais interessante.
Eu não gostei do final que alguns personagens tiveram, mas a forma como o Philip Pullman fez o destino de Lyra e Will não me chateou. É uma daquelas coisas que você só não queria que acontecesse, mas que entende e gosta como ressoa.

Numa visão geral, eu gostei imensamente dessa série, tudo o que foi criado, mostrado e explorado parece tão vívido na minha mente que eu poderia sonhar com isso. Sonhar em ter um daemon não faz mal, não é?
João Vitor 07/03/2023minha estante
Oi Marcio, tudo bem? Estou fazendo uma pesquisa de doutorado sobre essas obras e o impacto nos leitores brasileiros de diferentes idades, para tanto analiso as resenhas do skoob, você poderia me dizer a sua idade? 




Lu 26/10/2009

Final brilhante pra uma trilogia maravilhosa. Pena que não seja tão popular. É lindamente escrito e imaginado. Phillip Pullman é um gênio.
Babi 19/06/2010minha estante
eu juro que eu não entendo o porque não é tão famoso, o Luneta Ambar, foi um dos melhores livros que já li, com muitos detalhes, da melhor qualidade. Eu realmente adoro filmes que são baseados em livros, e já li uma entrevista que a faca sutil não vai virar, pelo fato que o publico não gostou, acho muita injustiça.


Mariana 04/08/2010minha estante
concordo totalmente.


LucasDonato 26/11/2012minha estante
Ótimo livro,trilogia maravilhosa!!


Luisa 20/05/2013minha estante
Já está entre as minhas favoritas!


Mylena.Leticia 20/12/2019minha estante
Concordo, uma das melhores trilogias que já li




Ravani 11/08/2009

Viajante
O autor viaja demais... quer criticar a Igreja católica e acaba se desviando do seu rumo... estragou toda a história da série pra ficar filosofando páginas, páginas e mais páginas sobre o catolicismo... na minha opinião, se perdeu totalmente e o desenrolar final da história foi muito ruim, perdendo todo o brilhantismo alcançado com "A Bússola de Ouro".
Márcia 30/10/2009minha estante
Acho que Philip Pullman, com a trilogia, não tinha como intenção principal "criticar a Igreja Católica".


Maíse 30/12/2009minha estante
Até que enfim uma resenha com a qual eu concordo.


Tiago 26/06/2010minha estante
Concordo :D A Bússola de Ouro é um ótimo livro (A Faca Sutil também), mas ele detonou a Trilogia nesse último livro.


Paulo A.A 25/03/2012minha estante
Exatamente o que acho, A bussola de ouro foi incrivel, e mais o menos até a metade da Faca Sutil, mas depois foi só frustação.


Rodrigo 25/11/2012minha estante
Pelo contrário, achei que o autor melhorou e muito de Bússola Dourada (sou dessa época, não gostei da mudança desnecessária, até a Luneta Âmbar. A história flui e tem um final que é muito difícil se se presumir. As alfinetadas, aliás, do estilo de Pullman acontecem desde o primeiro livro, então é esperado que ocorresse o mesmo nos seguintes, mas a crítica de Pullman não foi ao catolicismo em si, de qualquer forma, é muito além disso. Eu, mesmo acreditando em Deus, gostei da história.


Brenda Barros 16/01/2013minha estante
Concordo. Mais ou menos no meio do livro eu estava prestes a desistir, pois não aguentava mais discursos sobre a Igreja disfarçados de historia de Lyra e Will. Esperava mais do final, Afinal com livros tão bons quando A Bussola e Ouro e A Faca Sutil, o ultimo da trilogia deveria vim e fechar com chave de ouro. Infelizmente para mim isso não aconteceu :/


Raísa 07/03/2014minha estante
Concordo, o autor criticou a igreja católica e se empenhou em defender uma ideologia contra a igreja, quando poderia ter usado mais fantasia e ousadia para criar uma história a altura do primeiro livro: A Bussola de Ouro.




Mariulis 17/05/2021

Uma das melhores fantasias
Terminei absolutamente destruída por conta do final e com aquele sentimentozinho de precisar se mudar para outra cidade depois de anos formando laços e memórias naquele local. Olhar para trás e sentir uma nostalgia tremenda e querer reviver aqueles momentos bons ao mesmo tempo que se sabe da necessidade de seguir em frente.

A trilogia, que começa como uma fantasia doce e inocente, termina de forma totalmente diferente depois de explorar temas profundos. É muito gostoso e emocionante passar por essas mudanças com os personagens. Virou um favorito e eu não poderia ter voltado a ler com uma história melhor, que me trouxe de volta toda aquela emoção de acompanhar uma narrativa e se entregar para ela.

A construção de mundo é bem feita, assim como a dos personagens, apesar da primeira ser, de longe, a minha preferida. A conexão entre humanos e deamons, a relação de Lyra com os outros personagens. Tudo é de tirar o fôlego e explorando ao máximo nesse último livro. A história termina com praticamente todas as pontas bem amarradas, fechando ciclos e sanando dúvidas da melhor maneira possível. O sabor agridoce da conclusão deixa tudo melhor ainda. Indico demais.

No fim, acabei por mudar as notas dos outros dois livros pois agora consigo ver com muito mais clareza a narrativa como um todo.
comentários(0)comente



Wash 29/07/2020

Esse último livro da trilogia foi um dos livros mais malucos que eu já li na minha vida. E de uma forma positiva. A variedade de criaturas novas e toda a partipação da Mary na história, foi muito interessante.
????????
O ponto mais alto do livro pra mim é essa narrativa de vários personagens diferentes e em varios universos e situações diferentes. Isso fez com a leitura tivesse mais fluidez e não ficasse enjoativa. Mesmo com tantas coisas diferente acontecendo e em vários lugares diferentes é possível compreender tudo muito bem e não ficar perdido.
????????
Foi muito bom ver o amadurecimento da Lyra e do Will durante os livros e a forma como eles de comportaram. Toda a trama religiosa passando por entre eles e eles só fazendo o que dá vontade é bem divertido.
????????
Sobre Fronteiras do Universo: Gostei muito da trilogia e achei uma aventura muito boa de acompanhar. No começo achei que alguns trechos eram desleixados demais, mas deu pra perceber no final que é o estilo de escrever do autor
Raquel.Moreira 29/07/2020minha estante
quero muito ler essa trilogia


Wash 29/07/2020minha estante
Gostei muito! Só esse último livro que é muito corrido, mas no geral é muito bom




GustavoDC 27/03/2024

Bom fechamento da trilogia!
Antes de ler este livro, eu tinha visto alguns comentários, os quais diziam que ele deixava a desejar! Bem, para minha surpresa eu tive um impressão completamente diferente desses comentários!
Eu gostei desse terceiro livro e do fechamento da história. Segue o caminho que autor vinha trilhando durante toda trilogia. Aqui veremos a batalha final entre o grupo de Lorde Asriel e o grupo de Metratom, além das aventuras de Lyra e Will pelos vários mundos paralelos.
Além dos personagens principais (Lyra, Will, Marisa Coulter e Lorde Asriel) temos os galivespianos destacando-se.
De todo terceiro livro, a melhor parte foi, com certeza, os capítulos que se passavam na terra dos mortos! Muito bom!
Os capítulos que eram com a Mary Malone eu não gostei tanto assim, achando-os chatos.
Nota 4.5 em 5 estrelas.
comentários(0)comente



Lucas | @luagonoslivros 14/08/2020

Ah, Philip...
Nada como terminar uma releitura de um livro que você ama, né?
Fazia 10 anos que eu li esse livro pela última vez, e eu estava precisando me reconectar com essa história. Eu era adolescente e não peguei algumas referências desses livros, que agora, adulto, eu pude me questionar e filosofar sobre.
Eu não lembrava de muitas coisas desse livro, e a experiência de poder ser surpreender de novo com uma história que você já conhece é impagável.
Amei acompanhar novamente a Lyra e o Will por essa aventura e acabei com aquele gostinho de quero mais - o que me faz querer pular logo pra releitura de O Livro das Sombras.
Vou sentir saudades, já querendo a próxima releitura.
comentários(0)comente



Queria Estar Lendo 18/08/2020

Resenha: A Luneta Âmbar
A Bússola de Ouro e A Faca Sutil foram ótimas leituras para mim no ano passado e, apesar de as resenhas daqui terem sido feitas por uma antiga colunista, resolvi trazer pra cá minha opinião sobre o último livro das Fronteiras do Universo, A Luneta Âmbar, e como foi uma despedida doce e maravilhosa para a história que o Philip Pullman criou.

Essa resenha pode conter alguns spoilers pequenos dos livros anteriores.

Depois de todas as provações pelas quais Will e Lyra passaram em sua jornada entre mundos, entendendo mais sobre a faca sutil e suas propriedades, é chegada a hora das revelações e de uma aguardada grande guerra. A profecia que ronda o nome de Lyra parece prestes a se cumprir, e os mundos se fundem numa corrida contra o tempo pelo domínio de tudo ou pela mudança de tudo que se conhece.

Eu começo essa resenha dizendo o quanto fiquei fascinada por toda a construção de universo empregada por Pullman. O nível de grandiosidade e detalhes e o modo como tudo se encaixa e é importante no seu devido tempo mostram a perfeição que é a série Fronteiras do Universo; o quanto ela é impecável está tanto na simplicidade das coisas, como a existência dos dimons - que estão ali e simplesmente existem - ou na imensidão de detalhes maiores, como o Pó e sua importância para tudo.

A Luneta Âmbar é um livro grande, mais de 500 páginas, e serve como uma ponte entre os volumes anteriores e algo que está por vir. Uma mudança, um cataclismo, o fim ou o recomeço; não dá para saber ao certo, mas o tom da história te garante que algo vai acontecer. E mantém essa tensão durante todo o seu desenrolar.

"Tudo que podemos dizer é que uma ação é boa porque ajuda alguém, ou que é má porque prejudica. As pessoas são complicadas demais para terem rótulos simples."

O começo foi um problema pra mim e por isso tirou uma estrela da nota final porque achei arrastado demais. A narrativa não é toda trabalhada na ação, os dois primeiros livros já me mostraram isso, mas aqui achei que as jornadas da Lyra e do Will - e dos demais personagens como a Sra. Coulter, lorde Asriel, Iorek e Mary - foram muito arrastadas até pro que já tinha me acostumado.

Não dificultou e nem tirou minha curiosidade, só demorou mais para engatar na jornada que esse livro trazia.

Fora isso, achei uma conclusão perfeita. Tem a dose certa de drama e ação, entrega um clímax carregado em revelações importantes e que fecham os problemas e as resoluções do que vinha acompanhando cada um dos personagens. As despedidas foram emotivas e trouxeram seu momento especial para cada nome conhecido da trilogia - com destaque especial para Iorek, o meu urso de armadura favorito.

Lyra e Will seguiram seus instintos e desejos e seus corações em todas as suas decisões e por isso eu sempre vou adorá-los como protagonistas. Duas crianças espertas e amedrontadas, mas que jamais se dobraram ao medo. Eles atravessam caminhos que ninguém ousaria fazê-lo pelo simples fato de saberem que precisam; eles se machucam pela jornada e por seus amigos, confrontam o horror em suas formas mais antigas para salvar quem amam.

Acompanhá-los conforme entendiam as coisas sobre o mundo e sobre seus próprios destinos me emocionou bastante. A Lyra, principalmente, foi uma querida que eu vou guardar no coração junto com muitas outras personagens femininas de obras juvenis. Ela é destemida e linguaruda no sentido de não se calar diante do que teme. É determinada e intrépida e entregou o seu melhor até o fim.

Outro arco que me surpreendeu foi o da Sra. Coulter. Não vou falar muito a respeito porque acho que a surpresa veio do inesperado mesmo, só digo que ela se provou a mesma personagem traiçoeira e manipuladora de antes - com um detalhe a mais em toda essa personalidade que levou sua história para um caminho que eu jamais vi vindo.

No geral, A Luneta Âmbar é um livro vagaroso, que leva seu tempo para chegar aos finalmentes - e, quando chega, aí entrega correria e reviravoltas e guerras e um mundo de possibilidades que ninguém imaginaria acontecendo. É um final doce e gentil para uma história sobre amor e coragem, e vai deixar saudade.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2020/08/resenha-luneta-ambar.html
comentários(0)comente



Marlos 25/05/2021

No inicio o livro é até empolgante e traz a promessa de ser uma leitura muito boa, mas conforme os capítulos avançam, vai ficando mais clara a quebra da expectativa.

A narrativa não é muito fluida e senti certa dificuldade em entender e me conectar com os personagens.
comentários(0)comente



M. Vargas 12/07/2023

Nem frio, nem calor, 0 graus tá ótimo
Terminei o livro e dei uma risada sincera, meu deus, que leitura maçante... Não é ruim, tem algumas coisas que me agradaram, mas ainda sim tem lá seus pontos negativos. Além de arrastado, achei meio confuso em alguns momentos, não conseguia entender e imaginar muito bem o que estava acontecendo e isso me irritou bastante, foi bem frustrante. Para finalizar, por incrível que pareça, achei o final ok. Aliás, queria encontrar o Philip Pullman e falar “Essa Luneta Ambar virou piada meu parceiro”.
comentários(0)comente



João Ferreira 07/08/2013

Resenha: A Luneta Âmbar [A Medíocre conclusão da trilogia]
Comecei A Luneta Âmbar com certa desconfiança, pois já ouvira falar e li resenhas dizendo este ser o pior livro da série. Então comecei torcendo para gostar, mas realmente foi uma decepção. Para falar a verdade, o declínio da saga começou em A Faca Sutil, onde os acontecimentos acontecem rápidos demais, mas ainda havia um pouco de ação.

Nesse último volume, Pullman se perdeu em sua narrativa e em sua vontade de pejorar Deus! Em a Bússola de Ouro, o descontentamento ateu do escritor inglês contra a Igreja Católica é apresentado de forma sutil e inteligente, no segundo livro, começa a aparecer mais coisas e elementos anticristos, de uma maneira grosseira e infundada, e é apresentado, pelo menos ao que parece, o maior vilão a ser enfrentado, A Autoridade. Então, em a Luneta Âmbar, os personagens principais se tornam enfadonhos e sem importância, eles não fazem nada de importante para a real história. Lyra e Will passam o livro todo tentando chegar à Terra dos Mortos, e quando saem de lá, A Autoridade, que não teve nenhuma importância como vilão, já encontra-se morto, por inanição! E o anjo Metatron, que ao que tudo indicava ser um ser poderoso, morre após uma luta corpo-a-corpo contra Lorde Asriel e a Srta. Coulter. É revoltante pensar que os maiores vilões apresentados na saga foram destruídos em 10 páginas no máximo, num livro de 500 e tantas. Sem contar que o padre perseguidor da Dra. Malone, que dava impressão de que iria travar uma luta espetacular no final com a mulher, foi morto pelo choroso e ridículo Balthamos, a doutora nem ao menos ficou sabendo que estava correndo perigo de vida.

Desde A Bússola de Ouro, onde foi apresentado o Pó, eu fiquei me mordendo de curiosidade para descobrir o segredo e todos os mistérios envolvidos nesse nome. Agora que terminei o livro, continuo com as mesmas dúvidas. O autor não explica quase nada sobre essa substância e deixa o leitor na sombra. A narrativa é focada na Dra. Malone, que constroi uma luneta capaz de ver o Pó, um objeto incrivelmente inútil, comparado à Faca ou à Bússola, e quando Lyra e Will se unem à mesma carne, seus dimons se figuram numa forma definitiva e eles passam a ser carregados de Pó. Não temos mais nenhuma explicação sobre a relação entre o óleo dos mulefas e o Pó, por quê ele é mais intenso nos adultos, qual a relação inocência-Pó?

Se eu disse que em A Faca Sutil faltou menções e a história passou-se rápida demais, nesse terceiro volume houve um acréscimo de páginas, personagens e acontecimentos inúteis e acabaram por tornar o livro chato. A todo momento a narrativa troca de rumo e isso confunde o leitor. Lyra começa o livro presa com sua mãe, ela é libertada de uma forma banal e a super-hiper-foda Faca Sutil é quebrada simplesmente por Will pensar em sua mãe. Faltou a ação dos personagens, como Iorek Byrnison, que foi um dos protagonistas mais bem montados em a Bússola de Ouro, serviu apenas para consertar a Faca.

Então, chegando às últimas páginas, começo a me empolgar na expectativa de o final salvar o restante do livro, para não ter sido uma total perda de tempo. Parece que Lyra e Will ficarão juntos. Outra decepção que arrasou comigo. Descobriram que o Pó estava ‘vazando’ para outros mundos pelas passagens abertas pela Faca Sutil, e essas passagens contabilizavam milhares. Ou seja, era preciso fechar todas elas. Depois de Will ensinar uma anja a fechá-las, os garotos se deram conta de que não poderiam ficar no mundo um do outro porque morreriam em 10 anos, a solução seria deixar uma passagem aberta para eles ficarem um tempo em cada mundo. Tudo parecia perfeito, mas eles se lembraram de que teriam que deixar uma janela aberta para os mortos saírem, e então eles decidem que não podem deixar duas abertas. Cada um vai para o seu mundo viver como se nunca tivessem se conhecido e todas as passagens são fechadas, com Will quebrando a Faca e vivendo com a Dra. Malone, que ao meu ver serão marido e mulher. E para completar, Lyra perde a habilidade de ler o aletiômetro. Será que poderia existir um final mais idiota do que esse? Ora, havia milhares de passagens abertas por onde vazava Pó, e mesmo assim o mundo já durava 300 anos, qual a diferença de duas passagens abertas? Will poderia ensinar Lyra a fechar esse corte para outra dimensão e fazerem um trato de que quem morresse por último fechava a passagem! Mas parece que Pullman escreveu esse livro pensando em qualquer outra coisa, menos na narrativa do volume.

Pullman lançou mais outro livro, que conta a história de Lyra 2 anos depois do fim de A Luneta Âmbar, O Oxford de Lyra. Pesquisei e descobri também que haverá outro livro, intitulado O Livro do Pó. Mesmo odiando o último livro, vou ler esses dois, porque detesto deixar coleções em aberto. Tomara que esses dois último me conquistem e me envolvam, senão é provável que eu nunca mais leia nada escrito por Philip Pullman.
Mário H. 24/09/2013minha estante
creio que o objetivo do autor não foi criar uma história de ação, simplesmente sobre superstições e pura fantasia.
ele tenta dar lições de vida em certos momentos, pelo que percebi. Por essa perspectiva o livro é bom sim


João Ferreira 24/09/2013minha estante
Sua posição está certa, tanto que existem diversas passagens que permietem retirar frases de pensamentos. Mas o objetivo central do autor, desde A Bússola de Ouro, foi pejorar Deus, impondo seu ateísmo. Nos dois primeiros livros, Philip apresentou muita aventura, então era natural que o leitor esperasse ainda mais nesse! Mas não foi o que aconteceu! Ele se perdeu no seu devaneio ateu!


Ellen 10/05/2014minha estante
João, eu não acho que o Phillip tenha tido a intenção de escrever um livro ateu... e sim um anti-religião, ou talvez um "anti-Nárnia". Ateísmo e anti-religião são coisas diferentes... Se fosse um livro ateu o próprio Deus não apareceria, muito menos anjos ou coisas do tipo, e muito provavelmente seria uma ficção com uma mão pesada de ciência.


João Ferreira 10/05/2014minha estante
Tem razão, mas eu usei o termo "ateu" justamente por o ator ser adepto à essa concepção. O termo correto realmente é o "anti-religião", que mostra a insatisfação do autor em relação a Deus, muito utilizada em sua obra.


Isaque 17/08/2016minha estante
Tenho vontade de ler os outros dois apenas para lavar a alma desse terceiro.


Camille Faria Brito 13/09/2020minha estante
Concordo com toda a sua resenha
Detestei o ultimo livro, decepção.




605 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR