Dai @veraaode92 04/07/2021Em toda cidade existe uma encruzilhada que separa o mundo dos mortais do Outro Mundo. Um lugar onde todos os tipos de seres assombrosos existem, e que de vez em quando tentam atravessar para o nosso mundo. É por isso que em cada encruzilhada fica um lanterna. Um ser que não está vivo e nem morto, que carrega sua alma em um brasa, e é responsável por não permitir que seres sobrenaturais transpassem os mundos e assim proteger a cidade.
Além desse dever, Jack também é responsável por expulsar qualquer bruxa que venha a aparecer. Mas quando Ember chega na cidade, ele simplesmente não consegue cumprir o seu trabalho, e acaba mantendo a pequena bruxa por lá. Porém o tempo passa, Ember cresce, e ao descobrir que tem um guardião e que um Outro Mundo existe, ela fará de tudo para conseguir atravessá-lo, mesmo indo contra seu lanterna.
" Tem uma coisa que você precisa saber sobre mim - falou Ember, saltitando para mais perto dele e cutucando seu peito. - Ninguém, nem mesmo um lanterna bonito que carrega um abóbora, me diz o que eu posso fazer."
Prestes a desistir das tentativas em vão de transpor os mundos, a jovem bruxa recebe ajuda de um vampiro cheio de charme. Ajuda essa que não é nem um pouco inusitada. Agora Ember corre perigo no outro mundo, pois todo tipo de criatura está ao seu encalço, e Jack terá um grande trabalho para trazê-la de volta.
A principal característica do livro são seus seres cheios de personalidades. Nunca li nada que trouxesse um lanterna ou algo parecido. Jack não está vivo, mas também não está morto. Há 500 anos atrás ele foi amaldiçoado com uma vida eterna, mas por conta da maldição, carrega sua alma em uma brasa dentro de uma abóbora, e nada pode matá-lo, a menos que a abóbora seja destruída. Cada lanterna carrega sua alma de forma diferente. E por essa inovação, todos os lanternas foram os personagens que mais me deram prazer em conhecer.
" Eu sabia que você era teimosa - Jack balançou a cabeça. - Eu sabia que você era teimosa, Ember, e que tinha tendência a agir antes de pensar. Até agora, atribui isso ao fato de você ser jovem. Mas essa aventura toda tem sido simplesmente uma falta de noção. Porque você não conversou comigo sobre essa sua sensação? Em vez disso, você se arriscou, provavelmente fez com que mais cinquenta anos sejam adicionados o meu contrato..."
Contudo, Jack não conquistou meu coração. Seu jeito autoritário em cima da Ember, e todas as vezes que ele tentava impedi-la de fazer alguma coisa, me irritava ao extremo. Já Ember, ao mesmo tempo que gosto dela por ser determinada e persistente, ela acaba perdendo um pouco dessa personalidade quando se apaixona.
O romance também não me agradou, Desde o início sabemos com quem Ember terá seu final feliz pois ele é dito em uma profecia. Mas mesmo assim, a autora insiste em colocar não mais um, mas mais dois possíveis pretendentes. E mesmo eu desejando um par romântico diferente para ela, é impossível ignorar o oráculo. Convenhamos que triângulo amoroso já não é muito agradável, o que dizer então de um quarteto. Mal construído e mal desenvolvido.
Leva um certo tempo para se situar na história e entender o que está acontecendo. O próprio foco do livro só se compreende no final. Porém, eu gostei muito de acompanhar o Outro Mundo e todas as criaturas presentes nele. A escrita da autora é fluida e sua narrativa repleta de aventuras, o que, admito, salva a história de um romance completamente aporrinhante.
Quando se espera muito de um livro por ser de um autor favorito, por conter uma capa maravilhosa, e por ser uma fantasia única, a conclusão só pode ser uma. Decepção. A explanação é tão adolescente e com um ponto central tão incondizente com a proposta, que não existe outra definição para minha conclusão. No entanto, se você gosta de romance com fantasia, e muitas aventuras, vai adorar A Chama de Ember.