Cesinha 05/04/2021
Este surpreendente quarto volume da História da Sexualidade me brindou com uma interessantíssima pesquisa foucaultiana dos primeiros anos do Cristianismo, um assunto que me é muito caro e sinceramente a última pessoa a quem eu imaginaria procurar informações sobre esse assunto seria Foucault.
Transitando por temas como o matrimônio e relação sexual entre casados; o batismo; a "segunda penitência", oferecida aos cristãos como segundo recurso após o batismo; a virgindade; a concupiscência; o percurso da interdição ao ato sexual para o elogio da castidade; a diferença entre comportamentos prescritos para pessoas com votos sacerdotais e leigos. Todas perpassando o princípio básico de que, muito mais do que o ato sexual dever ser impedido e interdito em milhares de situações, é que em várias situações é o simples pensar no ato que será interditado. Também vale ressaltar que Foucault não coloca no Cristianismo a autoria da atual culpa cristã, mas traz elementos do quanto essa culpa já tinha raízes no paganismo, mostrando que foi muito mais um aproveitamento do que uma criação.