Dr Perônico 21/05/2024
Falar de Dorian Gray é um exercício de resistência na tentativa de ser imparcial, mas que fique claro, esta é uma das minhas obras preferidas! Vamos aos apontamentos sobre a leitura.
Um livro perigoso! Um veneno doce e imoral, para os costumes da era vitoriana, que levou à decadência de seu autor. Oscar Wilde afirma que "o fato de um homem ser um envenenador nada depõe contra sua prosa", no entanto, seu livro tem uma força, uma vulgaridade, inexplicável. Tal como a obsessão de Dorian pelo seu retrato, o leitor fica obcecado pela obra de Wilde.
Escrito no final do século XIX, O Retrato De Dorian Gray é um reflexo de sua época. A corrente do Esteticismo Decadentista, representada no Brasil pelos movimentos Simbolista e Parnasiano, estampa sua prosa. A Arte Pela Arte nunca esteve tão bem representada!
Se valendo de artifícios da Literatura Gótica, as descrições se tornam cada vez mais lúgubres com o decorrer dos fatos, representando a corrupção de Dorian Gray, que por fim tem seu ápice num devaneio de loucura, ligando a beleza e o hedonismo de seu início à destruição e à morte no final da obra.
Não ouso escrever uma sinopse, pois posso acabar tangenciando algum ponto, apenas posso garantir que, em matéria de corrupção, espero que o livro os corrompa como fez comigo anos atrás e após esta releitura.