Ivy (De repente, no último livro) 25/09/2020
Resenha do blog "De repente no último livro..."
The Bone Houses é um livro diferente de tudo o que já li. É uma fantasia que fala muito mais sobre sobrevivência do que sobre conquistas ou reinos, e e tem um toque de magia bem diferente do comum, The Bone Houses traz zumbis, mas estes zumbis são diferentes do típico de sempre. Nada de ter se originado de um vírus mortal, uma epidemia. As origens dos zumbis de The Bone Houses são mais carregadas de misticismo e magia e eu gostei desse toque diferente e original.
A trama nos traz dois protagonistas, Aderyn e Ellis. Ryn é uma coveira do vilarejo de Colbren. Ela herdou essa profissão do pai, que desapareceu depois de ter sido contratado para uma expedição à uma antiga mina local. Ryn vive com os dois irmãos: Gareth e Ceridwen. E durante as noites a garota às vezes acampa perto da floresta, no intuito de devolver a morte aos mortos. As "casas de ossos", como ela chama os zumbis que se levantam novamente da morte, nunca haviam atravessado a linha da floresta. Ryn sempre acreditou que a magia que os mantinha despertos alcançava até este limite, além disso as cercas de ferro ao redor do vilarejo mantinham os moradores protegidos. Mas agora, o líder da comunidade, Eynon, decidiu desfazer a cerca e vender o ferro, na ganância por mais dinheiro. E justamente agora, as casas de ossos passaram a sair da floresta, sendo encontradas cada vez mais perto do vilarejo.
Ellis é um cartógrafo da capital. Ele foi encontrado pelo príncipe já há muitos anos, e foi criado como um nobre. Quando ele se perde na floresta e é atacado por uma casa de ossos, é a coveira Ryn que o salva. Ellis está um missão: ele quer fazer um mapa perfeito e detalhado da floresta e de Colbren. Ele precisa de um guia experiente para isso. Alguém que conheça o lugar. E Ryn precisa urgentemente de dinheiro para pagar a dívida de seu tio e não ser despejada de casa com seus irmãos. Assim, Ryn aceita ser a guia de Ellis além da floresta, mas, quando as casas de ossos se tornam cada vez mais violentas e imprevisíveis, Ryn e Ellis terão que alterar sua missão, arriscando suas vidas no coração da floresta, para encontrar e destruir a magia que criou as casas de ossos. A jornada é complicada, cheia de perigo, ameaças e revelações que podem mudar tudo o que Ryn achou que sabia.
Eu gostei muito da originalidade da trama. A origem das "casas de ossos" por exemplo remontam aos faes, e há toda uma lenda e misticismo ao redor que foi bem escrita e fundamentada pela autora. Eu gostei e me surpreendeu como esses detalhes foram aos poucos alcançando relevância na trama, e se tornando um ponto chave.
Os zumbis de Emily Lloyd-Jones são diferentes do típico. Eles são capazes de reagir como eram em vida. Parecem ser capazes de raciocinar e lutar também, mantém memória. Não são meras cascas. e foi bem bacana essa apresentação diferente do perfil dos zumbis.
Apesar do toque original e do tom cheio de magia que me surpreendeu bastante, senti que faltou algo neste livro para que ele realmente me prendesse e me encantasse. É um livro curto e a narrativa é simples e direta, mas a trama, em alguns momentos, senti que ficou parada, as revelações só vão se acumulando mais perto do final e, apesar da dupla protagonista ser interessante, faltou o brilho de personagens secundários que trouxessem mais para a trama.
A narrativa na terceira pessoa também não me convenceu tanto. Às vezes eu gosto de livros narrados assim, mas neste caso preferia ver a estória contada pelas vozes de Ryn e Ellis. Ficou difícil ter um vislumbre dos sentimentos deles, das emoções deles, e isso tirou um pouco da credibilidade. Eu li o livro sentindo que conheci pouco da Ryn e do Ellis, e em parte acho que foi por essa narração na terceira pessoa.
Eu gostei dos personagens, mas não consegui amá-los ou me afeiçoar à eles. A Ryn é durona, valente e fechada em seu próprio mundo, ela tem um monte de conflitos para lidar e a dor por não saber o que houve com o pai, isso transparece para o leitor. O Ellis tem limitações físicas por conta de um acidente, e os momentos em que ele sente incômodo e dor são bastante convincentes mas, apesar da carga emocional de ambos, me senti alheia. Não senti aquela afinidade imediata por nenhum dos dois.
E talvez, por conta da falta de empatia pelos personagens que o romance não foi o ponto forte para mim. Era esperado, era óbvio e acho que foi até necessário esse romance, mas achei morno, em parte por que não conseguia crer nos sentimentos deles. Parecia que eles estavam ali juntos muito mais por conta das circunstâncias do momento, por 'falta de opção' mesmo do que por um sentimento que passou a existir. No final isso até melhora bastante, mas não foi um romance arrebatador de jeito nenhum.
Falando em final, achei o final extremamente coerente e bem fechadinho. Houveram algumas surpresas que achei muito boas, a autora soube encerrar bem sua trama sem deixar nada solto e eu achei cada explicação dada bastante satisfatória. Foi um final de algumas emoções e reviravoltas que me deixou bem satisfeita.
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