Na pior em Paris e Londres

Na pior em Paris e Londres George Orwell




Resenhas - Na Pior em Paris e em Londres


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Mr_Clio 17/10/2023

Livro terrível... e ótimo!
Não se limitem a 1984 e a "Revolução dos Bichos"! Esse é uma ótima oportunidade para conhecer outras obras de Orwell!
Comecei lendo em inglês, mas resolvi terminar em português.
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Ve Domingues 06/06/2021

Ótima opção de livro para conhecer outra faceta de George Orwell, sempre lembrado mais por suas distopias.

Nessa obra, ele faz o que se convencionou chamar de jornalismo literário, tudo inspirado nas suas experiências como mendigo em Paris e Londres, em 1928. Orwell é um talento nato. É bem interessante e tirar em contato com uma realidade bem diferente da sua.
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Ema 14/04/2020

Já li alguns livros de george orwell e gosto bastante. A sua escrita não é complexa e expressa-se muito bem. Este livro descreve-nos o período em que este viveu em Paris e Londres e aquilo que sofreu. É um livro muito bom. Aconselho.
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rianke 13/03/2022

O livro publicado em 1933 conta a história do jovem Eric Arthur Blair, é no início da leitura que percebemos a idéia do autor de falar sobre a desigualdade social, comentando sobre sua experiência no ensino.
Após abandonar sua carreira de 5 anos na polícia ele vai para Paris aonde se encontra em uma situação muito complicada, pois suas coisas foram roubadas e ele fica dias sem comer direito. Após dias tentando trabalhar em um lugar digno, depois de ter trabalhado apenas em locais sujos, podemos perceber o nível admirável de detalhes que o George Orwell passar para o livro a experiência que teve nesses locais, nos restaurantes, como é agitado, e uma frase interessante:
Não se pode pedir um prato caro sem vir com cuspe.

A forma que o livro foi escrito nos faz sentir como se estivéssemos no local passando pelo que ele passou, trabalhando até 17 horas por dia.
Nesse momento da leitura, notamos a diferença de outros autores para o Orwell na questão de demonstrar a visão sobre Paris, mais especificamente na década de 20, pois muitos viam Paris como maravilhoso, como uma festa. Já o Orwell demonstra não concordar com isso. É também nessa parte da história que vemos uma reflexão feita no capítulo 20, que o mesmo diz que todos os empregos tem um papel na sociedade, não importa qual, e ao mesmo tempo se pergunta que diferença faz um lavador de pratos.
Em muitos momentos o autor faz reflexões sobre a desigualdade social, mostrando como uma cidade muito rica e linda tem muitas e muitas pessoas em situação de rua. Como uma cidade igual Londres promete emprego e vida estável pode deixar tantas pessoas pobres na rua? Isso nos faz observar que essa situação acontece em todo o mundo, inclusive muito mais próximo do que a gente acha.
É nesse livro que o mesmo tenta tirar muitos preconceitos sobre pessoas pobres, como por exemplo ?pobre é marginal, não trabalhar porque não quer?.
Esse tipo de pré concepção é quebrado mostrando o dia a dia das pessoas, elas nao podem ficar deitadas ou sentadas na rua, por isso tem que ficar andando pela cidade.
Soph 13/03/2022minha estante
Ótima resenha!




Emy 18/04/2021

Muito bom
Para aqueles que, como eu, leram "A revolução dos bichos" e "1984", é indispensável a leitura desse livro. "Na pior em Paris e Londres" abre um mundo desconhecido para a maioria das pessoas. Os relatos do Orwell são impressionantes, a foma e miséria em sua real forma.
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Marcia.Melo 29/07/2022

Achei arrastado.
Por mais que o livro seja pequeno, eu me vi sem fôlego, estava cansada pelo personagem quase nunca sair da situação difícil.
Tanta dificuldade me deixou sem forças para continuar a leitura, demorei bastante pra terminar a leitura.
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Mariana Hesse 15/08/2012

Na pior em Paris e Londres

Acabei de ler o "Na pior em Paris e Londres - a vida de miséria e vagabundagem de um jovem escritor no fim dos anos 20" (cujo título original é Down and out in Paris and London – “down and out” é uma expressão utilizada no boxe quando o lutador é nocauteado e não consegue mais se levantar) de ninguém menos que o célebre George Orwell (autor de clássicos como 1984, que inspirou o "Big Brother", e A Revolução dos Bichos).

Como fã de Orwell, me interessei muitíssimo pelo livro, que o meu namorado acabou me dando de Natal. Eu já havia feito uns trabalhos sobre o Orwell, o que me motivou a escrever a minha monografia da graduação sobre um livro do Lima Barreto, que para mim em propósito era a versão nacional mais aproximada do Orwell. O caráter de crítica social e política das obras dos dois autores sempre me fascinou. Os dois abdicaram de tudo e resolveram levar a vida como escritores. Se dedicar ao próprio talento: aí está a meu ver uma das atitudes mais respeitáveis que um ser humano pode ter. Mas isso é assunto para outra vez.

Vamos ao Na pior. É um livro autobiográfico que fala sobre a pobreza nas duas capitais europeias em 1928. Orwell (nome real: Eric Arthur Blair) passou por maus momentos quando decidiu se dedicar à carreira de escritor. Passou fome, lavou pratos, viveu como mendigo. Nesse livro ele retrata sua experiência de extrema pobreza do início da carreira, que segundo ele serviu para “expiar a culpa de ter trabalhado por cinco anos na polícia imperialista britânica”.

O Na pior descreve, como diz o nome, como é estar na pior. Mas na pior mesmo, de trabalhos de semi-escravidão à pobreza total. Sei que tem muita gente que prefere nem saber como é, mas eu gosto de me colocar no lugar do outro. Seus relatos são muitas vezes chocantes. É impressionante a descrição de Orwell em primeira pessoa sobre como é ser olhado como mendigo, ou qual a reação do corpo em estado de fome extrema. Orwell passou o pão que o diabo amassou. Eu que já dormi em praça e em ponto de ônibus na neve e comi restos de lanches de Mc Donald's alheios em minhas aventuras mochileiras vi que o que eu passei não foi absolutamente nada.

Eu sempre tive curiosidade sobre a vida dos mendigos, essas pessoas transparentes pelas quais quase ninguém parece se importar. Como foram parar nessa situação de exclusão total da sociedade? Fala-se tanto em amor ao próximo, mas por que privamos esses seres humanos comuns do nosso amor?

Também é muito interessante o capítulo sobre as gírias e palavrões da época: o bloody e o fucking já eram usados, “anexados a qualquer substantivo”, e o bastard já era o pior xingamento possível para os ingleses.

Alguns trechos memoráveis:

"Quando você se aproxima da pobreza, faz uma descoberta que supera algumas outras. Você descobre o tédio, e as complicações mesquinhas e os primórdios da fome, mas descobre também o grande aspecto redentor da pobreza: o fato de que ela aniquila o futuro. Quando você tem cem francos, fica à mercê dos mais covardes pânicos. Quando tudo o que você tem na vida são apenas três francos, você se torna bastante indiferente. Você fica entediado, mas não tem medo. Pensa vagamente: `em um ou dois dias estarei morrendo de fome - chocante, não?'. E então a mente divaga por outros assuntos. Uma dieta de pão e margarina proporciona, em certa medida, seu próprio analgésico. E há outro sentimento que serve de grande consolo na pobreza. Acredito que todos que ficaram duros já o experimentaram. É um sentimento de alívio, quase de prazer, de você saber que está, por fim, genuinamente na pior. Tantas vezes você falou sobre entrar pelo cano - e, bem, aqui está o cano, você entrou nele e é capaz de aguentar. Isso elimina um bocado de ansiedade."

Sobre um mendigo: “Ele não havia comido desde de manhã, caminhara vários quilômetros com uma perna torta, suas roupas estavam encharcadas e meio penny o separava da inanição. Ainda assim, era capaz de rir de perda de sua navalha. Impossível não admirá-lo.”

“As roupas são coisas poderosas. Vestido com roupas de mendigo é muito difícil, pelo menos no primeiro dia, não sentir que se está genuinamente degradado.”

“Um homem que recebe caridade quase sempre odeia seu benfeitor – é uma característica da natureza humana (...)”

O que mudou em mim? Como o Orwell bem aconselha, “nunca mais vou pensar que todos os vagabundos são patifes bêbados, nem esperar que um mendigo se mostre agradecido quando eu lhe der uma esmola, nem ficar surpreso se homens desempregados carecem de energia, (...) nem recusar um folheto de propaganda, nem me deleitar com uma refeição em um restaurante chique. Já é um começo.”

Se é.

Texto original de: http://adoidadomiosotis.blogspot.com.br/2012/02/que-saudades-de-escrever-aqui-no.html
Mariana Hesse 23/08/2012minha estante
Olá, Dani. Não sei como comentar no seu comentário, então vai assim mesmo.

A vez dos restos de comida foi quando passei 4 dias em Praga e errei a senha do cartão até ele ser bloqueado, ficando com quase nenhum dinheiro.

Já a vez em que dormi na neve foi quando estava numa estrada estranha da Alemanha esperando um ônibus pro aeroporto que nunca chegava (ele passaria apenas 4 horas depois mas tinham esquecido de atualizar a tabela de horários) e começou a nevar. Abri então o saco de dormir e cochilei ali mesmo, no ponto de ônibus, já que o frio era de tirar as forças e não podia sair do ponto para não perder ônibus e consequentemente o voo.

Ou seja, coisas da vida. Nada por opção. Mas se pensar que quando se resolve morar fora, sozinho e com pouco dinheiro, se fica suscetível a qualquer tipo de experiência, então pode-se pensar que eu tenha escolhido viver esses sustos fora do conforto da minha casa. De qualquer forma, tudo é crescimento. Orwell que o diga. Um abraço.


Mariana Hesse 23/08/2012minha estante
Obrigada pela dica de leitura!

Se ele viveu como indigente por escolha ou necessidade, não fica claro na obra em si, mas sim no posfácio do livro.

Lá indica que ele escolheu renunciar ao ótimo salário na polícia imperalista britânica na Índia por uma carreira incerta de escritor, mas a princípio visitava as periferias de Londres mais para observar o chamado "povo do abismo" que lhe despertava curiosidade, até se entregar à aventura e conseguir subsídios para o seu jornalismo literário existencial. Depois voltou a viver por um tempo com os pais.




Janaina 02/10/2020

Na Pior em Paris e Londres
O autor atravessa a fronteira que divide os visíveis dos invisíveis e conta como é o cotidiano daqueles que se encontram em situação de rua. Seus desafios diários, a fome e a miséria, os subempregos aos quais se submetem e as condições de higiene que chegam a ser nauseantes.
E apesar de todo esse cenário, eles mantêm a cumplicidade, dividindo o pouco que têm a fim de sobreviver a mais um dia.
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Gusma 23/03/2021

queria levar o Orwell pra tomar um cafézinho
Eu to fascinada pela escrita do Orwell, talvez por eu esperar que fosse algo maçante e com palavras complicadas, mas ele tem uma das escritas mais gostosas que eu já vi entrando fácil no meu top 3 de escritores favoritos e a meta é ler muito mais dele (porque a vontade mesmo era sentar umas horas conversando e tomando café, mas já que não dá...)

Com esse livro tu se sente conversando com ele intimamente (eu amo esse formato meio diário); e a parte que me ganha todinha são as análises sociais que ele faz a respeito da pobreza, demonstrando uma consciência de classe que aquece o coração. Esse livro nos mostra como a gente aprendeu a desumanizar o que não nos traz lucro. Mostra toda sujeira, sofrimento, transformações, peculiaridades e sensações que uma vida abaixo da linha da pobreza causam nas pessoas. Fora que é excelente pra gente parar de ver Paris e Londres como luxo e realeza.

"Nunca mais vou pensar que todos os vagabundos são patifes bêbados, nem esperar que um mendigo se mostre agradecido quando eu lhe der uma esmola, nem ficar surpreso se homens desempregados carecerem de energia, nem contribuir para o Exército de Salvação, nem empenhar minhas roupas, nem recusar um folheto de propaganda, nem me deleitar com uma refeição em um restaurante chique. Já é um começo."
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Nona Nascimento 30/06/2022

Minha opinião ?
Sabia desde o princípio que seria uma leitura realista.
Porém, confesso que esperava um pouquinho mais do final, mas me deixou extremadamente satisfeita o final, devido a fidelidade do autor, em demostrar a realidade de muitos... fiquei muito comovida.?
Se contar mais é spoillers ???
Leiam... Vale super a pena, aprendi muito.
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Henrique Fendrich 22/02/2011

George Orwell e alguns métodos de apuração
A muito custo, George Orwell conseguiu publicar a sua obra autobiográfica “Na Pior em Paris em Londres” – e, a despeito de seus esforços, o livro esteve longe do sucesso alcançado com “1984” e “A Revolução dos Bichos”. Na época dos fatos narrados, Orwell havia deixado para trás profissões seguras e bons salários para poder se arriscar como escritor, poeta e jornalista – sem muito sucesso. Revoltando-se contra o imperialismo britânico, o escritor já havia feito, algum tempo antes, algumas peregrinações na periferia de Londres, atraído por crenças socialistas. Ao se mudar para Paris, e acabando o seu dinheiro, pôde sentir na pele as dificuldades de uma vida em extrema penúria. Foi sobre essa vida que Orwell escreveu o livro, anos mais tarde classificado como “jornalismo gonzo” e publicado pela Companhia das Letras em sua coleção de “Jornalismo Literário”.

Na faculdade de jornalismo, tive que verificar quais foram os seus métodos de apuração e pesquisa – considera-se, portanto, que a obra é jornalística a ponto de contar com tentativas de representações da realidade. Apesar de “Na Pior em Paris e Londres” fugir das noções tradicionais de jornalismo, as ações de Orwell revelam alguns métodos de pesquisa que coincidem com a ação do jornalista convencional. O principal método de apuração de Orwell para a sua obra foi a própria observação dos fatos – embora não se saiba até que ponto eles estejam fielmente representados. Sendo ou não “jornalismo gonzo”, a obra realmente está livre de preocupações excessivas com a objetividade, característica sempre presente no jornalismo tradicional. Isso garante a Orwell uma olhar sobre a realidade que não é necessariamente o mesmo que teria um jornalista que relatasse a mesma história de forma factual. Soma-se a isso o fato de ser um livro autobiográfico e, como tal, tender a revelar apenas o que for da conveniência de seu autor. Apesar da dificuldade em definir a veracidade na sua narrativa, ao longo dela o escritor realmente se valeu de informações colhidas no mundo real.

É a quantidade e a qualidade dos detalhes apresentados por Orwell em boa parte da narrativa que permite sustentar a opinião de que, nesses casos, a sua observação não nasceu de uma imaginação unicamente criadora, mas que efetivamente foi apreendida na vida real. Logo no começo, o escritor descreve com propriedade os moradores da pensão em que estava hospedado, citando o horário de trabalho de cada um e até quais eram os seus salários – informações que pressupõem uma conversa (ou a observação de uma conversa). São métodos comuns a jornalistas. Da mesma forma, a descrição do serviços e dos empregados do Hotel X é tão detalhada que sugere a participação do autor dentro daquele contexto específico, o que, pela observação ou pelo diálogo, lhe garantia as informações. Naturalmente, não é possível definir até que ponto essas informações eram verídicas. O próprio rigor da apuração é diverso daquele pressuposto para o jornalismo, pois, nesse caso, estava sujeito às intencionalidades do escritor e das suas expectativas diante da própria obra – que para ele não era, necessariamente, jornalística, embora fosse vinculada à uma realidade. Uma reportagem tradicional, ao contrário pretende ser imparcial e relatar apenas o que é passível de comprovação.

A maior parte da narrativa, feita em primeira pessoa, tem na observação e na conversa a origem de seus dados. Em alguns casos, os personagens citados são a fonte direta das informações, pois Orwell lhes dá voz para que contem as suas próprias histórias. Mas esses não são os únicos métodos de apuração e pesquisa empregados. Em determinado momento, o escritor cita e descreve gírias e palavrões londrinos, relatando, inclusive, a estrutura morfológica de algumas palavras. Percebe-se que, nesse caso, Orwell realizou pesquisas posteriores ao tempo da narração. Elas foram acrescentadas para melhor embasar as opiniões que procurava defender na história, e assim melhor atender aos seus propósitos com a obra. Estão, portanto, relacionadas à uma tentativa de apreensão da realidade, e não de uma criação literária. O autor não deixa claro, no entanto, de onde tirou as informações.

Situação diversa ocorre quando Orwell trata do número de pedintes em Londres. Nesse caso, o escritor mostra claramente que a informação foi obtida conforme os dados do “Conselho do Condado de Londres”. Ou seja, o escritor citou a fonte provavelmente por acreditar que, dessa forma, teria maior credibilidade, uma vez que não se tratava de fato observado, mas de uma estatística oficial.

As opiniões do autor sobre os melhores lugares para um sem-teto dormir em Londres, com as vantagens e desvantagens de cada um, foram obtidas de acordo com a conversa com pessoas que conheciam esses lugares – uma vez que Orwell seguramente não dormiu em todos eles. Mas nota-se que, por mais que esse relato esteja sujeito às interpretações feitas por suas fontes, a narrativa pretende ser uma descrição fiel daquela realidade.

Sabe-se que Orwell também omitiu algumas informações, e alterou outras conforme lhe convinha. A rua da pensão em que morava, por exemplo, tem um nome notadamente inventado – o escritor, por mais que relatasse acontecimentos reais, não queria identificar os personagens de quem tratava. A mesma situação acontece quando cita o “Hotel X”, que, na verdade, se chamava “Hotel Lotti”. Com isso supõe-se que as “denúncias” de Orwell não objetivavam pessoas e lugares específicos, mas buscavam dar conta de um contexto mais amplo e generalizado na sociedade. No entanto, caso tivesse obrigações jornalísticas convencionais, não se esperaria que um repórter alterasse nomes de lugares sem avisar o leitor dos motivos para tal.

Orwell não escreveu essa obra com um objetivo especificamente literário. Sua intenção não era que a leitura causasse prazer estético, por exemplo. Ao contrário, quis citar fatos de uma história que vivenciou e, a partir disso, atingir uma sociedade supostamente bem acomodada e confortável em sua indiferença. Por isso, se detém nas explicações sobre a vida de um plounger em Paris e de um mendigo em Londres, acreditando que o seu público leitor não tem conhecimento dessas situações. Embora se evidencie que o jornalismo gonzo abre mão de algumas das noções mais básicas do jornalismo, nota-se que, no caso dessa obra, existem interesses convergentes já a partir do tema – notadamente de relevância social. O escritor também não abriu mão de métodos de apuração tradicionais, embora fossem sempre filtrados pela sua subjetividade. Sabe-se, no entanto, que isso também acontece no jornalismo factual, mas que é sempre atenuado pelas máscaras da objetividade e imparcialidade.
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Thales 14/10/2020

Leiam. Sério.
Todos conhecemos George Orwell, o homem por trás de "1984" e "Revolução dos Bichos", um dos romancistas basilares da era contemporânea. Pouquíssimos conhecem, no entanto, Eric Arthur Blair, o homem que viria a encarnar o pseudônimo construído junto de um editor justamente para a publicação dessa obra, sua primeira grande oportunidade literária.

O posfácio ilustra muito bem o caminho do jovem indiano, crescido numa família britânica de boa condição, da juventude nos colégios mais renomados do Reino Unido ao adulto que foi viver como sem-teto nas grandes capitais europeias e com mineiros do norte da Inglaterra. Tal trajetória começa justamente quando ele desiste do oficialado para viver a história contada nesse livro.

E, assim, só leiam.

Muito mais que uma imersão jornalística radical no mais baixo patamar da realidade europeia, esse livro apresenta pérolas de antropologia e sociologia que deveriam ser muito mais conhecidas. Os capítulos 22 e 36 dessa edição são das reflexões mais profundas e contundentes que eu já li. Nós vamos de cenas hilárias em pubs pra descrições desesperadoras dos porões dos hoteis parisienses em questão de parágrafos, sempre deparando com análises profundas tanto do todo da sociedade como de cada companheiro, local ou acontecimento narrado no livro.

Não teria como recomendar mais a leitura dessa obra magistral. Ela é leve, fluida, deliciosa, ao mesmo tempo que melancólica e extremamente contundente. Parece um paradoxo, mas não para Orwell, que eu reitero: foi um dos homens que mais intensamente viveu o século XX.
Alê | @alexandrejjr 26/04/2021minha estante
Baita resenha. E foi o texto definitivo pra eu aderir ao livro.


Thales 26/04/2021minha estante
Fico lisonjeado, Alê! Acredito que tu vai gostar demais




Atila.Carlos 13/04/2020

Despretensioso, mas valeu muito a leitura. Uma pegada diferente do 1984. Diferente, todavia igualmente bem escrito.
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Wesley 21/08/2022

Uma perspectiva diferente do autor
Livro muito bom, podemos ver como foram os dias de pobreza de um dos maiores escritores. É interessante ver como era a vida na crise financeira em Londres e Paris.
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