Asfalto selvagem

Asfalto selvagem Nelson Rodrigues




Resenhas - Asfalto Selvagem


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(lidos só 2021 em diante) 13/05/2023

Nelson é o suprassumo da literatura
Enorme inspiração.

Nelson não só tem um brilhante estilo de narrativa, tem vários. Tanto que cada livro dele tem uma construção diferente. O amor dele por escrever teatro fica nítido em diversos parágrafos.

O modo como ele vai dissecando os personagens ao longo da história e mostrando as hipocrisias de cada um, é como se ele fosse não só um escritor, mas um professor de Psicologia.

Incorrigível. Não há nenhum trecho do livro que daria pra melhorar. Não há o que mudar.

Eis uma obra em que fica claro que foi feita com amor e tesão (tesão pelo ofício de escrever).

Obra de arte.

Drama do cotidiano com uma escrita que parece pintura de tão bem feita. Não é uma escrita robusta, arcaica, com mil palavras difíceis. Não. Pra um texto ter qualidade ele não precisa ser difícil ou fácil. A dificuldade/facilidade de se ler não é requisito para nota, não define se um trabalho literário é bom ou não; é só uma característica.

Lindo, lindo, lindo.

Dez stars.
Max 13/05/2023minha estante
Adooro o Nelson! Ótima resenha!


(lidos só 2021 em diante) 14/05/2023minha estante
O senhorito vai amar Lapsos Canalhas! Hehe




Danielle 23/04/2010

Jogo político, incesto, suicídio, automutilação, casamento sem amor e sem sexo, assassinato, bastidores do jornalismo policial, o tabu da virgindade, da ida ao ginecologista e da homossexualidade masculina e feminina, prática de tortura de inocentes nos porões da polícia, os vícios do funcionalismo público no Brasil...ufa! Quantos temas o Nelson trata nesse livro! Mas, apesar de abordar situações seríssimas e dramáticas, o livro é leve e divertidíssimo. Conseguir tal façanha tratando de temas "pesados" é só para os gênios mesmo.

O juiz Odorico Quintela, nascido em Mimoso do Sul, é um dos personagens mais geniais da literatura brasileira e garante boas risadas.

Gostei tanto desse livro que reduzi o ritmo da leitura só para não acabar logo... e, quando terminei de ler, reli vários trechos. Nelson é genial!
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Craotchky 29/05/2021

A selva tupiniquim
Quem, assim como eu, iniciar Asfalto selvagem após ler e/ou assistir resenhas sobre a obra pode chegar à leitura prevendo encontrar aquilo que tais apresentações são praticamente unânimes em insinuar: que este livro foi/é pecaminoso, imoral, indecente, devasso, lascivo, despudorado, cheio de erotismo, quando não de sexo explícito. Diante disso, fui irremediavelmente levado a crer que encontraria nesta selva uma fauna de personagens de vida sexual intensa, detentores de uma volúpia sempre em ebulição, fabricantes de toda sorte de desejos inconfessáveis, artesãos na arte de produzir pensamentos exclusivamente libidinosos, agricultores enquanto exímios cultivadores de instintos reprodutivos, estoquistas peritos em armazenar cargas volumosas de libido e lascívia, hedonistas ao conservarem acima de tudo o prazer como finalidade vital e, por fim, sempre exitosos ao jamais falharem em suas tentativas de praticar com enorme frequência o ato final ao qual todas essas manifestações naturais se destinam.

(Caro(a) leitor(a), peço que compreenda meu tom jocoso ao trazer esses excessos hiperbólicos no parágrafo acima. Perdoe também o número de adjetivos; acontece que adoro adjetivar.)

A despeito da brincadeira no primeiro parágrafo, o que quero dizer é que toda informação sobre o livro dá a entender que ele é permeado de sexo. Essa ideia de uma história cheia de luxúria pode atrair ou afastar pretendentes. Entretanto, aviso: não há descrições explícitas de sexo; longe disso! O narrador como que conta o que aconteceu, ou insinua, ou sugere, mas não narra o ato/fato. O sexo fica implícito. Aliás, é possível contar nos dedos quantas cenas de trelelê acontecem (implicitamente). Claro que o sexo está presente (diria até onipresente) praticamente todo o tempo, mas como força primordial, fazendo o papel de articulador, ou melhor, de motor das ações, relações e eventos narrados. O sexo é aqui somente o ponto de partida, aquilo que coloca as coisas em movimento, a faísca que vai se alastrando depois, se ramificando em consequências, cenas e ligações entre personagens.

De toda forma o sexo não é o único ingrediente dessa mistura. Quem leu/viu resenhas sabe que há aqui toda sorte de tópicos e tabus sociais sendo tratados como adultério, incesto, aborto, homossexualismo, suicídio... Contudo, como você já deve saber disso tudo, prefiro citar alguns outros pontos interessantes que poucos comentam: o cerceamento dos desejos carnais pelo respeito a determinados escrúpulos religiosos; a possível influência dos veículos de mídia em decisões de justiça; o esforço individual em exteriorizar apenas uma determinada imagem social do seu interesse. E eis aqui, justamente, talvez o cerne geral da obra: o confronto entre o sagrado [a conservação dos costumes sociais (públicos) e dos costumes familiares (privados)] e o profano [a subversão desses costumes]. Penso mesmo que esse enfrentamento constitui a essência da história.

Não posso encerrar esse texto sem mencionar o fator que mais justifica minha avaliação da obra: Nelson termina cada capítulo (todos curtinhos, em torno de cinco páginas) de maneira a provocar o(a) leitor(a) para a sequência imediata. Claro, a história foi publicada regularmente em um jornal, e seria auspicioso que cada edição puxasse a outra, de forma a fidelizar o público. O resultado é que, quase sempre, ao finalizar um capítulo, há um grande desejo de continuar. Eis um dos critérios que acho dos mais importantes para avaliar um livro: o quanto ele me fez desejar a próxima, a próxima a próxima página.
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Marcos Wlrich 14/03/2021

Bizarro
O livro aborda incesto, lesbianismo, estupro, aborto, racismo, suicídio, em uma época em que o moralismo imperava. Um dos personagens, um homem de 52 anos deseja uma adolescente de 14 anos, e diz que toda mulher deveria ter 14 anos. Nelson era um visionário e, principalmente, corajoso. Asfalto Selvagem é um livro que, embora tenha sobrevivido ao tempo, é daqueles que tem a marca de uma época que remete ao Brasil e atual ao mesmo tempo. Naquela época muitas coisas eram "normais", como um homem adulto casar com uma adolescente. O livro te prende do começo ao fim, muita coisa bizarra acontece a todo momento, deve ser lido sem preconceitos e entendendo a época, as vezes o livro nos faz rir, assusta, uma tragédia com comédia. Engraçado como o livro remete às paixões doentias de se amar e cometer suicídio juntos, acreditando que seria um belo final feliz que provaria um amor verdadeiro.
Dani 15/03/2021minha estante
Tudo o que nos leva a abrir mão dos preconceitos vale a pena. Alguns assuntos são delicados para mim, mas estou disposta. Gostei da sua resenha, vou ler.


Marcos Wlrich 16/03/2021minha estante
Leia sim ?




Amadeu.Rebouças 15/04/2024

Ironia, erotismo e um final surpreendente #Engraçadinha
Asfalto Selvagem, é um livro audacioso que chocou a sociedade conservadora brasileira, ao abordar temáticas como paixão, religião, sexo, incesto, drama, política, homossexualidade, humor através de grandes personagens, com ideais humanos que ultrapassam a fronteira do comportamento "aceitável socialmente".

"Pudor em demasia é defeito".

Temas pesados, porém, a leitura é leve, capítulos curtos fechando no ápice do conflito, pois foi um livro escrito em formato de folhetim para o jornal Última Hora entre 1959 e 1960, dividido em duas partes, contando a história da sensual Engraçadinha, movida pela sedução para conseguir seus objetivos, vivendo um conturbado triângulo amoroso, onde uma tragédia marcará pra sempre a sua vida, e anos depois temos uma protagonista na sua fase adulta, religiosa, mãe e dona de casa, amedrontada por um passado de culpa que ela faz de tudo para esquecer, porém, no seu intino ainda é vibrante aquela chama de garota do passado.

"Não amar é apodrecer. Era o que tinha aprendido na sua clínica ginecológica."

Ambientada nos Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, o livro é um mergulho num Brasil de tempos atrás, o cotidiano do nosso povo através da essência dos personagens, um panorama da nossa cultura moralista dominada pelo machismo, o autor nos mostra um povo com dilemas bem atuais ainda, preso aos custumes, vivendo uma enterna dúvida, entre agir de acordo com seus desejos ou se submeter aos padrões impostos por uma sociedade hipócrita que não pratica o q diz, mostrando "a vida como ela é". Destaque para Dr Odorico, um típico representante do famoso "jeitinho brasileiro".

"Homens de bem" geram filhos perversos. A hipocrisia cobra seu preço."

Uma obra marcada pela ironia e o erotismo com um final surpreendente, ganhou uma adaptação em formato de minissérie na tv globo em 1995.

Nelson Rodrigues (1912-1980)
Elton.Oliveira 16/04/2024minha estante
Parabéns pela resenha meu amigo! Me motivou à conhecer essa obra ! ?????


Amadeu.Rebouças 16/04/2024minha estante
Obrigado, eu recomendo c certeza.




Guilherme.Oliveira 16/02/2024

Primeiro contato com o Autor.

Foi corajoso em desenvolver a história e os personagens no momento histórico em que a obra foi lançada.

Críticas a sociedade e também as relações são escancaradas aos leitores.

Achei a primeira parte mais fluida e célere, a segunda arrastou um pouco mais.

Valeu a experiência...
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Adriana Scarpin 07/08/2023

Eu não lia Nelson Rodrigues desde a adolescência (nos anos 90 ele era bem em alta por conta das adaptações da Globo), não lembrava que ele era tão engraçado, os diálogos interiores que as personagens tem consigo mesmo são impagáveis, especialmente o Dr. Odorico.
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Giu 24/01/2022

Pra ser lido como originalmente foi publicado (folhetim), é muito bom. Eu li como um romance normal e foi bem cansativo.

Nelson é famoso por ser polêmico, então é importante entrar na leitura sabendo o que vai encontrar.
Andressa 17/10/2023minha estante
Acho que entendi o motivo de eu estar lendo há um bom tempo, cansativo mesmo




Rodrigo 18/12/2020

Realista
Nelson Rodrigues consegue descrever, em detalhes, a psiqué da alma humana. Os amores e os pecados que assolam a sociedade é trazido de forma intensa e repleta de significados.
Ansioso para iniciar a segunda parte.
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Rui Alencar 25/04/2013

Algumas lembranças que marcam o estilo do grande Nelson Rodrigues neste livro:

Pag. 116...o amor normal não tem imaginação, nem audácia, nem as grandes abjeções inefáveis. É um sentimento que vive de pequenos escrúpulos, de vergonhas medíocres, de limites covardes.

Pag. 161...a mulher normal, equilibrada, é capaz de amar dois, três, quatro ao mesmo tempo. O amor múltiplo é uma exigência sadia de sua da carne e da sua alma.

Pag. 239...”as mulheres tem a imaginação muito mais erótica do que nós”...a vida interior feminina é toda feita de fantasias obscenas.

Pag. 629...”Num casal há sempre um infiel. É preciso trair para não ser traído”
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Ayumi.kimura 22/05/2021

Imoral e prazeroso
Dividido em 2 partes, ambas são compostas de traições, desejos ardentes, o pior da politicagem nacional, imprensa marrom e tudo que foge as regras de moral e conduta da época escandalizando a tradicional família brasileira.
Leitura bem fluídica e o gostoso da leitura é a mistura entre a história acontecendo e os pensamentos aleatórios.
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Leonardo.Silveira 17/12/2021

Simples...
Não é uma história ou uma obra com nada demais. Talvez, para o tempo em que foi escrita, causasse mais impacto do que para o leitor de hoje. A história não deve nada aos enredos batidos de novelas e séries de TV atuais. O mais legal da leitura, na minha opinião, fica por conta da sátira que descreve a sociedade, os costumes e os dilemas morais pessoais do brasileiro do século XX.
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Sayd 13/06/2023

Sensível e instigante.
A primeira parte é muito boa, retratando dos doze aos dezoito anos da Engraçadinha, nos traz personagens surpreendentes, como todo folhetim do Nelson, pensei que acabaria gostando mais da primeira parte, mas a segunda, depois dos trinta anos, mesmo havendo alguns furos e pela história não ter tido um desfecho para todos personagens, é compreensível, uma vez que até mesmo o título foca na Engraçadinha, o destaque mesmo foi o final, me surpreendeu muito, não só pelo romance em si, ou como chegou a ser descrito pelo genial Nelson, mas por tudo que representou, ao mostrar que a homossexualidade não é só tara, é amor, em sua mais sensível forma que também pode existir. Muito bom!
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Letícia 22/01/2022

Asfalto Selvagem é um bom livro, não entrou na minha lista de preferidos, mas até que tem uma narrativa envolvente. Ao longo da leitura, em algumas partes, tive a sensação de estar assistindo uma novela da Globo e não lendo um livro.

A primeira parte é ótima, segue uma ordem legal e os acontecimentos te instigam a não parar de ler. No entanto, a segunda parte é meio parada e senti que se perdeu um pouco. Vc lê várias informações, são introduzidos vários personagens e isso cansa um pouco. Ao meu ver, poderia ter dado o desfecho logo na primeira parte e já estaria de bom tamanho.

Mas, como nem tudo são flores, o tanto de esteriotipo que o livro tem chega a dar nojo. De racismo à xenofobia em um virar de página. As partes em que ele se refere as mulheres (muitas delas) ou então, aos pretos, são desnecessárias e fazem o livro virar um calhamaço dispensável e cheio de preconceito. Se quiser ler com a finalidade de conhecer a arte que o Nelson Rodrigues produziu, leia. Se vai ser aquele livro inspirador e que marca o leitor, aí eu já duvido muito.
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