A besta humana

A besta humana Émile Zola




Resenhas - A Besta Humana


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Rosangela Max 18/06/2022

Uma escrita maravilhosa em um enredo forte.
Admiro o talento do autor em desenvolver uma história intensa, apresentando-a em um ritmo de lento desenrolar.
Há muito o que falar sobre esse livro, mas o que me marcou foi a tentativa de colocar a personagem feminina principal como a causadora de tudo, simplesmente por ser uma mulher bonita e de aspecto frágil, capaz de despertar profundas paixões.
Isso é um grande engano!
O que a história retrata, na verdade, é o homem como vítima da luxúria, ciúme, cobiça, orgulho, desejos carnais e instintos violentos. A figura da mulher acaba agindo apenas como um bode expiatório, e não como a fonte principal de motivação.
É uma história intrigante que vale muito a pena ser lida.
Recomendo a leitura.
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Flávia Menezes 07/01/2023

? A BESTA METÁLICA SE HUMANIZA, E O HUMANO SE BESTIALIZA.
?A Besta Humana?, esse romance psicológico do consagrado escritor francês Émile Zola, considerado como o criador e representante mais expressivo da escola literária naturalista, além de importante figura libertária na França, foi publicado em 1890 e faz parte de um projeto literário do autor intitulado ?Rougon-Macquart: História Natural e Social de uma Família sob o Segundo Império?, que corresponde a uma série de vinte livros publicados entre os anos de 1871 e 1893 sobre a sociedade da época, sendo ?A Besta Humana? o 17º livro desse projeto.

Com uma narrativa impessoal, e geralmente em terceira pessoa, Zola transborda em suas obas a essência do Naturalismo, trazendo em suas páginas o cotidiano de forma bastante fiel, sem nisso excluir o mais banal e vulgar, colocando em foco personagens da classe trabalhadora e menos favorecida em suas condições sociais precárias, expondo sem dó e nem piedade questões como a exploração do trabalho em centros urbanos, a pobreza, a prostituição, o adultério, o desenvolvimento de doenças psicológicas entre outros temas desconfortáveis que passaram a ser mostrados em sua face mais nua e crua.

Assim como cinco anos antes desta publicação, Robert Louis Stevenson lançava sua obra-prima ?O Médico e o Monstro?, que trouxe à tona com grande maestria a questão de que a maldade é algo intrínseco a nossa condição humana, ?A Besta Humana? também vai se aprofundar em nossa psiquê, mostrando como um ato ruim pode se transformar em uma trama em que, para viver, todos os envolvidos precisarão esconder seu lado mais obscuro para sustentar as aparências.

Recheada de muitas traições, ganância, ciúmes patológico, chantagens e manipulações, tudo nessa trama se encaminha para que seus personagens acabem por revelar a sua versão mais mesquinha e cruel, indo até às últimas consequências para conseguir o que se quer. E como ninguém é inocente, as histórias de cada um vão se unindo e se enredando de tal forma que, ao final, não haverá um único personagem que não terá suas mãos sujas de sangue.

O que mais me encanta em clássicos como esse, é como esses escritores tinham um domínio de uma escrita tão rica em detalhes, que nos faz mergulhar na história como se ela fosse real. E mesclada aos elementos do naturalismo e toda a pesquisa sobre a essência humana que foi feita por Zola, essa é uma obra ainda mais rica, que honestamente deveria fazer parte de uma leitura obrigatória.

E eu não digo isso por este ser um clássico, mas porque Zola tem uma precisão cirúrgica para remontar a realidade da forma mais fidedigna possível, nos fazendo olhar para dentro de nós mesmos, repensando nossas ações e desejos mais mundanos. Esse é um autor que nos tira do lugar dos ?alecrins dourados? de extrema bondade para nos forçar a reconhecer que existe dentro de cada um de nós essa chama do mal que precisa ser contida antes que seja tarde demais.

?A Besta Humana? é uma verdadeira aula de escrita criativa, e sua narrativa poética nos transporta para as paisagens francesas com tamanha facilidade, que é possível até ouvir os barulhos do trem viajando a uma velocidade que, em terra, faz com que a vida que acontece lá dentro não passe de um borrão para quem o vê passar. É uma verdadeira experiência sensorial, o que eu acho realmente fascinante.

Mas, além dessa escrita tão rica que parece chegar ao nível da perfeição, e de personagens tão realistas que chega a ser difícil imaginar que não passem de uma criação do autor, a temática psicológica trazida à tona é trabalhada com tamanho cuidado, que deixaria até o pai da psicanálise orgulhoso.

Um elemento forte presente em diversas relações desde o início da história, é o impulso agressivo ligado ao masculino, que se revela em agressões físicas, abusos sexuais e até mesmo em atos homicidas. Por mais chocante que isso possa ser, é preciso ir além do fator perturbador, para olhar mais de perto o que se esconde por trás.

Esse é realmente um verdadeiro estudo da alma humana, em seu momento mais animalesco, e antes dos julgamentos e condenações, precisamos compreender que aqui, Zola nos faz olhar para a questão do impulso agressivo pela ótica psicanalítica, traduzindo-o como uma oposição entre a pulsão sexual e a pulsão de autoconservação, que são conceitos da psicanálise que estão ligados ao impulso sexual. Inicialmente Freud não reconhecia a agressão como derivada de um impulso próprio, mas da relação entre a sexualidade e o instinto de autoconservação.

A agressividade está relacionada a um movimento impulsivo, ou a um ato destrutivo, que ocorre como uma resposta ao aumento da excitação, que por fim exige sua descarga por uma falha no aparelho psíquico em lidar com/simbolizar esse tipo de experiência. Afinal, quando o princípio do prazer demanda excessivamente do objetivo de gratificação, o reconhecimento do outro fica restrito as manifestações e as ações agressivas que são dirigidas a ele.

É claro que essa é uma teoria bastante complexa, e nem é minha intenção me aventurar demais nesse caminho, porque aqui se trata de uma resenha, e não um artigo científico. Mas o que eu quero dizer trazendo nesse momento o olhar da psicanálise sobre a agressividade humana, é que nessa obra, Zola não tinha como intuito apenas chocar, com suas cenas em que maridos espancavam sem dó as suas mulheres, ou do irmão mais velho que se achava no direito de bater na irmã para impor a ela o respeito pelo seu lar e o zelo pelos bons costumes, mas sim em revelar que é parte da condição humana portar um lado mau, cruel e desprezível.

Apesar de não ir tão a fundo nos acontecimentos pregressos que deram vasão a esses impulsos (algo que William Faulkner faz com grande maestria), ainda assim somos convidados a olhar os comportamentos humanos mais abomináveis para compreendermos como funciona essa lei da ação e da reação, bem como a compreender aquilo que a retroalimenta.

E é por isso que nenhum personagem dessa história é dotado de inocência. Porque entre o amor e a posse existe uma linha imaginária bastante tênue, e se nessa equação combinarmos uma manipuladora com um possessivo, seu resultado, certamente, será bem catastrófico. Como aqui, realmente foi.

Zola, nessa leitura, nos faz um verdadeiro convite para olharmos para além do ato, para nos despirmos das nossas preconcepções e nos tornarmos observadores ativos do comportamento humano, investigando e analisando com uma minúcia cirúrgica quais são os impulsos que se escondem e motivam cada ato de perversidade e barbaridade, que por mais que tentemos negar, somos capazes de realizar.

Assim como em ?O Médico e o Monstro?, ?A Besta Humana? vem para nos lembrar de que não somos tão bons assim quanto gostaríamos de ser, e que existem instintos e impulsos em todos nós que precisam ser analisados e trabalhados para que não se revertam em atitudes e comportamentos que vão além do que nos é permitido. E que negar a maldade que mora em nós, apenas a torna ainda maior e mais forte.

Depois de dizer tudo isso, eu não vou mentir, mas muitas das cenas não são para quem tem estômago fraco, ou que se impressiona facilmente, pois volto a dizer aqui que essa não é uma leitura voltada à indignação, julgamento ou condenação pelo comportamento inaceitável da violência contra a mulher. Mas uma expressão do real, que se fosse olhado com muito mais cuidado, e trabalhado adequadamente nos settings terapêuticos, poderia ser uma saída rumo a termos relações mais saudáveis e sem finais tão trágicos como constantemente vemos em nossos noticiários.

A locomotiva, essa besta metálica com nome de mulher que estampa a belíssima capa dessa edição da Zahar, é antropomorfizada neste romance, e descrita com características femininas, sendo a metáfora perfeita de como se dão as relações entre homens e mulheres, onde a paixão e o amor também dão espaço à rebeldia, à manipulação e o desejo de posse. E toda vez que ela (a locomotiva) se apresenta, sua presença reforça ainda mais o caráter da selvageria presente em cada um dos personagens, revertendo-se nos atos mais brutais e inimagináveis.

E assim como a besta metálica vai sendo humanizada, a cada página, o ser humano vai se revelando ainda mais em sua condição mais primitiva, lembrando que em cada um de nós existe uma besta que se não for domada, será capaz de coisas que não teremos sequer coragem de um dia confessar.
Francisco 07/01/2023minha estante
Resenha única!. Gostei de sua comparação com o livro de Stevenson que por sinal foi ideal. Desde que li "O Germinal" vi a genialidade de Zola (trazendo ideais libertários para uma comunidade de mineiros que vivem em condições subumanas). Esse já está na lista desse ano.


Flávia Menezes 07/01/2023minha estante
Francisco, obrigada mesmo pelas palavras. Romance psicológico? eu não consigo me conter nas resenhas. E sobre isso do comparativo com o Robert L. Stevenson, foi o que me fez ler. Porque eu amei ?O Médico e o Monstro?, e pensar que era algo tão intenso quanto, não tive dúvidas de começar. Agora, enquanto esse entrou na sua lista, ?Germinal? entrou na minha! Estou louca pra ler mais coisas dele. Experiência incrível!!! A escrita dele é perfeita!!


Francisco 07/01/2023minha estante
Você vai amar Germinal. ;)


Reginaldo Pereira 22/04/2023minha estante
Belíssima e grandiosa resenha! Tenho essa obra na minha estante para 2023; a sua resenha a fez ?cortar a fila? e se tornar a próxima!!!


Flávia Menezes 22/04/2023minha estante
Reginaldo fico feliz em saber, porque essa foi a melhor leitura que fiz esse ano! Espero que goste!




Michela Wakami 24/04/2023

Bom, porém cansativo.
É um livro que trás o horror e incômodos.
Não é um livro para qualquer um ler.
Infelizmente a maldade, está por todas as partes e em todos os lugares, só esperando o momento oportuno para se materializar-se.
Ela se faz presente em vários momentos dessa história.
Nos trazendo reflexões profundas sobre o tema.

Ponto negativo: eu particularmente, não gostei da escrita do autor.
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Erica 21/06/2020

Um passeio assustador em mentes doentias.
Meu primeiro romance de Zola e gostei muito da experiência. Como naturalista que se consagrou, não mede as palavras nem os detalhes sórdidos.
Aqui a máquina (a locomotiva) tem nome próprio e ganha conotações humanas, enquanto os humanos de verdade são expostos nos seus pensamentos mais repugnantes. E pior, agindo como máquinas diante de seus crimes.
Além disso, Zola nos apresenta a justiça como ela é: falha e mesmo assim prepotente.

"Para que dizer a verdade, já que a mentira era lógica?"
Erick 27/08/2020minha estante
Comentário incrível!




Paulo 01/09/2023

Romance denso
Zola consegue estabelecer um diálogo entre a importância do trem no final do século XIX e o fascínio pelo crime dos seres humanos em um enredo que surpreende pela crueza das suas descrições.
Um ótimo retrato do período sob à ótica da criminalidade.
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André Vedder 14/10/2020

Bestialmente ótimo!
Zola nos brinda com um romance impactante onde desmascara a "besta" existente no ser humano. O autor mergulha fundo no psicológico de seus personagens, trazendo seus tormentos a tona, numa sequência de acontecimentos onde o leitor atento é sugado para esse mundo bestial, em que Zola explora o lado mais vil das pessoas.
A ambientação criado pelo autor é excelente, tendo como pano de fundo a estação, locomotivas, funcionários e tudo que convive ao seu redor, levando o leitor a sentir todo o cenário como se fosse mais um personagem da história.
Um clássico!

""Para que dizer a verdade, já que a mentira era lógica?""
Maria 14/10/2020minha estante
Já estava interessada em ler, mas sua resenha potencializou o interesse. Zola foi um dos maiores gênios da Literatura Francesa!


André Vedder 15/10/2020minha estante
Que bom Maria! Pretendo ler Germinal em breve. Gostei muito da escrita dele :-)




Nat 16/09/2020

^^ Pilha de Leitura ^^
Confesso que tinha certo receio de ler Zola, sempre achei que seria uma leitura difícil. Depois que li Germinal, minha opinião não mudou tanto (rs), apesar de Germinal ser um dos meus livros favoritos da vida. Já em Besta Humana, achei uma linguagem mais fácil, porém que também bate na alma (claro que pode ser só uma questão de tradução). A história não tem tantos personagens, e estão todos ligados de alguma forma após um corpo ter sido jogado de uma locomotiva. A partir daí, a podridão humana floresce em várias formas. Gostei muito da última cena do livro, achei que representou bem a loucura de sentimentos do livro. Recomendo!

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
Mima 21/06/2021minha estante
Germinal é fantástico né ?


Nat 21/06/2021minha estante
Sim!!! Zola é demais




Reginaldo Pereira 27/05/2023

Uma obra sem mocinhos ou mocinhas?
Foi meu segundo Zola e este mestre francês conseguiu me impressionar novamente!

Nesta obra, Zola retrata seus personagens sempre pelo lado sombrio, animalesco, negativo, e pra isso praticamente aborda todos os sentimentos e atitudes negativas dos mesmos: avareza, preguiça, embriaguez, violência, ciúmes, mentira, falsidade, traição, depravação, vícios, homicídio, suicídio? (esqueci algum??).

E por mais que isso possa nos chocar, o autor consegue - por isso talvez seja considerado o ?pai do Naturalismo? - transcrever tudo dentro de uma linda e fascinante história ?sem mocinhos e mocinhas?, e onde provavelmente o mais humanizado dos personagens, o seu verdadeiro herói seja?.. uma máquina, uma locomotiva!

?A Besta Humana? não teve a profundidade que percebi em ?Germinal?, mas por outro lado teve a força brutal de trazer à tona o lado bestial da humanidade.
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Fabiana.Amorim 05/02/2020

Tristes e humanos
Minha cunhada me perguntou quem era, afinal, a besta humana nesta história. Após refletir alguns segundos, a única resposta que eu tive para dar é: todos os personagens do livro são bestas humanas. Todos.

Um tinha o desejo obsessivo de matar. Este personagem me impressionou. Pela primeira vez entro na mente de um assassino e suas crises sobre matar ou não matar. Sobre suas tentativas de controlar o lado bestial em nome da civilidade. Pessoas como esta circulam entre nós e a sociedade tenta, em vão, descobrir o motivo dos crimes cometidos. Não há motivo, senão a obsessão patológica por tirar a vida de alguém. 

Outros personagens, que a princípio poderiam passar por banais, mostraram-se piores que o psicopata da história ao lidar com os seus sentimentos mais vis.

Desejo de poder, dinheiro, status, inveja, ciúme... O que faz o nosso lado humano desaparecer e a besta surgir?

Somos todos bestiais ou somente tristes e humanos?

Bilac tem um poema que amo(dualismo) e que fala exatamente sobre essa ambiguidade do ser humano. 

"...E no perpétuo ideal que te devora, residem juntamente no teu peito, um demônio que ruge e um Deus que chora."

Graças a Deus a maioria de nós não é capaz de matar. Mas........ Para mim, bestial não é apenas o assassino, mas qualquer um que não consegue domar a sua fera interior e prejudica o próximo de qualquer maneira ou se omite. Omissão é, sem dúvida, um dos nossos maiores crimes.

Sigamos na luta de sermos mais humanos.
Talita 26/01/2021minha estante
Análise sensacional!




IGuittis 25/08/2021

Quando eu peguei esse livro, achei q seria uma vibe mais de serial killer, uma pessoa com ânsia de matar e que não conseguia se controlar. Encontrei algo diferente disso, mas não necessariamente ruim.
O autor trás diversos personagens, mantendo como central a Séverine e o Jacques, que tem um relacionamento extraconjugal. Mas também temos a apresentação do marido dela, de uns parentes de Jacques, de funcionários da ferroviária entre outros. E uma coisa em comum com todos é, todo mundo tem algo de podre, algo ruim, e essas ruindades praticamente levam cada um ao seu fim.
Eu achei a leitura difícil, cansativa em algumas partes, mas é muito bom o desenvolvimento num todo. E o último parágrafo do livro, perfeito, é um soco no estômago, eu amei.
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Mima 28/06/2021

"À pobre Lison restavam apenas alguns minutos. Ela esfriava, as brasas da fornalha viravam cinza, o sopro que havia escapado tão violentamente das suas laterais abertas terminava como um suspiro de criança que chora. [...] Por um momento pôde-se ver, em suas entranhas arrombadas, funcionarem os órgãos, os pistões batendo como dois corações gêmeos, o vapor circular nas gavetas como o sangue nas veias."
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IzaF. 23/11/2023

.
Eu não sei exatamente em qual parte do livro o enredo começou ser mais envolvente. Posso afirmar precisamente que não é um livro para pessoas sensíveis, os detalhes de assassinatos são excessivamente difíceis.

Com uma escrita não muito fluída, a estória (é estranho usar essa palavra, todos detalhes sao contados com tanta riqueza, que parecem fatos) segue um ritmo lento, com um enredo intimidador.
Explorando o lado de cada ser (besta). Acontecimentos interligados, feras humanas que merecem o purgatório, a palavra ?besta? é uma boa definição.

Como um trem fantasma, o enredo leva todos.
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Mariana 25/03/2022minha estante
Uollll. Que livro....


Junior 25/03/2022minha estante
Acheio um pouco cansativa a leitura, mais não sei se foi a escrita que me deixou cansado eu se estava cansado e por isso achei cansativo. Tem capítulos que achei totalmente desnecessário ou pelos menos eu não vi sentindo rsrs


Mariana 25/03/2022minha estante
Eita ahahahah. Mas olhe o lado bom, você finalizou, apesar do cansaço. Mas tem livros que não pegam mesmo.


Junior 25/03/2022minha estante
Rsrs vdd, sempre procuro continuar porque tenho necessidade de saber como o autor(a) vai fazer para amarrar a estória e se vai fazer sentido no final.

E nesse caso específico o 1° capítulo e o final é muito bom, na minha opinião se enxugar alguns capítulos no meio da estória ficaria muito melhor.


Mariana 25/03/2022minha estante
?Se me chatear, eu largo kkkkkkk. Não consigo ir até o fim se não me prender. Tenho vários lá para terminar por isso, não consigo permanecer na estória se não me cativar. Mas você está certo, tem que finalizar, eu que roubo kkkkkkk


Junior 25/03/2022minha estante
Rsrs


Michela Wakami 24/04/2023minha estante
Concordo a leitura é muito cansativa.




Heidi Gisele Borges 10/05/2021

A besta humana, de Émile Zola, é desses livros que marcam.

Li há algum tempo e não consigo esquecer. Anda raro um livro que me pegue desse jeito, que me faça pensar o tempo todo enquanto de sua leitura e me faça querer voltar para ele. Pois me senti perdida depois que terminei. O que ler agora?

Esse foi meu primeiro contato com o autor e já quero mais.

A besta humana faz parte de uma história maior. Émile Zola (1840-1902) escreveu vinte romances interligados que tratam da condição humana. Esse é do 17? Livro. Essa edição capa dura da Zahar traz, também, diversas ilustrações, além disso, é comentada, o que deixa a experiência da leitura ainda mais rica.

A história mostra a maldade humana, como algo ruim vira uma trama que todos os envolvidos precisam continuar para manter suas aparências. Traições, medos, ciúmes? tudo colabora para que se chegue à morte. E como isso faz com que outras pessoas entrem nesse círculo e cometam mais atrocidades em nome de qualquer coisa que as justifique.

Personagens bem construídos, com vida e alma. A dor de Séverine ao receber todo o ciúme do marido; a tristeza e o definhar do marido; o impasse do amante para contar ou não o que viu naquele trem; os ciúmes de uma prima. Tudo emaranhado para a eterna dor dos que ficam.

A história começa de uma forma calma, narrando o caminho até o encontro entre o casal Roubaud. O almoço simples que fazem no apartamento que um amigo lhes cedeu... Até Séverine se equivocar e contar a verdadeira história de seu anel?

"Foi preciso refazer todo o raciocínio para provar o direito que tinha de matar", isso remete ao 'direito' de fazer algo errado apenas porque o outro também o fez.

O trem está ali para ligar todos os pontos e personagens. A evolução da tecnologia e da maldade.

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Outras resenhas: Beco do Nunca
becodonunca.com.br
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