@blogleiturasdiarias 22/06/2018Resenha | Rebelde & Um Mundo NovoFiquei feliz quando descobri que Rebelde/Um Mundo Novo iria retratar a história dos MacGregors sendo um romance de época. E melhor ainda, seria um romance de época de escoceses. Com dois subgêneros favoritos, não poderia ser para menos que eles me encantariam. Duas histórias semelhantes e que interligam-se de modo fenomenal.
Ambientadas no século XVIII, Rebelde nos traz o envolvimento de Serena MacGregor com Brigham Langston. O segundo sendo inglês — tipo de pessoa que Serena detesta por tudo que o país já fez e faz com sua família — ela se verá travando uma batalha interna entre o coração e a razão, afinal a guerra se aproxima e coragem terá que ter de sobra. Em Um Mundo Novo, conheceremos Ian MacGregor e Alanna Flynn. Numa manhã gelada, Alanna acaba encontrando Ian desacordado e ferido no seu celeiro. Cuidando para que este guerreiro escocês não morra, ela perceberá que às vezes o amor está onde menos imagina. Mas também passando por um duelo interno, ela terá que escolher entre viver o amor desejado ou deixar que seus medos falem alto.
Nora Roberts tem uma escrita fácil e fluida de ler. Os romances que escreve são tão excepcionais, que você lê e o tempo passa sem perceber. Isso vem se perpetuando em toda a série, entretanto aqui consegui captar um toque especial. Tratando-se de um enredo Highlander no meio do conhecido Levante dos Jacobitas, o desenvolvimento floresce.
Trazendo informações históricas verídicas, esse fator é um ímpeto para conhecer a obra. Todo seu trabalho de pesquisa é primoroso, e as cenas de lutas/guerras são fantásticas. É um prato cheio tanto para aqueles que conhecem esse episódio da História da Escócia quanto para aqueles que tem curiosidade.
"Queria dar-lhe um vestido de seda e joias para combinar com os olhos azuis. Eram noções românticas e sentimentais, Ian sabia. Certamente se engasgaria com as palavras se tentasse dizê-las em voz alta." pág. 274, Um Mundo Novo
E com um ambiente de fundo realístico, fica fácil a construção de romances com pitadas de proibido. Não nego que adoro. Em ambos os casos temos protagonistas de temperamentos fortes e teimosas, o que dá aquele ar de tensão da trama, além das cenas hilárias. É um junção que funciona demasiadamente e que em doses certas torna a construção dos casais adoráveis.
Em Rebelde com uma escocesa e um britânico, é onde teremos maior destaque deste elemento explosivo. Sendo o principal cerne do drama o não permitido, a balança entre o cômico e o motivo de preocupação para esta questão foi bem explorado. Serena com o sangue escocês na veia representou belamente a personalidade dos guerreiros: a ação fala mais alto que a razão. Já no segundo casal, a dúvida está interligada a um guerreiro versus vida pacata que teve também sua importância explicada. Confesso que essa dupla foi a que me conquistou melhor.
Temos uma sucessão de acontecimentos e reviravoltas para a evolução de um romance, e não foge muito desse ciclo. É aquela estruturação conhecida — introdução, se apaixonam, ápice, drama e resolução — que não deixa de ser algo maravilhoso, e ainda temos um diferencial que é o conjunto apresentado. Não é raso nos aprofundamentos dos sentimentos. Conseguimos captar e sentir a dor dos personagens além de um ambiente de fundo que complementa — partes das cenas são em guerras, em combates, explicando um pouco como foi o levantamento jacobita — adicionando momentos de intriga para o livro.
As duas aventuras são conectadas por isso não aconselho a leitura fora de ordem, e temos uma discrepância em relação ao número de páginas. Enquanto que Rebelde tem um evolução detalhada, Um Mundo Novo é dinâmico — não no sentido negativo. As situações são mais simples de se resolver.
"Estava apaixonado por Serena. Deixando escapar um longo suspiro, observou-a até que ela tivesse sumido ao subir para a casa principal. Estava apaixonado, pensou novamente, e Serena o atacaria com um punha em seu coração antes de entregar o próprio a ele." pág. 78, Rebelde
De uma forma geral fãs de romances de época irão adorar. Saio completamente encantada e arriscando a dizer que é o melhor volume da série. Não cansa, e saímos com a sensação de ter conhecido algo fantástico. Nora Roberts sabe onde prender o leitor, dosar em cenas sensuais, mostrar a evolução da paixão para o amor e até mesmo demonstra uma preocupação com o mundo inserido — tanto em fatos históricos, como vestimenta, alimentação e locais. Recomendadíssimo.
Na parte física apesar de não ser fã dos tons rosas, para o título foi adequado e emparelha com o conteúdo. É simples, todavia passa a mensagem com clareza. Da série é a minha favorita. A diagramação segue o padrão encontrado anteriormente, sem nenhum erro de revisão ou ortográfico. A narrativa em ambos os casos são em terceira pessoa por pontos de vistas alternados dos protagonistas.
Que eu irei continuar a coleção isso com toda certeza. Para quem nunca tinha lido nada da Nora Roberts anteriormente, estou me saindo quase uma fã por causa da série. A editora ajuda ao manter uma regularidade nos lançamentos, o que adoro. Pretendo trazer em breve outras resenhas para vocês desta família — enorme diga-se de passagem. Lembrando que é uma série, porém os volumes são independentes! Podem ser lido fora de ordem, assim como eu fiz. Espero que tenham gostado!
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