@esselivrotemhistoria (ig) 11/07/2021
Para além do dia 19 de abril, precisamos apresentar diversidade literária para nossos pequenos. Essa vem acompanhada de diversidade de culturas e costumes e enriquece nossa visão de mundo.
? O pássaro encantado
?Eliane Potiguara
?Aline Abreu
?@jujubaeditora_
Um livro que nos lembra as lendas dos seres encantados e espiritos das florestas e dos rios. O encontro da Ave Encantada com a Avó, a Grande Mãe da Terra.
A avó representa a mulher sábia que detem o conhecimento da história de um povo. O grande pássaro é a ancestralidade, memória e costumes dos povos indígenas.
E ao final do livro o respeito da editora ao povo Potiguar, com suas danças, expressão da espiritualidade e cultura, o toré. Ainda contextualiza a relação de amor e respeito com os anciãos que transmitem a cultura, tradição e a língua.
Ela se escreveu para https://iberoamericasocial.com/mulher-defensora-da-natureza/ (por favor, leia na íntegra)
"Toda minha família, extremamente empobrecida, imigrou das terras paraibanas para Pernambuco por ação na neo-colonização do algodão(1922) e depois para um navio sub-humano para o RJ, (...)um índio muito velhinho e cego foi que se lembrou dessa história, em 1979, na Paraíba. Nasci num gueto formado por indígenas e judeus imigrantes da 2ª guerra Mundial. Minha família morou literalmente nas ruas, no Mangue numa área de prostituição perto da Central do Brasil. Eu dormia num baú que um português nos deu , por causa das ratazanas que vinham morder meus pés. Fiquei enclausurada vários anos num quarto na minha infância e quando via o sol desmaiava. O cômodo era sombrio, o banheiro imensamente sujo, cheio de insetos e cheio de limo.Eu tive anemia profunda e tuberculose. Tive tumores no super-cílio e no mamilo, curados com visgo de jaca, teia de aranha e minhoca amassada, mistura essa realizada pela sabedoria de minha avó. Tenho esse cheiro até hoje no meu olfato! A única coisa diferente era a educação, a espiritualidade e o amor que eu recebia de minha avó, mãe e tias indígenas. Elas me cobriam de amor, afeto e me protegiam contra a sociedade, que as discriminavam. Me tornei escritora com 7 anos, escrevendo as cartas que vovó analfabeta ditava para mim. Minha família não conseguiu ficar comigo. Quando fiz 8 anos fui para a Funabe, fiquei pouco tempo, porque logo minha família banhada em lágrimas me retirou de lá, quando me encontrou imunda, cheia de piolhos, chatos e fedendo como carniça e em pele e osso, roupa rasgada, descalça, quase morrendo de anemia. " ( texto ajustado)
Para conhecer mais: www.elianepotiguara.org.br
#povopotiguara #potiguara #povosindigenas #literaturaindigena #acnestralidade