Triste Fim de Policarpo Quaresma

Triste Fim de Policarpo Quaresma Lima Barreto




Resenhas - Triste fim de Policarpo Quaresma


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Siliane.Ferrari 13/12/2020

Um patriota apaixonado
Policarpo Quaresma era um patriota apaixonado pelo Brasil. Leu todos os livros sobre o país, decorou o nome e história dos principais heróis, sabia todos os costumes, não usava nada que não fosse brasileiro. Porém, no passar dos anos teve muitas decepções e teve um triste fim.

Leitura rápida e agradável.
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Lucas Felpi 02/06/2020

Um dos melhores reflexos da realidade brasileira. A sátira sobre um homem coitado bem-intencionado que termina em tragédia (como diz seu titulo) constitui a crítica que Lima Barreto faz à dificuldade brasileira em resolver seus problemas de base: na cultura, na agricultura, na guerra. Uma obra histórica que se mantém pertinente e atual.
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gabriel 10/02/2022

Nunca estude tupi

Achei o livro ótimo, é meu primeiro contato com o autor e estou surpreso com a qualidade da sua escrita. É muito melhor do que eu imaginava, os parágrafos se desenrolam muito bem e são muito agradáveis de ler. É um estilo que transita entre o poético e o irônico, ele às vezes exagera na "pompa" com que descreve as coisas, mas no geral ele consegue equilibrar isso com um senso de humor ótimo.

É um livro que dá vontade de ler mais de uma vez, não só para rever e notar alguns detalhes, como para ter contato novamente com a sua escrita, que é muito prazerosa. Certamente irei fazê-lo depois de um tempo.

A nota é um tanto arbitrária, é um quatro estrelas que pode ser tranquilamente visto como um cinco estrelas. Só não coloquei a nota máxima por motivos pessoais, algo nele não me pegou tanto, não me deu aquele envolvimento que alguns livros já me deram, então procurei marcar isso. Mas pode ser um problema mais meu do que do livro, o livro em si é ótimo e adorei a leitura.

Policarpo é um sujeito ingênuo, um nacionalista inócuo, que desperdiçou a vida estudando assuntos inúteis sobre o país. Ao ser envolvido em uma série de acontecimentos, vê o seu idealismo se desfazer diante de uma realidade fria e cruel. O livro, no entanto, trata este tema com muito bom humor, e é no geral um livro bastante engraçado.

Algumas cenas são impagáveis. As descrições de certo político (omito o nome para evitar spoilers) são ótimas e é um dos melhores momentos do livro. A ironia está por todos os lados, muitas vezes envolvendo militares (o que dá um ar "quixotesco" ao livro). Major, o personagem Policarpo se vê envolto numa guerra às formigas, numa fazenda na qual se meteu, sem qualquer experiência no assunto.

Policarpo talvez seja uma espécie de "nowhere man" nacional, aquela figura tão bem descrita por John Lennon em famosa música. Faz as coisas do nada, estuda muito, aplica muito método sobre coisas inúteis, e nenhum sobre coisas factíveis... um sonhador que cativa, com o qual facilmente nos identificamos. Mas que também nos dá pena e nos desola.

O livro tem um tom pessimista e crítico, transita por muitas personagens e consegue manobrar bem entre todas elas. Com o risco de soar anacrônico, digo que enxerguei uma crítica ao sexismo da época (ou machismo, se preferir). Há muitas cenas envolvendo casamentos indesejáveis, um modo de opressão da mulher. Ele trabalha bem este aspecto, inclusive envolvendo uma situação-chave bem importante.

Há análise psicológica e social, lembrou um pouco Machado de Assis neste sentido, mas sem ser tão mordaz ou sutil como este. Aqui ele joga mais na cara mesmo, o que não é pior nem melhor, apenas diferente. Achei muito bom também. E como no velho bruxo, a classe média aqui é retratada como interesseira e fútil.

O livro me lembrou um pouco o filme "Cronicamente Inviável", de 2000. O filme tem um pessimismo bastante similar ao do livro, ainda que trate de temas e de uma época diferente. Aquela sensação eterna de que o Brasil "não dá certo" (o que eu não concordo, mas é um sentimento compreensível).

Jamais estude tupi. O personagem principal é zoado e diminuído por este pequeno hábito, de estudar a língua mais importante das antigas nações indígenas. Uma pequena anedota pessoal, mas também já passei por isso. Fiz um semestre de tupi antigo na FFLCH-USP, com o lendário professor Eduardo Navarro, talvez o maior especialista da língua no país. Obviamente virei piada entre amigos e familiares. Até hoje, lembram deste fato ocasionalmente, sempre em tom de humor.

Apesar de eu não ficar bravo, e até rir com o fato (e dar munição para as brincadeiras), não deixa de ser um pouco triste. Por que isso deveria ser motivo de piadas, afinal? A Nova Zelândia tem muito respeito pelo maori (a língua dos nativos) e a ensina normalmente; o país basco se orgulha de sua língua, etc etc. Isso mostra que, por trás de muitas brincadeiras, opera uma espécie de "maldade antiga", um descrédito por nossa cultura. Aqui, o livro a retrata muito bem.

É um livro, então, com muitas camadas, um olhar cuidadoso e inclusive bem humorado por várias facetas da nossa nacionalidade, do nosso pessimismo, estagnação, a burocracia que emperra e oprime, coisas que permanecem em alguma medida até hoje.

É certo que evoluímos muito, somos um país industrializado e com cidades modernas, porém a identificação que o livro gera, mostra que ainda temos muito daquela realidade descrita por Barreto. Isto, unido à habilidade literária do autor, torna o livro imperdível.
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Erica 07/05/2021

Achei a escrita muito floreada, palavras difíceis usadas só pra deixar o texto mais chique. Clássico do XIX, prefiro Machado.
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Svinicius 23/03/2021

Ótima crítica
Um livro incrível, ótima sátira e críticas diretas. Infelizmente o meu problema com ele é que o livro se torna um pouco cansativo, o que não deixa o livro fluir em alguns momentos.
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Fernanda Taniz 01/04/2021

Gostoso de ler e várias reflexões sobre o que o autor quis mostrar. Em algumas partes eu me perdia na leitura, acredito que seja características do autor, no outro livro dele aconteceu também.
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Lara 24/04/2020

História datada em tempos de Marechal Floriano Peixoto, o patriota Policarpo Quaresma vive as suas desventuras em defesa do que acredita de um jeito que me prendeu a leitura. Recontando a história aos meus verbalmente, a riqueza de detalhes vinha a tona devido a toda a oferta feita por Lima Barreto nesse clássico. O título traduz a indignação pelo fim que levou nosso protagonista.
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Lusia.Nicolino 01/11/2022

O sonho dele continua válido
O que você leu na adolescência, para trabalhos escolares, ainda lê sob a mesma perspectiva? Acredito que não. Eu leio tanto, com indicações e descobertas de tantas fontes diferentes, que de vez em quando preciso de uma pausa. Essas pausas são ótimas para releitura de clássicos da nossa literatura. E O triste fim cumpre bem esse papel. Uma volta aos costumes do Rio de Janeiro de outros tempos – da desconfiança em relação ao violão – tão popular e quase indigno instrumento! Policarpo, do alto de sua biblioteca, alimenta o seu nacionalismo, o seu amor pela pátria – e até enlouquece – nosso Dom Quixote. Tem sonhos em relação a mudanças políticas, a agricultura, um país tão rico e tão mal administrado. O sonho dele continua válido e nós continuamos enlouquecendo! Mas vale a leitura!

Quote: "Nunca sofrera críticas, nunca se atirou à publicidade, vivia imerso no seu sonho, incubado e mantido vivo pelo calor dos seus livros. Fora deles, ele não conhecia ninguém; e, com as pessoas com quem falava, trocava pequenas banalidades, ditos de todo dia, coisas com que a sua alma e o seu coração nada tinham que ver."


site: https://www.facebook.com/lunicolinole https://www.instagram.com/lu_nicolino_le
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Mariannah 20/06/2021

Clássico atual
Comecei a leitura achando que seria o típico livro de vestibular, mas logo no começo já amei.

O livro é um clássico, e como dito por Ítalo Calvino: ?Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer?.

Infelizmente, o Brasil dessa história não é muito diferente do atual. Com certeza ainda temos muito o que aprender com ele?
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JB.12 19/01/2022

Lima Barreto, tu que és um visionário!
Esta obra clássica não nos entrega apenas a história de um homem perdidamente apaixonado pela sua pátria, mas também a realidade nua e crua que ele não foi capaz de enxergar até o momento da sua morte. O processo de desilusão do personagem é o maior feito de Lima Barreto com essa obra, pois é nesse desenrolar, que o autor nos dá a sua visão crítica a respeito do contexto social de uma República recém formada. É interessante a forma como absorvemos o sentimento ingênuo de Quaresma com os seus sonhos, e como criamos depois um sentimento penoso quando o mesmo se ver desiludido.
Ademais, é verdadeiramente triste observar não somente o fim trágico do personagem, mas também a história relacionando-se com as estruturas ao ponto de enraizar mazelas sociais de séculos passados para os dias atuais. Nesse país o estrutural é bastante visível no cotidiano, tantos nas questões raciais e misóginas abordadas, como também no autoritarismo criticado pelo o autor. É dessa forma, que este livro se constrói como um clássico.
Sobre as impressões quanto à Policarpo, é verdade que sentimos pena, mas o próprio personagem é passível de críticas, sobretudo pelo fato de que suas escolhas ingênuas possuem consequências. Ele escolheu o autoritário e padeceu nessa escolha, se deu conta tarde. Vidas foram perdidas e sacrificadas. Daqui há um século dirão que Lima Barreto escreveu sobre o Brasil de Bolsonaro, mas foi o de Floriano. Bem... Eu não julgo a confusão, ela é triste e coerente.
Denise Ximenes 19/01/2022minha estante
Excelente! Parabéns pela resenha!




hugooooor 12/07/2021

Pobre Major...
Na primeira parte do livro o que senti foi um distanciamento e estranhamento com o Quaresma, na segunda e terceira já sentia que Policarpo "era um parente" a ponto de sentir pena, ficar triste pelo modo como ele era tratado (tolo, louco, retrógrado) e outras coisas mais. Acho que um dos principais pontos a serem colocados é a questão do trabalho que Lima Barreto fez com os personagens, porque mesmo aqueles que ficavam como coadjuvantes eram bem trabalhados, com profundidade psicológica, próprios problemas, pensamentos, reflexões... Não teve nenhum personagem que senti que não deveria estar alí, de um modo geral todos são realmente importantes pra obra.
Obs¹: A leitura se somou com a belíssima edição da Antofágica em capa dura, as ilustrações do Montanaro só contribuíram com a grandiosidade do trabalho de Lima Barreto, um bom livro no interior e exterior, só me restou aplaudir pelo trabalho que realizaram.

Obs²: O posfácio do livro é extremamente bem escrito, só agregou na compreensão da leitura.
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