Gu Henri 25/08/2019
É uma obra que merece destaque por ser precursora sobre o BRICS, até porque, como diz o próprio livro, este bloco foi rejeitado pelos especialistas, mídia e demais agentes ao redor do globo, e parece-me que fora mais no intento de um veto, para impedir a aceitação do bloco como um bloco para além de compor uma aliança econômica - o autor é da opinião que o bloco foi rejeitado apenas por os países componentes destes não serem e terem suas economias e políticas confiáveis, coisa que eu não acredito.
O interessante é que o autor endossa a opinião de que o BRICS são apenas um bloco que quer adentrar no mando do mundo junto aos que já mandam, e não que haja uma conversão inversa de poder, e muito menos de ordem econômica, o bloco não é nem pretendeu ser, segundo o autor, um bloco de cooperação militar, mas eu também creio que possa sim este sim um dos intuitos, já que também houve acordos para entrelaçarem laços entre as instituições de pesquisas tecnológicas e científicas, que podem culminar em repasse de conhecimentos e tecnologia militares. Creio que o autor é ou ingênuo ou deixou de querer adentrar nestes campos mais especulativos, mas há algo que não me faz crer nesta hipótese, já que o autor cita o escândalo de espionagem da presidente Dilma, da Petrobrás, etc, feito pelos EUA.
O impeachment e seus desdobramentos tiveram como uma meta o roubo do petróleo e o desmonte desta posição de destaque que o Brasil estava alçando, principalmente por se aliar com países não-alinhados, mesmo que superficialmente houvesse ainda laços muito fortes com o dito Ocidente.
Há também muitas ressalvas que faço ao autor, que tem uma lupa liberal com o qual vê o mundo, e mais me decepciona é que ele parece ser levado na onda do que a mídia se deixou levar, principalmente quando o vi numa entrevista na Jovem Pan.
Que venham mais livros sobre o BRICS, e que o BRICS se alce como um bloco poderoso e que ainda haja quem o defenda na política e não quem o desmantele.