Rafael.Giuliano 26/03/2013Uma nova crítica à educação. Mas também novas ideias para a prática do ensino!Em primeiro lugar é importante destacar que o livro me foi emprestado por um amigo, pai de duas crianças, culto e inteligente, preocupado com a educação que oferecemos às nossas crianças.
Li alguns os artigos do Prof. Pier em seu site (http://www.neuropedagogia.org) que já foram o suficiente para compartilhar e iniciar alguns diálogos interessante com amigos, educadores e pais.
Osvaldo me sugeriu a leitura deste, deixando para depois os outros dois: [1] Estimulando Inteligência - Manual de instruções do cérebro de seu filho e [2] Aprendendo Inteligência - Manual de instruções do cérebro para alunos em geral, a fim de compreender melhor o papel do professor no processo de aprendizagem.
Logo após o início da leitura passamos a dedicar alguns almoços para o debate sobre as "provocações" feitas pelo autor, apresentadas sem muitos rodeios. Sua crítica é direta e ácida. Confesso que ele se torna, muitas vezes, quase "novelístico", porém, após um pouco de reflexão, muito do que é proposto passa a fazer sentido.
Não há como resumir, aqui, seu conjunto de ideias. No entanto, posso afirmar que muito mais do que críticas, o Prof. Pier propõe novas formas de atuação, em que o "professor" assuma seu papel vocacional como orientador num processo que, por si, é muito mais autônomo do que possamos imaginar.
A forma como ele defende a dinâmica de aprendizagem, dividida em três etapas, baseadas na [1] aula expositiva e socialização de conhecimento, [2] o estudo individual, em que o aluno exercita de maneira concreta o conhecimento em aquisição e [3] o sono, como fator biológico determinante para um ciclo completo.
A "tarefa de casa" deixa de ser, na visão do professor, um "trabalho a mais" para ser um dos pontos altos do processo, quando o aluno se concentra na fixação do conhecimento compartilhado na sala de aula, quando o professor tem a missão de lhe despertar a curiosidade, o interesse.
Propõem-se três intervenções para resgatar o aluno na atual crise da educação: [1] Ensiná-lo a assistir aula; [2] Ensiná-lo a estudar; e [3] Criar o prazer pela leitura!
O Prof. Pier "mete o dedo na ferida", por assim dizer, refletindo sobre questões óbvias, porém, que nos incomoda debater, dado o impacto negativo na educação que elas geram.
Sua crítica aos modelos, e modismos, pedagógicos, acredito, tem sim seu fundamento (apesar de não querer eu pecar pelo generalismo exacerbado do autor), é fato que temos visto aulas que parecem ignorar, completamente, o aluno nos "projetos educacionais". Entretanto, compartilho mais da visão crítica ao papel do educador, que carece de ser um exemplo melhor, também, como estudante, leitor e mesmo produtor de conhecimento.
Deixo aqui meu convite a quem mais quiser, puder e querer ler este grande crítico, e proponente de boas ideias para a educação, a fim de que possamos resgatar suas ideias num debate crítico, voltado para a experimentação, a fim de produzir melhores práticas em nosso exercício diário de ensinar, seja como professor, pais ou cidadãos!
Rafael Giuliano.