Invisible Man

Invisible Man Ralph Ellison




Resenhas - Invisible Man


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Clio0 10/07/2022

Invisible Man é um livro de racismo escrito nos Estados Unidos pós-Segunda Guerra Mundial, quando o país em questão estava em pleno boom econômico e, como tal, passando pelos primeiros sinais de revolta social e fundação de organização para suporte e luta pelos direitos dos negros.

O que torna essa leitura interessante não são os vários acontecimentos de opressão e repressão que ainda são comuns nos dias de hoje, mas a exposição das formas de manipulação que o personagem principal - um tanto quanto autobiográfico - sofre nas organizações que supostamente deveriam fazer esse trabalho.

Governo, ongs (em suas proto-formas), "cidadãos-de-bem", todos estão lá reproduzindo o sistema de exploração e preconceito em suas formas mais civilizadas, ditas hoje de colarinho-branco, e também em suas versões violentas onde sentimos o mesmo medo. E a mesma fúria.

Recomendo.
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Priscila.Gabrielle 26/07/2016

A invisibilidade Social
Nesta obra, um homem cujo nome nunca é revelado faz referência ao título da obra. Eu gostei muito da obra, possui um nível intelectual incrível. Achei bem interessante as diversas formas de linguagem entre os personagens, que se assemelha a realidade. O protagonista, um afro americano luta por sua identidade, e nos mostra o seu amadurecimento durante o romance. O tempo da obra é cronológico com traços históricos e psicológicos, o romance possui espaços abertos e fechados e é narrado pelo protagonista.
Ellison escreveu a obra durante a 2ª guerra mundial, e logo após ela os EUA se recuperavam da grande recessão. Ellison foi muito influenciado pela música, o que está bem claro no livro, já que encontramos diversas citações de Louis Armstrong e seu Jazz. É incrível ver que naquela época, Ellison deu voz a todos os invisíveis da sociedade, que lutaram por uma identidade e por uma igualdade tão desejada e surreal. Recebeu o estimado National Book Award, e atualmente sua obra é referência em diversas Universidades norte americanas. É uma leitura fundamental para quem quer ter um argumento crítico sobre o racismo e a invisibilidade social. Eu indico! ;)
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Toni 18/04/2024

Leituras de 2023

Invisible man [1952]
Ralph Ellison (EUA, 1914-1994)
Vintage Books, 1995, 582 p.

“Homem invisível” é um daqueles clássicos que merecem todo nosso interesse e atenção, mas que infelizmente, apesar da recente reedição no Brasil, permanece entre os esquecidos do campo literário. Neste romance, somos apresentados a um narrador negro sem nome que, após 20 anos vivendo em um subsolo alijado da sociedade (a influência de Dostoiévski é reconhecida pelo autor), põe-se a narrar os eventos de sua vida que o transformaram em um homem invisível. Ainda que essa invisibilidade seja em sua essência filosófica e social, a narrativa flerta tanto com o absurdo e o exagero que, na fatura da obra, não é tão difícil imaginá-la como efetivamente real.

Saído do sul dos EUA para uma universidade segregada no norte, o protagonista imagina que, com diplomas e suficiente dedicação, conseguirá galgar os degraus de uma sociedade que promete o alcance de tudo para aqueles que lutam por seus sonhos. Logo, no entanto, a falácia do mito estadunidense cai por terra, e através de uma série de reveses e encontros desastrosos este romance de formação traça o caminho da ingenuidade ao cinismo. Essa trajetória, muito bem articulada por Ellison, transforma o romance em uma grande alegoria da experiência de afrodescendentes na “Terra das Oportunidades”: o ambiente universitário, o sul escravagista, a precariedade do proletariado, o tratamento dado aos corpos negros em hospitais, a hipersexualização, o uso político do negro em partidos ditos de esquerda, as revoluções nascidas nas ruas — o homem invisível atravessa todos esses cenários e vivências.

Mas à medida que o narrador parece apenas testemunha de tantos eventos e interlocutor para personagens caricatas ou extremamente complexas, os cap. paulatinamente expõem os efeitos desumanizadores do r4c1sm0 sistêmico e as diferentes camadas que culminarão na invisibilidade do protagonista. “Homem invisível” nos oferece um painel social irredutível em sua complexidade, cujo clímax (uma revolta nas ruas do Harlem) reacende a discussão sobre o pacto narcísico da branquitude capitalista e suas estratégias para a manutenção de desigualdades.
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