Caçadas de Vida e de Morte

Caçadas de Vida e de Morte João Gilberto Rodrigues da Cunha
João Gilberto Rodrigues da Cunha




Resenhas - Caçadas de vida e de morte


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anna v. 19/11/2017

Sensacional
Nunca tinha ouvido falar deste livro ou do autor até que um amigo me deu um exemplar.
Surpresa maravilhosa.
A história se passa no interior do Brasil, no século XIX, e foca nas trajetórias de 3 personagens principais, que acabam se cruzando.
Ambientação e personagens secundários muito bons, cenas inesquecíveis e uma linguagem sofisticada na medida, sem ser pretensiosa (raridade!).
A única coisa que lamento é a ausência de personagens femininas mais memoráveis. Uma delas claramente poderia ter maior protagonismo, mas isso não acontece.
Ainda assim, recomendo com entusiasmo!
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Letícia 27/05/2021

Verdadeiras lições sobre vida, morte e Brasil. Para as pessoas comuns, não importava se Império ou República, a vida só seguia, como segue até hoje.

Por mais que fosse o fim dos imperialistas e fim da dureza dos coronéis, a República continuou permitindo a continuidade das mesmas práticas, como o curral eleitoral, é muito interessante na leitura ver a História.

O início eu achei meio chato, cansativo de ler, são gírias diferentes, nomes parecidos, mas quando todos os personagens são apresentados e a gente se habitua a linguagem utilizada pelo autor, a leitura voa. Eu senti uma necessidade muito grande de ver alguma justiça acontecendo, para todos os crimes que foram cometidos, por isso que chega um ponto do livro que fica muito eletrizante, impossível largar.

Tonho Pólvora partiu para o Desemboque com o objetivo de trabalhar, ter sua própria fazenda e fazê-la crescer, ele é um homem simples, não pensa em ter forturna, pensa na terra, no gado. Ao lado dela vão Zé Brilino e Zé Anjo, o primeiro um velho sábio e o segundo uma espécie de aprendiz.

Em São Paulo José Antônio preparou e efetuou um golpe na empresa onde trabalhava, ele fazia qualquer coisa para ter fortuna, qualquer coisa.

Manuel Crispim, um policial-caçador, nunca pedia um bandido, tinha um senso de justiça muito bem apurado.

A vida desses três vão se cruzar de formas pelas quais não podemos imaginar no início do livro.

A vida no interior do país no final do século XIX era uma vida sofrida, não havia lei ou Constituição que fosse forte o suficiente para assegurar a vida, o mais forte ou o mais bem armado levava vantagem, seja a arma uma pistola ou ameaças.
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jeyreadss 07/05/2023

SENSACIONAL
Caçadas de vida e de morte é um daqueles livros que você não espera muita coisa logo no começo, mas quando você menos espera a história te prendeu numa forma rápida e envolvente. Nunca achei que eu iria amar tanto um livro nacional como amei esse.
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Euflauzino 21/10/2021

A (de)formação de uma nova forma de governar

Sou urbano, nasci e cresci no aço e no concreto da cidade, o campo me é uma incógnita, temor também. Vejo muitos de meus colegas que gostam de passar férias em lugares isolados, no meio do mato e eu pensando em praia. Digo isso porque não consigo entender o porquê de meu fascínio por este universo tão distante de minhas parcas experimentações silvícolas.

O livro Caçadas de vida e de morte (Arqueiro, 400 páginas), de João Gilberto Rodrigues da Cunha, nos remete a um Brasil às portas da República. Um livro agreste e justamente por isso violento e perigoso que tem seus conflitos decididos à bala ou na ponta da faca. Coronéis perdendo espaço, popularidade e influência.

E é nesse contexto que a identidade do povo brasileiro vem se moldando. A transição da Monarquia para a República vem de encontro a interesses mil disfarçados de insatisfação popular ao impedimento de participar das decisões políticas.

Ahhh... mas não seja por isso, este livro vai além, bem mais além. É inevitável a comparação com o insuperável Guimarães Rosa e seus tropeiros, o linguajar próprio do mateiro, palavras em combustão, redicionarizadas na boca do homem simples do campo.

Muitos torceriam o nariz pensando em "Grande sertão: veredas", um livro incomum, robusto, inigualável, porém indigesto para uma geração que busca o imediatismo. É preciso parar e respirar para entender a plenitude de se viajar em um livro assim. Eu mesmo já o iniciei algumas vezes. Sugiro a princípio a leitura do conto "A hora e a vez de Augusto Matraga" a fim de se familiarizar, aí sim serão fisgados pelo grande Rosa, contador de histórias ímpares.

Mas por que deste preâmbulo todo? Para dizer que João Gilberto Rodrigues da Cunha conseguiu o que parecia inconcebível — uma escrita ao mesmo tempo original e rosiana.

Tonho Pólvora representa o povo, o trabalhador incansável no aprender, na busca honesta pela vitória pessoal.

“O jeito de espirrar, cair fora, buscar destino e futuro, e para isso havia ambição em Tonho, apelidado Pólvora pelas vendas que fazia pelo oeste das terras mineiras. Sabia comerciar, era trabalhador, econômico, de convivência amável e simpática, em todo lugar lhe queriam bem.”

José Antônio, o espertalhão, representante do mais ordinário jeitinho brasileiro do vencer a qualquer custo.

“Seu destino, sua luta, sua busca e sua caça eram a riqueza.
Devagar e manso, em cautelas experimentais, José Antônio fora preparando a cama...
Era hora de dar o grande golpe e cair fora.”

Duas maneiras de enxergar o mundo, dois universos em rota de colisão. E no meio disso tudo uma pesquisa das Gerais em estado bruto e poesia, muita poesia.

site: Leia mais em: http://www.lerparadivertir.com/2021/10/cacadas-de-vida-e-de-morte-joao.html
Andrea 24/10/2021minha estante
Até 2020, eu também não entendia esse povo, principalmente pessoas mais velhas, que queriam morar no "mato". Não que eu preferisse praia, porque também não curto ?, mas olha, hoje não só entendo, como gostaria de morar nesses lugares mais afastados também...

Deixando isso de lado, Grande Sertão nunca foi um livro que me chamou atenção, mas acho que porque pensava nele como algo que você começa e precisa devorar (o tal imediatismo).

Saudades de ler e me envolver na leitura... Vou deixar marcado esse livro, até porque quase nunca leio nacionais, ainda mais desse estilo.


Euflauzino 25/10/2021minha estante
leitura mais que recomendada, vá por mim, é um livro diferenciado. boas leituras pra ti!




Toninha 11/01/2023

Incrível! A história é muito bem construída, a escrita é completamente imersiva e quando a história começa a pegar ritmo não dá vontade de largar o livro. A mistura de fatos históricos com ficção deixa tudo muito mais interessante, as revelações e plot twists foram muito bons. Em algumas cenas é bem gráfico, então pra quem é mais sensível pode ser incômodo, mas mesmo assim com certeza vale a pena ser lido.
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Vanessa.Oliveira 23/06/2023

Só tenho elogios pra essa obra! A construção dos personagens, o desenrolar das histórias individuais que se cruzam, os personagens apaixonantes e detestáveis.. tudo isso situado com o contexto histórico da passagem do Brasil Império para República. A forma como são divididos os capítulos parecem cenas de novela, e daria uma baita série emocionante!
A personagem feminina secundária que não foi tão bem desenvolvida, mas tinha enorme potencial, não diminui minha nota pra essa obra! Com certeza releria um dia!
Fico surpresa por não ser tão famosa entre os clássicos contemporâneos nacionais.
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Jéssica 08/01/2022

Mais do que eu esperava!
Eu já havia visto algumas pessoas indicando essa leitura, mas ainda assim fui surpreendida pela qualidade da obra! De fato, é um vira-páginas e tanto. Logo nos vemos envolvidos nas histórias narradas no Desemboque, que convivem e se entrelaçam perfeitamente, nos levando a mergulhar com o autor nas situações que o título do livro já nos adianta (vida, morte e muitas caçadas). Neste livro existem personagens adoráveis e detestáveis em igual proporção, todos representando muito fielmente o "ser humano" em suas muitas facetas: a ambição, a coragem, o amor, a vingança. A linguagem é um pouco mais rebuscada, mas ainda assim, muito acessível e sem deixar a leitura pesada. Recomendo fortemente a leitura desta obra. Foi muito bom acompanhar Tonho Pólvora, José Albério e o turbilhão de acontecimentos e reviravoltas, ambientados em um cenário Brasileiro e em um momento histórico tão marcante para o país. Cinco merecidas estrelas!
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Jean 13/02/2023

Me surpreendeu
Comprei esse livro só porquê eu achei barato, mas foi provavelmente a melhor experiência que eu tive com um livro br.
A leitura na maior parte me deixava empolgado, poucos momentos do meio pro fim do livro me fizeram dar uma empacada
Os personagens foram o real destaque de livro, todos os principais e muitos dos secundários foram muito bem feitos, só queria que uma das personagens, vulgo Ana, que foi a minha preferida da obra, tivesse mais destaque, mas entendo que o contexto histórico da obra não deu muito espaço pra isso.
No geral, eu recomendo o livro, não chega a ser difícil de entender, mesmo nas partes de assuntos politicos/econômicos ele explica bem. Único aviso é que tem uma cena MUITO pesada(pelo menos pra mim foi).
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Nathy 06/07/2022

Citações Favoritas:
. "O homem julga o que não conhece - só Deus julga o que conhece."

. ?O poder embriagava. Era tão ou mais sedutor que a Fortuna, coisa que só os políticos sabem sentir e entender.?

. ?Homens direcionados e determinados têm essa facilidade para obter o que pretendem. Às vezes, porém, perdem o que não pretendem.?
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Fernando1355 29/08/2022

Excepcional
Uma história muito envolvente, um cenário maravilhoso e personagens incríveis.

Caçadas de vida e de morte é uma obra excelente que mistura a vida do pessoal do Desemboque com o fim do império e começo da República.
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Marcos774 04/09/2022

Livraaaaaço!
Um excelente livro que tive o prazer em ler. Uma história que se passa no interior de Minas Gerais no prríodo de transição do Brasil monarquia à república. A história principal é de um rapaz ambicioso José Albério que vai fazer de tudo para conquistar o poder e fama, mesmo que para isso ele tenha que enganar, ameaçar, sobornar e até matar. Uma história que te faz não querer largar o livro e te faz torcer do começo ao fim por alguns personagens. 5 estrelas. Devo fazer minhas observações que são um ponto negativo do livro o fato do narrador da história tratar, especialmente a mulher negra, nos atos sexuais, como uma forma animalesca, ou seja, sempre a comparando com animais no cio. Em todo o livro a mulher branca só foi exemplificada com essas características uma única vez e mesmo assim de forma mais branda. Para alguns pode não parecer nada, mas a mim incomodou, por isso não foi favoritado.
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Giuvanexx 10/12/2023

Despolitizado, despolitizante e antipolítica
Três coisas me interessaram na compra e leitura do livro: 1. o preço; 2. o gênero, romance histórico; 3. o fato de ter sido finalista do prêmio Jabuti (o que é usada na sua divulgação).

Aparentemente, a julgar por esse livro, nem tudo que é indicado pro Prêmio Jabuti é ótimo. O livro não é ruim, mas, entre os méritos, parece ser apenas uma história "mais ou menos" bem contada por alguém que "aparentemente" conhece sobre o campo.

Digo "mais ou menos" por conta do final (últimas trinta páginas, talvez?), onde a resolução da história parece ser pouco crível, em determinados momentos um pastiche de novela mexicana, em especial pelo fato de todos os personagens passarem a explicar tudo desnecessariamente; além disso também é bastante previsível (isso desde cedo).

Menciono o "aparente" (me refiro dessa maneira por não conhecer o bastante para saber julgar a veracidade das informações) conhecimento do autor sobre o campo, de onde surgem diversas comparações, analogias, frases que remetem a conhecimento popular, assim como a própria descrição de cenário - nesse ponto me lembrou Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro. Apesar disso, a escrita, no entanto, é bastante crua, nada bela, nada poética, pouco inventiva. Um livro "curto e grosso", que incorpora o espírito e parece ser escrito por Tonho Pólvora (personagem do livro).

Quanto aos personagens, me incomoda o fato de todos eles serem bastante unidimensionais, preto e branco, nada cinza: existe o lado bom e o lado mal, além de alguns personagens coadjuvantes que não tem espírito próprio, além do fato de cumprirem a função de coadjuvantes. É um mundo pobre, que se concentra - e, além disso, cita - pouquíssimos personagens; alguns deles são jogados na narrativa de maneira bastante casuística, como é o caso de João Carneiro que ganha destaque convenientemente quando o destino dos vilões já está marcado, e deve substituir esses, corporificando os males da república e da democracia.

Nesse sentido, a crítica é bastante despolitizada, despolitizante e antipolítica. Em alguns momentos o regime dos coronéis é claramente idealizado e defendido, como no trecho a seguir: "a estrutura feudal das fazendas pressupunha essa amizade e lealdade recíproca. Os patrões eram responsáveis e protetores de seus empregados, estes lhe deviam fidelidade e serviço. O futuro ia mudar todo esse relacionamento. Alguém ia dizer que patrões eram apenas exploradores e opressores, empregados eram oprimidos e sofredores. Seria necessária uma luta política e social em que a palavra de ordem seria a dos direitos do operariado e deveres dos patrões. O contrário não seria cogitado, seria um pressuposto jugar-se que os patrões já gozavam de seus direitos e os operários eram escravos de seus deveres" (p.281); ora e os "direitos dos patrões", quer saber o autor? Daqueles, que, antes da república, eram proprietários de escravos!!!

Em vários outros momentos a república é relacionada à corrupção, mas nunca (ou quase nunca?) aos militares, que foi o grupo que assumiu efetivamente o poder com o fim do regime monárquico. Ao longo de todo o livro existe uma distinção moral entre o campo e a cidade, esta última, representada por João Albério, lugar de corrupção, mentira, futilidade, enquanto o campo é lugar da inocência, do trabalho. Uma visão que, imagino, reflita o lugar social do autor, médico e agropecuarista. Visão que se expande em direção à concepção que tem sobre riqueza e pobreza: "pobres de origem e condição de vida são pobres mesmo, sem ilusões ou ambições", ora pobre, você não tem ambição, quem tem é o rico! e continua "ricos, quando ficam pobres, sofre mais que os pobres de verdade - por não aceitarem a pobreza, pela perda de status, pelo orgulho, por mil coisas que vão acontecendo, humilhando e derrotando os que baixam pelos degraus da vida" (p.322), que sofre mesmo é o rico empobrecido, o pobre não.

Repassando tudo isso agora, talvez não ache que o livro seja bom, mas, no máximo, mediano. Desconhecedor do Jabuti, penso - e espero - que esse livro tenha sido indicado por ser livro mineiro.
Michelle Garcia 21/12/2023minha estante
Estou na metade do livro e de primeira pensei que daria uma novela. Não acho que vale tudo que dizem. A história é interessante mas não foi bem elaborada. Mas como não sou escritora posso estar errada. Como leitora está difícil terminar.




Bia 28/03/2023

Me surpreendeu
Eu ganhei esse livro de natal da minha tia e não fiquei muito contente por não ser um autor jovem e nem o tipo de história que eu gosto, pensei que não iria ler nunca mesmo minha tia dizendo que era um ótimo livro. Em janeiro, estava enjoada de ler histórias muito comuns e resolvi dar uma chance, levei dois meses para ler e confesso que só fui gostar mesmo da história depois das primeiras 150 páginas. Mas depois de abandonar meu preconceitos com o livro percebi que era uma história ótima e bem narrada, realista e muito fiel à época em que a história ocorre. Não posso falar muito mais que isso pois é capaz de eu contar a história toda, apenas deem uma chance pra esse livro e vocês não vão se arrepender. Este livro se tornou um símbolo de afeto para mim, e respeito pela minha velha e amada tia que mais uma vez, como sempre, estava certa sobre o que é bom na vida.
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JL Marcal 07/01/2023

Uma excelente leitura
Ainda que seja de 2000, se passa no Brasil do final do século XIX, algo que gostei muito. Personagens muito desenvolvidos, história impecável. Recomendo demais!
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