spoiler visualizarSilvana 01/03/2020
Arin viajou para o Oriente e conseguiu aliados em Dacra contra Valória. E enquanto estava por lá ele deduziu que todas as atitudes de Kestrel foram por amor a ele e partiu o mais rápido possível para confirmar suas deduções. Mas em sua afobação ele acaba chegando em um momento ruim, onde Kestrel está sendo vigiada por seu pai e para tentar reverter a situação ela nega e distorce tudo o que Arin fala. Arin parte arrasado e Kestrel não suportando mais mentir para ele escreve uma carta onde confessa tudo o que fez. Mas a carta chega aos mãos do seu pai e ele sem pensar duas vezes entrega a própria filha para o imperador. Então Kestrel, no dia em que completa dezoito anos, é mandada para o campo de trabalho forçado em Tundra.
Arin consegue escapar de Valória e chega em Herran junto com os navios de Dacra. E já prepara um plano, porque ele tem certeza de que o imperador vai atacar. É o que acontece, mas Valória não sabia sobre os novos aliados de Herran, nem que "a mariposa " havia alertado sobre a água envenenada dos herranis e os valorianos perdem a primeira batalha. Primeira, porque agora definitivamente foi declarada a guerra. Enquanto arma as estratégias, Arin não consegue deixar de pensar no que Kestrel faria e consequentemente no que o pai dela, o General faria e assim vai tendo uma vitória por vez. E por mais que tente dizer a si mesmo que não se importa com Kestrel, dói mais um pouco quando fica sabendo que Kestrel se casou com o príncipe em segredo e fugiu para a lua de mel.
E enquanto Arin está em guerra, Kestrel está sendo drogada em Tundra. Eles só precisam dos corpos saudáveis para trabalhar, já a mente, os presos mais parecem zumbis e não lembram nem os próprios nomes. Kestrel luta o quanto pode, e até chega a fugir com uma pequena ajuda de Verex, mas é pega e tem seu corpo marcado para que pare de lutar. E ela para. Mas então chega até a Arin a notícia de que Kestrel morreu na viagem de lua de mel e ele não consegue aceitar. E novamente sua mente começa a juntar as peças, e ele tem certeza de que mais uma vez foi enganado por Kestrel, e com base em informações que chegaram até ele, deduz que ela foi levada para Tundra e vai resgatá-la pessoalmente. Mas quando enfim Arin encontra Kestrel, ela não o reconhece. Ela não sabe nem quem é ela mesma. Mas ela vai se lembrar, e Kestrel que nunca quis se alistar no Exército vai fazer questão de estar nessa guerra.
Antes de mais nada quero dizer que me arrependo do que disse lá na resenha do primeiro livro. Para quem não leu, eu disse que esse livro não se comparava a histórias como A Rebelde do Deserto e outros que li ultimamente do gênero, mas estava muito enganada. Acho que o problema foi eu ter lido ele na hora errada, quando estava mais propensa a outros gêneros, como o suspense. Porque a trilogia é magnifica. Fiquei de cara com a história, amei os personagens, a autora soube desenvolver a ideia, o cenário de guerra e politicagem foi de arrasar, o romance de deixar o coração quentinho, as cenas de ação muito bem escritas que até parecia que eu estava assistindo e não lendo, e um final de deixar qualquer um satisfeito.
O segundo livro terminou de um jeito de doer o coração e eu sabia que o começo desse terceiro ia ser dificil para os dois protagonistas, mas não imaginei que ia ser tanto. Kestrel sobreviveu porque é uma guerreira, eu no lugar dela tinha desistido bem antes. Eu já tinha visto barbaridades em guerras, mas o que eles fazem em Tundra é cruel até para os padrões dos piores vilões que eu já tinha visto. Fiquei chocada. E quando Arin finalmente consegue tirar ela de lá, ela não lembra de nada. E no fim isso acabou sendo um ponto positivo para a história porque foi lindo ver Kestrel se encantar novamente pelo homem que ela já amava e não lembrava. E ver Arin respeitando o tempo de Kestrel? Em nenhum momento ele forçou alguma coisa ou tentou fazer com que ela se lembrasse na marra, ele simplesmente conquistou ela novamente. Homens aprendam com ele.
O relacionamento entre eles é um dos mais lindos que já li em livros do gênero. Eles se entendem com o um olhar, fazem o que precisam para salvar seu povo, mas sempre pensando na segurança e felicidade do outro. Aqui não tem um que ama mais, o amor dos dois é igual. É um amor tecnicamente impossível, mas que é tão grande que até as pessoas em volta começam a querer ajudar e torcer por eles. O leitor tem companhia em sua torcida hehe. E uma pessoa que se destacou nisso foi Roshar, que amava Arin como um irmão, ou até algo mais, e que fez tudo ao seu alcance pela felicidade dele. Roshar aliás que foi um dos personagens considerado secundário, que roubou a cena em muitos momentos e queria que ele tivesse tido um final melhorzinho do que a autora reservou para ele.
A guerra foi um grande destaque nesse terceiro volume. Eu confesso, não sou tão fã de livros onde a guerra é descrita em seus mínimos detalhes, mas aqui eu fiquei encantada, principalmente por ver a aluna, Kestrel, usando o que aprendeu contra seu professor, seu pai. As estratégias, cada movimento do jogo, eu ficava com o coração na mão esperando para ver que lado ia sair vencedor. E amei a cena final entre a Kestel e o imperador. As ultimas páginas me deu nervoso porque ficava intercalando entre o que acontecia com Kestrel e Arin e eu queria que tudo terminasse logo para ver os dois juntos novamente, mas ao mesmo tempo não queria porque não sabia como ia terminar. Foi um final épico, um dos melhores finais de trilogia que já li.
Kestrel é uma protagonista que vai ficar marcada. A evolução do personagem foi enorme. De garota protegida de tudo, ela se tornou o nome da guerra. E não precisou de super poderes para isso. Arin, nem sei o que dizer. De escravo a líder de um povo sem esperança, um coração de ouro, o apoio que Kestrel precisava e que sem ele nada teria sido feito. Eu amo esses dois juntos. E só posso dizer leiam essa trilogia. Se você é fã de livros do gênero, você vai se surpreender. Quanto a edição, já comentei que os meus livros vieram sem orelha, tipo edição econômica, mas as capas são lindas e compensa hehe.
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