Machamba

Machamba Gisele Mirabai




Resenhas - Machamba


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Ju 13/05/2020minha estante
Revoltado rs


phddelavia 13/05/2020minha estante
Hahahahahaha. Desculpa. Hahahahaha eu fico injuriado quando gasto um tempo lendo um livro que desde o começo eu sei que vai ser ruim e ele vai piorando, superando todas as expectativas. :)


Ju 13/05/2020minha estante
???


Ju 13/05/2020minha estante
Sei como é! Mas por que não abandonou??


phddelavia 13/05/2020minha estante
Então. Quando pensei em abandoná-lo eu já estava na página cinquenta, é também precisava ler o grande vencedor do prêmio Kindle. Realmente esperei muito do livro e me frustrei imensamente. Rs


Ju 14/05/2020minha estante
Então, foi uma perda de tempo total? Não o indicaria também né?


phddelavia 14/05/2020minha estante
Então, indicar é uma palavra muito forte, mas com certeza absoluta eu não indicaria! Hehehe Li alguns excelentes livros esse ano. Se quiser indicações... :)


Ju 14/05/2020minha estante
Claro! Sempre bom uma boa indicação!


phddelavia 14/05/2020minha estante
Vou responder inbox:)


Ju 14/05/2020minha estante
?




PuddingPop 05/02/2017

Continue caminhando
#AntiResenha
Entre o tempo grande e o tempo pequeno, entre Minas Gerais e o resto do mundo, entre a dor e o prazer, Gisele Mirabai navega por águas turbulentas, a borda, sua heroína: Machamba, a procura dos seus elos perdidos nos cartões postais da Enciclopédia das Antigas Civilizações.
“Ela embarcava nos homens, mas nunca se ancorava nos portos.”
O texto de Gisele é luminoso e cinematográfico, parece que tem uma “direção de fotografia”, cheio de texturas, cores, luzes e sombras, tive o mesmo tipo de sensação ao ler o seu conterrâneo João Guimarães Rosa.
“...e ela sentiu dor para respirar. O sabor de um sentimento ruim. É muito triste quando se descobre que um amor perdido dói mais que o atropelamento de caminhão. ”
É uma busca existencial, é necessário caminhar, não fixar morada, deixando só pontas, pequenas partes de Machamba espalhadas pelo mundo, ligadas por uma fita vermelha presa numa mangueira em Minas Gerais.
Enfim, é uma catarse! Gisele é uma revelação – pelo menos pra mim que não a conhecia – então o que você está esperando? Embarque e leia.
“Uma feminilidade tão delicadinha, a garota vinda lá de longe, do interior, do outro lado do mundo. Tudo parecia um encontro... para aliviar uma tensão que nunca nessa vida se alivia... gostava dos detalhes rápidos e inesperados, a temperatura no interior de uma coxa desconhecida, a mão estranha pressionando as costas”


site: https://www.instagram.com/puddingpop69/
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Michele 01/04/2021

UMA HISTÓRIA PARA SE MONTAR COMO UM QUEBRA-CABEÇA
MACHAMBA, de Gisele Mirabai, foi uma leitura despretensiosa de um livro que eu não tinha ouvido falar, de uma autora que eu não tinha referências. Apenas dei uma lida na sinopse e apostei que seria bom. No entanto...

Foi ótimo!

Machamba é a protagonista, uma mulher que viaja o mundo depois de sair do interior de MG. Parece uma premissa bastante simples não fosse um fato trágico que dividiu a sua vida em antes e depois.

A história em si é a fuga, e nos perdemos em seus pensamentos extraídos por um narrador em 3ª pessoa que muitas vezes nos confunde com a 1ª num fluxo de consciência fragmentado.

O tempo é um importante componente nesta história, pois ele é dividido em dois:

- O Tempo Grande, quando ela vivia a sua infância feliz na fazenda em Fiandeiras, na companhia do pai, da mãe ou do seu melhor amigo, Daniel, filho de peões. Se divertia com os banhos no poço ou os fascículos enciclopédicos.

- O Tempo Pequeno é o tempo de depois, já adulta. Machamba tenta não se ligar a ninguém. Quando isso acontece, ela parte e tenta refazer o caminho das civilizações antigas que lia nas enciclopédias.

Outra questão é que o tempo é psicológico, ou seja, vai e vem conforme os pensamentos da protagonista. São pecinhas que precisamos encaixar, um quebra-cabeças que vamos montando peça a peça, o que atiça a curiosidade, prende a atenção e faz a gente querer ler até a última página.

Falando nisso, a leitura é deliciosa, a linguagem muito poética. Chama a atenção as palavras criadas pela protagonista pra servir de nomenclatura – talvez uma outra fuga. Além dos termos utilizados pra se referir ao tempo, também há no seu vocabulário particular:

- Cabeça de ovos mexidos: se referindo à sua perturbação mental;

- Elo Perdido: a divisão entre o Tempo Grande e o Tempo Pequeno;

- Presunto do Misto-Quente: estar em meio a duas outras pessoas.

Assim é também com alguns nomes de personagens, como Esponja Branca, e até o próprio nome da protagonista Machamba.

A obra fala de dor, morte, sofrimento, fuga, saudade e tantas outras coisas que eu só posso encerrar esta resenha deixando um convite pra que você também faça essa leitura.
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KarlaRocha 29/08/2017

Machamba
Esse livro não é escrito de forma linear, ele desenvolve o presente e o passado de Machamba que se entrelaçam. O passado revela as cicatrizes que conduzem as ações do tempo presente de forma gradual ao longo do livro.
É uma leitura fluida que desperta a curiosidade do leitor pelo desfecho que não é tão cruel quanto a princípio pode parecer.
A autora também nos leva para viajar por várias partes do mundo antigo onde conhecemos culturas, pessoas, cheiros desses locais.
Eu gosto de histórias escritas de um modo mais indireto, então gostei bastante de conhecer a história da menina com cabeça de ovos mexidos e de acompanhar a sua luta para compreender.
Hallef 14/09/2017minha estante
Eu achei que teria um fim trágico, mas não foi...




Leila de Carvalho e Gonçalves 16/07/2018

Vencedor Do Prêmio Kindle
Disputando com aproximadamente 2000 livros, "Machamba" é o vencedor do primeiro Prêmio Kindle de Literatura, organizado pela Amazon em parceria com a editora Nova Fronteira. De acordo com Gisele Mirabai, a autora, ela começou a escrever o romance em 2009, no entanto, dividida entre a família e o trabalho como roteirista, ele só foi concluído em 2011.

A partir daí, o desafio passou a ser publicá-lo num mercado editorial voltado para best sellers ou escritores consagrados, ,as após enviar cópias para inúmeras editoras, o livro acabou engavetado sem despertar maior interesse. Quando a autora soube do concurso, resolveu arriscar e a sua premiação é uma boa oportunidade para refletir sobre a importância de iniciativas srmelhantes no nosso panorama literário.

"Machamba" é um romance sobre memórias e lugares, aliás, lugares que Gisele visitou. Seu título é o apelido da protagonista e, em banto, significa "terreno apropriado para cultivo", uma curiosa metáfora para um romance de formação. Em linhas gerais, trata-se da história de uma jovem, nascida e criada numa fazenda em Minas Gerais, que, após passar por um evento traumático, precisa digerir sua dor. Para tanto, ela resolve largar tudo e tirar um período sabático, indo primeiro para Londres. Depois, segue pelo mundo, conhecendo as ruínas de antigas civilizações, enquanto vai reconstruindo a si mesma a partir de seus destroços.

De acordo com o escritor Geraldo Carneiro, um dos jurados do concurso, "a personagem tem a capacidade de fazer de seu pequeno mundo um vasto mundo, um espelho em que o leitor se vê simultaneamente como semelhante e estrangeiro". A maior virtude de sua história é a maneira como é contada. Com uma escrita personalíssima e lapidada com esmero, Gisele optou por uma narrativa não linear na qual o passado é revelado aos poucos, despertando o interesse do leitor como um bom livro de suspense.

Finalizo, felicitando a escritora. Estimo que essa premiação seja a primeira e seu sucesso duradouro. Aguardando um novo livro, recomendo.

Nota: O ebook precisa de revisão, pois apresenta alguns erros de digitação. Vez ou outra, falta espaço entre as palavras.
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Ãnimo Total 09/02/2020

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" O que era isso, que a desordem da vida podia sempre mais do que a gente ? "
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Ju 25/10/2023

Um romance cheio de surpresas que te prende até o fim enquanto acompanhamos os conflitos e os sofrimentos de Machamba.
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Sol Belchior 30/10/2017

Uma viagem à parte...
Ao começar pela narrativa, o livro surpreende. Com as cenas misturadas entre presente e passado fã com que entendamos as características da protagonista.
Ao narrar as cenas de lugares do mundo, em específico de cidades turústicas, a gente é automaticamente transportado para lá.
Não sei quais livros concorreram ao prêmio kindle, mas foi merecedor.
Vale a leitura!
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Vanessa Prateano 23/02/2018

Machamba: Conheça a obra de Gisele Mirabai, que venceu o 1ª prêmio Kindle de Literatura
A história de uma mulher que sai em viagem pelo mundo como forma de conhecer a si mesma e curar alguma dor não é um tema necessariamente novo na Literatura – pelo contrário, ela é recorrente, uma vez que a jornada rumo ao “eu interior” é a base de muitas narrativas. O diferencial de Machamba, da escritora mineira Gisele Mirabai, que por esta obra ganhou o 1.º Prêmio Kindle de Literatura, no ano passado, é a forma pela qual esta história é contada – uma narrativa poética e construída com afinco, por meio de uma narradora de poucas palavras, por vezes indelicada e de pouco trato social, que simboliza a história de vida de inúmeras mulheres.

Machamba é uma mulher jovem, da qual não se sabe o verdadeiro nome nem a idade. No início da obra, logo no primeiro capítulo, a leitora é apresentada a expressões como o Tempo Pequeno, Tempo Grande, Dia do Antes, Dia do Depois e Elo Perdido, assim como toma, pela primeira vez, conhecimento de nomes como Daniel, Luís, João e Joana. Machamba oferece pequenos vislumbres de um lugar amado, a fazenda onde nasceu e que simboliza uma espécie de paraíso.

É logo aí que a autora começa a prender a atenção de quem lê, ao soltar aos poucos, como pequenos spoilers, informações que, ao final da obra, se encaixarão a dezenas de outras pequenas informações, formando o grande quebra-cabeças que é sua protagonista.

No segundo capítulo, Machamba está em Londres, onde trabalha como garçonete. Vive uma vida que a sinopse da obra na Amazon descreve como “promíscua” e “inconsciente”, ao mesmo tempo em que evita qualquer proximidade, com homens ou mulheres, no sentido afetivo. Enquanto sua vida londrina se desenrola, a vida em Fiandeiras, a fazenda da família, retorna em flashbacks. Os capítulos sobre a vida no interior de Minas Gerais são os mais interessantes e memoráveis, até porque eles são a chave para se compreender quem é Machamba.

Descobre-se, então, que algo de muito grave ocorreu naquele passado idílico, e que representará uma ruptura cruel e dolorosa na vida de todos os envolvidos. Enquanto tais flashbacks são apresentados a quem lê, como se a leitora estivesse dentro da cabeça de Machamba, a relembrar aos poucos uma tragédia ainda sem nome, a protagonista embarca em uma viagem pelas Antigas Civilizações, um tema que a fascinava quando criança, época em que lia sobre aqueles lugares na companhia do pai.

A relação entre voltar para o início da História, da humanidade e da cultura, e voltar também para o início de sua própria história, é um recurso interessante usado por Mirabai. Ao andar pelas ruínas da Grécia, da Turquia, Israel, Egito e Índia, Machamba desconstrói a própria história e força um encontro com aquilo que também ruiu dentro de si. É inevitável a pergunta: o que ocorreu de tão grave? O que de tão doloroso foi trazido por essa desconstrução da memória? Ao mesmo tempo em que a leitora busca entender e avançar na leitura para descobrir o que houve, pode vislumbrar as ruas e monumentos visitados por Machamba, os quais guardam certa conexão com alguns elementos visuais de sua própria casa da infância.

“O Dia do Antes aconteceu um infinito antes do Dia do Depois. No Dia do Antes, havia a fazenda e a piscina escura do rio com o sapo amarelo, havia os girinos agitados na beira d’água e as pancadas das grandes chuvas. Havia os porcos e o gramadão lá embaixo para os animais trotarem para as visitas, havia os pés de laranja, a cerâmica portuguesa, as gengivas dos cavalos que apareciam de repente com nacos de feno nos dentes. Havia João e Joana, e havia Daniel.

Naquela época, o Cristo pregado na parede não fazia barulho. Estava de olhos baixos em meio aos quadros das africanas de turbantes coloridos, garimpados na feira hippie. Em silêncio. O Cristo parecia que não observava.

Mas as coisas iam acontecendo.

Ah, antes de mais nada: no Dia do Antes havia uma pota fechada e também uma menina batendo na porta do banheiro de azulejo laranja, gritando: eu sou virgem, pai!” – Machamba, página 8

Para quem gosta de uma narrativa não-linear, mas ainda assim sem muitas experimentações, “Machamba” não decepciona. Mesmo que a história se alterne entre passado e presente, tal divisão se dá em capítulos – um para a vida do agora, outro para a vida de antes, e assim por diante, delimitando com precisão os diferentes tempos narrativos. Embora seja uma narrativa que aposta em descrições – de cheiros, de paisagens, de sons-, os períodos curtos dão fluidez e não cansam.

O livro de Mirabai, que é também roteirista de cinema e TV, atriz e pós-graduada em Literatura pela Universidade Federal Fluminense, despertou reações bem díspares entre leitores e leitoras. De fato, a obra alterna entre uma narrativa mais arrastada e não muito interessante – como o período em que Machamba está em Londres, principalmente quando há descrições das “aventuras sexuais” da protagonista, que parecem não dialogar com o resto de sua jornada nem com as memórias da infância, um tanto fora de contexto – e muitas cenas ricas em detalhes e sentimentos, que fazem a leitora ter um profunda conexão com a “anti-heroína”.

Os homens que passam pela vida de Machamba são desinteressantes, enfadonhos, presunçosos, o que por vezes nos faz querer que a leitura avance de uma vez, já que as cenas entre ela e seus pretendentes, embora cheias de descrições sexuais, se apresentam dispensáveis – talvez, a autora tenha construído tais personagens dessa forma de maneira proposital, como um meio de nos fazer refletir sobre como mulheres complexas estão muitas vezes rodeadas por homens sem brilho e totalmente esquecíveis.

Algumas situações vividas pela personagem também parecem um pouco insólitas e bastante inverossímeis (mesmo para uma pessoa com passaporte europeu, o que é o caso de Machamba, descendente de portugueses), como viajar pela Europa e Oriente Médio apenas com a roupa do corpo, um celular e um cartão de crédito. Por vezes, a imagem da moça como uma mulher moderna e desapegada de tudo, que passa grande parte do dia sem se comunicar com ninguém e independente ao extremo, parecem um tanto irreal para alguém que vive em grandes metrópoles, mas não chega a comprometer a qualidade do trabalho.

Por outro lado, na maior parte do tempo, a narrativa se desenrola bem, gera curiosidade, é marcada por um trabalho delicado com as palavras e prende a atenção através de recursos como a repetição de sons, expressões e paisagens ao longo do texto que se amarram e geram um sentimento de empatia e de familiaridade em relação à protagonista e aos locais por onde ela passa, em especial, por sua casa de infância. A fazenda Fiandeiras, onde ela passa grande parte de sua infância e onde ocorre um episódio que irá destroçá-la, se torna um lugar acessível, íntimo de quem lê, com suas portas abertas para a piscina, seus sapos e cavalos.

O final, bem singelo e pouco retumbante, talvez deixe a desejar. A sensação é de que faltou algo, de que a história poderia se desenrolar um pouco mais. Dado o cuidado da autora com a trama e com a escolha das palavras, o final, muito repentino, gera uma sensação estranha de que algo se perdeu nos últimos instantes, de que o fôlego acabou um pouco antes. Ainda assim, vale a pena conferir o trabalho de Gisele Mirabai, uma autora premiada também por seus livros infanto-juvenis. E torcer para que aumente o número de mulheres finalistas e ganhadoras dos prêmios de literatura, aqui e no exterior.

site: http://deliriumnerd.com/2018/02/20/machamba-gisele-mirabai/
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LUNII 17/02/2019

Simples e bonito
Enquanto Machamba está em Londres, vivendo uma vida bem fora do normal, a personagem vai relembrando do seu passado no Brasil no interior de Minas Gerais em uma fazendo que vivia com seu pai lendo enciclopédias sobre o mundo antigo.
É aquela história que conta sobre o passado e o presente ao mesmo tempo que vai remoendo os pensamentos da personagem. Li poucos livros assim e percebi que gosto bastante.
Não tem muitos diálogos, mas ao mesmo tempo discute várias coisas, como o papel da mulher ao longo dos anos e religião, tanto do Brasil quanto de outros lugares.Que no meu ponto de vista são discussões necessárias atualmente.
Aos poucos vamos vendo uma história muito simples e bonita, contada de uma forma devagar mas que não perde a graça e a curiosidade em nenhum momento.
É um livro brasileiro que merece atenção.
Fernando Lafaiete 17/02/2019minha estante
sempre quis ler este livro... espero conseguir muito em breve. :)




isa.dantas 19/03/2019

Achei o começo confuso, mas conforme a história se desenrola, é possível entender as referências. Um livro, para mim, sobre perdas.
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Delirium Nerd 21/08/2018

Conheça a obra de Gisele Mirabai, que venceu o 1ª prêmio Kindle de Literatura
A história de uma mulher que sai em viagem pelo mundo como forma de conhecer a si mesma e curar alguma dor não é um tema necessariamente novo na Literatura – pelo contrário, ela é recorrente, uma vez que a jornada rumo ao “eu interior” é a base de muitas narrativas. O diferencial de Machamba, da escritora mineira Gisele Mirabai, que por esta obra ganhou o 1.º Prêmio Kindle de Literatura, no ano passado, é a forma pela qual esta história é contada – uma narrativa poética e construída com afinco, por meio de uma narradora de poucas palavras, por vezes indelicada e de pouco trato social, que simboliza a história de vida de inúmeras mulheres.

Machamba é uma mulher jovem, da qual não se sabe o verdadeiro nome nem a idade. No início da obra, logo no primeiro capítulo, a leitora é apresentada a expressões como o Tempo Pequeno, Tempo Grande, Dia do Antes, Dia do Depois e Elo Perdido, assim como toma, pela primeira vez, conhecimento de nomes como Daniel, Luís, João e Joana. Machamba oferece pequenos vislumbres de um lugar amado, a fazenda onde nasceu e que simboliza uma espécie de paraíso.

É logo aí que a autora começa a prender a atenção de quem lê, ao soltar aos poucos, como pequenos spoilers, informações que, ao final da obra, se encaixarão a dezenas de outras pequenas informações, formando o grande quebra-cabeças que é sua protagonista.

Leia na íntegra:

site: https://deliriumnerd.com/2018/02/20/machamba-gisele-mirabai/
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Stella F.. 20/11/2018

Parabéns!
MACHAMBA

Gisele Mirabai mereceu o prêmio Kindle 2017.
Adorei sua escrita e na minha opinião escreve de uma maneira completamente nova, que nos prende do início ao fim, e o faz com sutilezas e de maneira moderna mas nos deixando trechos bastante marcantes para reflexão.
O seu relato é sobre um Tempo Grande, um Tempo Pequeno e um Elo Perdido no meio.
O tempo que ela denomina grande é sua vida passada na fazenda em Fiandeiras, Minas Gerais. Lá ela conseguia ser ela mesma, em contato com a natureza, sem limites para ser feliz, nadando no rio, tirando fruta do pé, convivendo com animais e com os empregados em relação de amizade, sendo criança, sem amarras e experimentando o que para ela era o bem maior: o amor do pai e o aprendizado sobre as grandes civilizações ensinado por esse pai presente e amoroso. Vive também o amor infantil por seu amigo de todo dia, o filho da empregada. Mas ela deixa claro já , suas impressões sobre o tempo da escravidão e a ausência da mãe em seus afetos, apesar da presença diária.
É ela entremeia suas lembranças enquanto vive o tempo grande, onde teve o coração partido e caído em um local qualquer que não faz ideia. No tempo grande ela quase não fala, quase não se relaciona, não produz laços principalmente depois de ter mais uma decepção em um amor. Para não sofrer, ela sai correndo do apartamento (com janelas não suas, cortinas não suas) e acaba sofrendo um acidente, sendo necessário a colocação de um pino no braço. Enquanto tenta ir vivendo sem pensar muito no passado, apesar de ele estar presente todos os dias, ela resolve viajar pelas antigas civilizações, projeto antigo. É conforme vai visitando Egito, Turquia, e outros locais, vai entrelaçando sua história e nos prendendo com seu jeito tão diferente de narrar.
Em Jerusalém pensa que só gostaria de conversar com Abraão. “Quer perguntar a ele qual o motivo de tanta confusão. Se pode ajudá-la a entender isso daqui, dizer por qual razão o amor entre os homens é obrigado a passar pela cultura, por questões raciais, religiosas, o Amor, um sentimento tão imenso que nem sequer cabe nos corpos.”
Ela coloca que no Tempo Grande a obrigação de estar dentro dos padrões que se espera das pessoas, com regras a seguir, todos na mesma forma, reagindo a tudo igualmente. “ ..não vai fazer o que disseram para ser feito, colocar a vida assim em gavetas. As gavetas de quem pula e quem não pula, de quem manda e obedece, de quem deve e não deve ser amado.”
Fala que sua cabeça é uma cabeça de ovos medidos e que seu corpo está todo amassado pelo moedor de ossos.
É quase ao final de sua viagem pelas civilizações nos apresenta o Elo Perdido, que apesar de já termos uma ideia ao longo de todo o texto, fica esclarecido somente no final, nos fazendo querer saber e ir lendo, lendo, para ter certeza se é o que pensamos.
É sim. Está relacionado com seu amor de infância. Um amor ingênuo que foi visto como não devido por diferença social e racial. A história sempre se repete batendo sempre na mesma tecla.
Mas quando é bem contada, com um viés completamente novo, nos prende e fica diferente de tudo que já lemos!
Recomendo a leitura do livro! Adorei!

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Aline Teodosio @leituras.da.aline 19/03/2019

Vencedor do prêmio Kindle 2017, o livro conta a história de Machamba, uma mulher jovem, com uma cabeça confusa, em busca de respostas para si mesma, a fim de resolver o quebra-cabeças de sua vida. Para tanto, ela mergulha numa viagem às antigas civilizações, lembrança das histórias contadas pelo pai através de enciclopédias.

A narrativa é dividida em três partes: o elo perdido, o tempo pequeno e o tempo grande. O elo perdido representa um grande trauma sofrido pela personagem, aquilo que desencadeará toda a sua confusão mental e vazio interior que ela tão fortemente carrega. Já o tempo pequeno e o tempo grande são presente e passado respectivamente.

A trama é, portanto, contada de forma não linear e pouco convencional. Em todas as experiências vividas no presente, a personagem as entrelaça com memórias do seu passado. Uma narrativa que vai e volta o tempo inteiro. Às vezes, um bate-estaca repetitivo, que serve para delinear a mente traumatizada de uma personagem em busca do próprio eu.

E ao longo de toda a prosa o leitor vai pescando as pequenas pistas que a autora solta como iscas para prender a atenção até o fim. Aos poucos vai-se montando todo o quebra-cabeças da cabeça de ovos mexidos, sendo possível entender o paradoxo entre aquele comportamento fora da caixa e um passado pesado.

A mais, Machamba, através da escrita elegante e refinada da autora, nos direciona a olhar o papel da mulher na sociedade e o peso da religiosidade e das convenções sociais e culturais a que ela é submetida.

Gostei muito.
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