A Filosofia Americana

A Filosofia Americana Giovanna Borradori




Resenhas - A filosofia Americana


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Refugios das Letras 20/04/2020

Quando completei dez anos de idade, pedi de presente o livro Crime e Castigo. Claro, ao chegar nesse ponto de maturidade de precisar de dois dígitos para demonstrar o quão velho estava, era preciso encarar obras literárias mais densas e de melhor reputação que Harry Potter e afins. Ganhei o livro, comecei a ler, não entendi nada e eventualmente larguei. Li muito antes do tempo que devia. A única diferença da minha leitura de A Filosofia Americana é que dessa vez não larguei e fui até o final.
A autora, uma especialista em filosofia contemporânea, entrevista nomes importantes do cenário americano e tenta com eles definir o que torna a vertente americana peculiar. Temas recorrentes são a fuga da grande guerra, religião, dinheiro e diferenças teóricas em relação às tradições britânicas e continentais. Pessoalmente, só conhecia (e admirava ao menos parte da obra) Nozick e Kuhn, e por me faltar uma base teórica de filosofia analítica e metafísica admito que fiquei boiando grande parte do tempo.
Não tenho a menor condição de dar nota, e só recomendo para quem tem bom conhecimento prévio da área.

site: https://refugiosdasletras.blogspot.com/2020/04/a-filosofia-americana-giovanna-borradori.html
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Felipe Novaes 26/12/2016

O eterno presente sem passado da filosofia analítica
No Brasil a noção de filosofia das pessoas é moldada pela popularidade dos filósofos mais famosos, dentre os quais Nietzsche, que originalmente era um filólogo. Mas a filosofia é um campo bem mais amplo do que as figuras populares como, hoje, Pondé, Cortela e Clóvis de Barros sugerem.

Num nicho bem mais restrito, nascido da pretensão científica dos filósofos do Círculo do Positivismo Lógico.

A ideia era transformar a filosofia numa espécie de ferramenta reflexiva, usando a lógica formal para estabelecer uma argumentação segura, demonstrada. Não era apenas o palavrório dos chamado continentais do Velho Mundo. Se a história era básica para a filosofia continental, na filosofia analítica ela é abolida.

Hoje a divisão bem marcada que existia entre filosofia analítica e continental vem se tornando cada vez mais translúcida. Alguns, como Nozick e MacIntyre, misturam erudição literária com rigor lógico nas argumentações -- uma espécie de pós-filosofia analítica. Tem até aqueles que misturam lógica com certo pano de fundo semita e misticismo oriental, como Putnam -- muito embora ele tenha o bom senso de não fazer isso no mesmo trabalho, eu acho.

No meio disso, tem aqueles que negam a ideia de verdade, tão cara à lógica -- e, por consequência, à filosofia analítica. É o caso de Rorty, com seu neopragmatismo. Mas também tem Kuhn, que faz uma negação parecida sobre a verdade, especialmente não que tange à ciência, mas apelando mais para a historicidade dos paradigmas científicos.

Nesse livro, a filósofa italiana Giovanna Borradori entrevista cada um desses filósofos, e mais uns outros, acerca de sua biografia, carreira, e posição quanto à dicotomia cada vez menos clara entre filosofia analítica e continental.
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