Oréstia

Oréstia Ésquilo




Resenhas - Oréstia


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Claire Scorzi 12/02/2009

Amor no tempo certo
Demorei a amar os trágicos gregos; minha opinião sobre eles na faculdade era que eram superestimados.
Após mais de 20 anos li "Êumenides" de Ésquilo. Foi uma revelação (ou apenas eu tinha chegado ao momento certo para apreciar). O mito do nascimento da Justiça com a deusa Athena em papel de destaque me conquistou. Depois parti para as outras peças - Agamêmnon, que é perfeita, e Coéforas, nem tanto, mas ainda impressionante; e descobri que Ésquilo parece literariamente uma força da natureza: grandioso, poderoso, monumental. Sófocles e Eurípides podem ser bons - o primeiro até consegue a perfeição em "Édipo Rei", sem dúvida! - mas ler Ésquilo será sempre, para mim, como ser testemunha de uma tempestade, um vendaval, um furacão; é a Beleza em estado bruto, sem que outra palava me ocorra senão dizer de novo: monumental.
Ana Clara 10/02/2016minha estante
Estou me aproximando agora dos clássicos gregos, decidi que seriam boa companhia para a leitura de Ilíada. No início, achei que não iam me impressionar pela história em si, mas quase fiquei fora de mim durante a leitura de Sete contra Tebas, do Ésquilo. Ele realmente conseguiu criar um abiente de apocalipse iminente na peça! Também gostei muito de Agamêmnon, que li hoje. O resto da trilogia lerei amanhã. Sófocles, Eurípides e Aristófanes estão em sequência na fila




willian.coelho. 21/07/2021

Uma trilogia bastante rica em cultura grega clássica
“A Oresteia” é uma trilogia trágica de Ésquilo - o primeiro dos grandes dramaturgos do século de ouro de Atenas. Em ordem cronológica, é composta pelas peças: "Agamêmnon", “Coéforas” e “Eumênides”. Aborda o segmento final da linhagem de Tântalo, que sucumbiu a inúmeras maldições: ele foi condenado a passar fome e sede em meio a um cenário onde havia abundância de alimentos e água potável (por ludibriar os deuses); Pélops (filho de Tântalo) teve a desgraça proclamada pela boca de um homem, no momento de sua morte, que o ajudou a sabotar uma corrida cujo prêmio era a mão da princesa Hipodâmia. Os filhos de Pélops, Atreu e Tiestes, disputaram o reino de Argos (similar ao que ocorre com os filhos de Édipo por Tebas); Tiestes seduziu a esposa do irmão que, após conquistar o trono, o enganou e o fez comer seus próprios filhos. “A Oresteia” parte disso e narra a vingança de Egisto (filho de Tiestes) sobre seu primo Agamêmnon (filho de Atreu) com a ajuda de Clitemnestra (esposa de Agamêmnon) e, como o nome sugere, conta a saga rancorosa de Orestes (filho de Agamêmnon e Clitemnestra), a fim de punir sua mãe e seu tio.
“Agamêmnon”, a primeira obra, explora o retorno do vitorioso comandante supremo do exército grego da guerra de Troia e a sua morte apunhalado pelas mãos de sua esposa (seguindo os planos arquitetados por seu amante Egisto). Todavia, o enredo também expõe alguns elementos que permearam o conflito, como o estopim (sequestro de Helena, cônjuge de Menelau, por Páris), o sacrifício de Ifigênia por seu pai Agamêmnon para que as naus pudessem partir, o descontentamento e desilusão da população argiva em relação à partida de seus entes para a guerra (que durou 10 anos), os adultérios cometidos pelo rei (em sua tenda, no cerco à cidade troiana) e pela rainha, a carnificina engendrada por Atreu contra Tiestes. Conquanto, para a maioria das pessoas, esta seja a melhor parte da trilogia (talvez pelo seu valor em situar o leitor no mito, obviamente pela ótica de Ésquilo, uma vez que possui seções com descrições deveras minuciosas da trama), peca em seu momento catártico e na sua singularidade.
“Coéforas” encena a chegada de Orestes a Argos (no momento em que libações são colocadas por sua irmã Electra no túmulo de seu pai), a cilada que ele prepara para sua mãe e Egisto e, finalmente, o assassinato ordenado por Apolo (oráculo de Delfos). Indubitavelmente, é a mais morna das três, porém essencial para conectar a história. O destaque fica para a cena em que Clitemnestra expõe o seio e implora pela misericórdia do filho, que a rejeita e a mata (até demonstra comoção, contudo obedece ao mandamento divino).
“Eumênides” é, certamente, o texto mais original: começa com um rico diálogo da pitonisa sobre o panteão e os oráculos; o coro é composto pelas Erínias (divindades mais antigas que os deuses do Olimpo cuja tarefa é penitenciar os criminosos consanguíneos), e há uma descrição escatológica bastante competente quanto à sua aparência física; Apolo, Hermes e Atena figuram como personagens principais; é formado um tribunal para julgar Orestes, com ente acusador, defensor e julgador. A catarse talvez fique reservada ao instante do julgamento em que a deusa proclama a decisão do júri (empate, que é favorável ao réu graças ao voto de Atena, daí a expressão “voto de Minerva”, seu nome na forma romana); não é demasiadamente tenso, como deve ser (segundo Aristóteles), entretanto. O descrédito que precisa ser salientado aqui é o diálogo (não atípico nessa cultura) misógino que a deusa da sabedoria usa como argumento a favor de Orestes: o pai contribui mais significativamente para a concepção do que a mãe, que seria uma espécie de receptáculo. Está certo que mulheres nem sequer eram cidadãs na Grécia clássica, que Atena foi concebida de uma fenda na cabeça de seu pai (Zeus) e que a embriologia estava a milênios de distância a ser desenvolvida, mas o fundamento poderia ser mais racional.
A trilogia vale a pena para os que têm algum apreço pelo que restou do drama grego (das 90 peças de Ésquilo, restam 7), não é uma estrutura nem um estilo adotado nos dias de hoje (coro, corifeu, heróis falhos, etc), o que limita muito o seu público. É válido ressaltar, também, que os “sensíveis” e “problematizadores de plantão” podem se sentir ofendidos com a misoginia, o que é, neste caso, no mínimo, tolo, na medida em que é um escrito importado de mais de 2000 anos e de um povo socioculturalmente bem distinto da contemporaneidade. Não obstante, há unidades da obra que se mostram atuais, tanto do ponto de vista ético e moral (um filho que mata a mãe por vingança à morte do pai e desafia uma instituição - as Fúrias - com o dever de atormentar o matricida), como do arcabouço jurídico (no Brasil, o tribunal do júri é convocado exclusivamente para julgar crimes dolosos contra a vida).
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Tiago 09/02/2023

Mais um tragédia grega...
Existe a antecedentes muito importantes para o entendimento de cada uma das peças que temos aqui, é imprescindível acompanhar um pouco antes. Nós temos 3 peças aqui, a primeira chamada de Agamêmnon é baseada num episódio da lenda de Atridas, em um retorno da guerra, o comandante supremo e sua prisioneira amante de guerra são assassinados por sua mulher e seu amante usurpador. O que não se pode imaginar que o filho iria ser escolhido por um Deus pra vingar seu pai, e aqui começa a segunda peça, Coéforas, onde acompanhamos o luto do filho e sua busca e execução final de vingança o que trará consequências diretas sobre o crime de matar um familiar e que as fúrias agora buscam um acerto de contas. Aqui começa a última peça, Eumênides, quando Atena encontra o filho executor, Orestes, em seu altar. Aqui as fúrias perseguem o homem maldito, onde elas tem o direito de vingar os crimes cometidos por consanguíneos. Ao final, pode haver paz entre as fúrias e Zeus? O que poderemos ter em um julgamento na presença de Atena e Apolo poderá ser a nossa resposta...
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lilac 19/08/2021

Gostei bastante!
Essa foi uma leitura pra faculdade que consegui aproveitar, não foi uma história entediante, pelo contrário, muito emocionante.
Nessas leituras antigas eu geralmente me sinto perdida, mas dessa vez consegui compreender. Fiquei chocada com o que a Clitemnestra fez para a família, o marido volta de uma guerra de 10 anos e ela mata ele?? uma tragédia grega mesmo kkkk
Pra mim, a melhor parte são as divindades gregas, amo ler as histórias baseadas nos mitos, acredito que se não fosse o curso, acabaria nunca conhecendo essas obras.
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arthurzito 23/03/2022

Primeira tragédia que eu tive acesso. A história é dividida em três partes, começando no momento em que a guerra de Tróia é dada como terminada e com a iminente volta do rei Agmêmnon para seu reino e família. O motor do enredo é o plano de assassinato do rei pela sua esposa, Clitemnestra, que deseja vingança por ele ter feito sua filha de sacrifício para conseguir viajar para Tróia no início da guerra.
Achei a leitura muito fluída e interessante, acredito que a tradução ajudou muito nisso. Provavelmente irei ler mais tragedias depois dessa.
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Lara 09/06/2020

Gostei da divisão das obras. A história é muito boa, mas prefiro Odisséia.
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RogerBoy 27/04/2021

Excelente!!
A trilogia de Ésquilo é uma obra-prima e a edição da Zahar é excelente. Não efetuei a leitura da introdução para evitar possíveis spoilers, porém vez ou outra uma nota apresentou algum, contudo nada que diminuísse a experiência.

A sensação de incompletude presente em Prometeu Acorrentado não está presente, já que a Oréstia é a única trilogia preservada de Ésquilo, um dos gigantes do teatro grego.

Dentre as três peças, sem dúvida, Âgamenon é a melhor.

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Aninha 08/12/2023

Gostei muito mais do que esperava! Li só por causa da aula de literatura grega (que não é minha praia), mas gostei da trilogia.
Ri bastante! Sei que é uma tragédia, mas pra mim foi bem cômico.
Maaas, a história é cheia de furos e tem partes bem maçantes (como vários discursos dos coros, por exemplo)
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Procyon 17/04/2022

Oréstia ? Resenha
O livro é o segundo volume da série antológica das principais obras e dos principais dramaturgos gregos (Ésquilo, Sófocles e Eurípedes), A Tragédia Grega, traduzida pelo helenista brasileiro Mário da Gama Kury e organizado pela editora Zahar. O tema da Oréstia, do dramaturgo Ésquilo ? o mais arcaico dos três grandes poetas gregos e o criador da tragédia em sua forma completa ?, que trata da maldição dos filhos dos Atridas, descendentes de Pêlops, era tido como um dos temas preferidos do público e dos poetas helenos. As notas e a introdução do tradutor fornecem alguns argumentos e antecedentes de cada peça, dando ao leitor um embasamento necessário para leitura do volume.

?Agamêmnon? é a primeira peça da trilogia e baseia-se no episódio da lenda dos atridas (isto é, dos descendentes de Atreu, filho de Pêlops, o herói epônimo do Peloponeso, que herdou uma maldição de seu pai, junto de seu irmão, Tiestes, que disputavam o trono de Micenas). Na volta vitoriosa do herói ? que era comandante de Argos e de toda a coalizão grega contra a cidade de Troia (narrada por Homero, na Ilíada) ?, após ter vingado a honra de seu irmão Menelau, rei de Micenas e marido de Helena ? que havia fugido com Páris ?, a esposa de Agamêmnon, Clitemnestra (e por sinal irmã de Helena), por sua vez, também o trai, arquitetando um plano o assassinato do marido com o amante Egisto ? filho de Tiestes e primo de Agamêmnon.

Nas ?Coéforas?, Orestes e Electra, filhos de Agamêmnon, vingam sua morte, matando a mãe e seu amante. Cometido o matricídio, a ira de Clitemnestra é materializada nas Fúrias (as Eríneas que atormentavam os assassinos do próprio sangue). Vistas somente por Orestes, são as responsáveis por sua loucura nas ?Eumênides?. Nesta última peça, Orestes é julgado pelo seu crime pela Deusa Atenas que proclama que o tribunal ? o primeiro a julgar um crime de homicídio ? fica instituído para sempre.

Esquilo transmite genialidade na imensidão da tradição grega através desta trilogia, que se inicia de modo mais sombrio e perturbador, até um modo mais brando, solene, mas sobretudo triunfal na prevalência da justiça e da compaixão. O poeta havia participado da batalha greco-persas de Maratona e Salamina, voltando de lá com uma conjectura da democracia ateniense um pouco diferente (o que se reflete em um texto cheio de jogos de palavras, bem como conflito entre o novo e o antigo).

Goethe, em uma carta ao filosofo Humboldt (fundador da Universidade de Berlim), diz que Agamêmnon é a ?obra-prima das obras-primas?. Contemporâneo de Ésquilo, e, de certa forma, seu aprendiz, outro grande poeta clássico, Sófocles, dizia que seu antecessor ?compunha boa poesia, mas inconscientemente?, tinha um fundo de pura inspiração e forma de pura reflexão. Não tiro a razão de Sófocles: Ésquilo compõe versos em geral cuidadosíssimos e de uma perspicácia tremenda. Ele usa, diversas vezes, jogos de palavras e recursos de duplo sentido, e preserva a importância, também, tanto das palavras quanto do silêncio (as oposições são bastante frequentes por aqui).

Os rudimentos da lenda dos Atridas já eram conhecidas por Homero, do quem Ésquilo rebaixou sua própria obra, que considerava, ?meras migalhas do banquete homérico?. Esquilo também dava grande importância ao coro (de modo que l título das últimas duas peças advém do coro: Coéforas, onde o coro é composto por escravas; e Eumênides, onde são as Fúrias, que posteriormente se tornam as Eumênides, as benévolas).

Como já antecipado, Ésquilo escreve em um momento de um processo transitório, de reformas. Aqui, portanto, tomam presença as oposições: as trevas e Sol, o conflito dos deuses antigos com os novos ? no que confere a representação de uma mudança nas noções de justiça, além de alterações nas estruturas de poder (da antiga justiça como vingança da ?lei de talião?, o ?olho por olho, dente por dente?, ao triunfo de uma civilização mais justa e democrática).

É também uma investigação da natureza psicológica do homem, o remorso representado pela Eríneas, ? que reivindicam a ordem da estrutura de uma realidade mais antiga que os deuses. A intervenção de Atena sinaliza a criação de uma realidade mais humana e subjetiva. A absolvição de Orestes simboliza a redenção na tradição de crimes cometidos pela família dos atridas (que romperam com a regra da ?hybris?, de equilíbrio). As Fúrias agora se tornam redentoras, as Eumênides, protetoras da ?pólis? (da cidade), da organização social, recebendo libações por terem se transmutado para um novo senso de justiça. A dimensão psicológica, jurídica e política tornam esta uma obra maravilhosa, que se conclui na peça triunfal da Eumênides e culmina no tal ?voto de Minerva? (decisivo para a absolvição de Orestes), o que demonstra, desta forma, a prevalência da sabedoria.
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Dani 10/07/2023

Excelente tradução
Uma edição muito boa lançada pela zahar com uma tradição simples que ajuda muito a entender, principalmente levando em consideração que a linguagem é complicada e pela extensão dos coros é fácil se perder.
A história é excelente, um dos maiores mitos da mitologia grega.
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Thalia58 27/04/2023

Os gregos sabem como escrever uma tragédia
O livro me surpreendeu, gostei bem mais do que achei que fosse gostar. Foi um pouco difícil no começo para pegar o ritmo - visto que é uma linguagem antiga e faz bastante tempo que não leio nada da antiguidade, mas depois fica mais fluido. E é um livro curto, então dá pra ler em pouco tempo.

Se você quer ter toda a surpresa da história não leia a introdução, deixa pra ler no final. A introdução mostra o contexto e a mitologia, mas praticamente faz um resumão do livro. Por um lado, me ajudou a entender principalmente no começo, depois fiquei com vontade de não ter lido pra ter o impacto das descobertas.

Essa é uma história dramática de ódio e vingança em que todos os personagens se acham na razão por ter cometido seus atos.

Minha personagem sem dúvida é a Clitemnestra, consegui entender suas motivação e ela é uma mulher bem sagaz e poderosa. Agamenon por outro lado só me deixou irritada, porque ele também fez coisas erradas, mas que foram justificadas por ser um homem, herói de guerra (na minha opinião). Também acho que Orestes deveria ter sido punido assim como outros personagens da trama.

Fiquei irritada em várias passagens em que os homens subestimaram as mulheres com várias falas machistas e tal, mas compreendo que era a mentalidade das pessoas naquela época. (Apesar de muitas pessoas ainda pensarem assim).

Achei algumas das falas um pouco arrastadas e repetitivas, mas acredito que foi um recurso do autor pra dar mais dramaticidade a obra.

Se você quer ler uma boa tragédia ou gosta de mitologia grega recomendo muito esse livro. Recomendo o uso de um dicionário, ajuda demais.
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Lucas1429 21/04/2024

Bela sequência que nos ensina a origem do julgamento humano.
A primeira história é a tragédia em que Clitemnestra vinga-se de Agamemnon por ter sacrificado sua filha, em virtude da ordem dos deuses.

A segunda história, Orestes, filho de Clitemnestra e Agamemnon, vinga-se da morte de seu pai, por ordem de Apolo, matando sua mãe.

Na terceria história, as Fúrias saem do mais fundo do inferno (tártaro) onde habitam para perseguir Orestes, posto que seu crime de matar alguém do mesmo sangue é grande e as Fúrias são as encarregadas do inferno de punir tal crime, fazendo a ele perseguição implacável.

Orestes apela a proteção de Apolo que o orienta a buscar Atena (Minerva), deusa da sabedoria, para que lhe dê um julgamento humano. E é assim que seis jurados empatam os votos e surge o famoso Voto de Minerva, a favor de Orestes. Não satisfeitas, as Fúrias, deusas antigas e com a prerrogativa delas ofendidas, resolvem por amaldiçoar a terra de Atenas a partir de então. Mas Atena persuade-as de não fazer isso prometendo a elas um culto permanente em sua terra, e elas assim aceitam, convertendo-se em deusas bondosas (eumênides), e não mais em furiosas.

Entre outras coisas geniais, a história trata do sentimento de justiça que temos quase como um instinto primitivo de retribuição exata: a morte paga-se com a morte. Uma justiça completamente proporcional, também conhecida de Lei de Talião.

Ela vem desde as camadas mais profundas (Tártaro) do ser mas precisa ser elevado ao ponto mais alto para um julgamento adequado - no caso da história, o Areópago, que é a montanha mais alta de Atenas, onde ocorreu o julgamento.

Elevando-se assim este sentimento de desejo de punição, é possível um julgamento mais justo.

Na mitologia grega, ainda, Têmis é a deusa dessa justiça retributiva, a justiça divina. Ela tem uma filha chamada Diké, a justiça humana: que exige a ponderação das partes para um conhecimento adequado do caso até proferir um juízo adequado.

É essa a justiça ocorrida nessa Tragédia, que conta mitologicamente a primeira aplicação da justiça humana. E revela-nos que somente a partir desse modelo de justiça humana é que é possível converter as fúrias da sociedade e satisfazer com adequações esse sentimento de injustiça primordial que cada um tem. Do contrário, a aplicação da justiça divina, isto é, a retribuição completa, significaria uma injustiça que se perpetua, como dizem os romanos: summa jus, summa injuria, a completa justiça é a completa injustiça, posto que o seu exercício deve ser presidido pela sabedoria (Palas Atena), cuja ponderação saberá dar aquilo que é devido a um caso concreto, do contrário, o que veríamos é uma sequência infindável de pessoas vingando-se pela morte de outros, como ocorreu nas duas primeiras histórias.
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Wilson 22/10/2023

Mais 3 tragédias gregas sensacionais
Simplesmente três tragédias gregas sensacionais. Tradução excelente, de compreensão acessível. Cumpre destacar que as tragédias gregas são uma das bases da literatura ocidental.
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Kenny 27/06/2020

Uma obra prima do teatro. Uma trilogia em que me faltam palavras para descrever sua beleza. É interessante que, mesmo sabendo de toda a história de Agamenon e Orestes, Ésquilo consegue te fazer sentir tenso e até mesmo com esperança de que as coisas possam melhorar.

Personagens também muito interessantes. o fardo que os protagonistas tem de aguentar causam uma empatia difícil de ser conquistada e até mesmo a clitemnestra pode te causar um turbilhão de emoções diferentes.
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@entre.as.paginas 14/10/2021

Nunca tinha lido tragédias gregas e confesso que me agradou muito! A história é muito interessante e a leituea flui muito bem! Amo indicações boas ?
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