Guilherme Ramos 02/10/2020
Viva o novo, PERMITA-SE !!!
Se abrindo pra vida é daqueles livros que você já sabe como vai terminar, ainda assim ele me atraiu muito para a leitura, o que me fez confiar ainda mais na intuição, pois valeu todo tempo e cada página que levei lendo essa estória.
Jacira, a personagem principal é por assim dizer uma solteirona de 38 anos, que anda profundamente desgostosa com sua vida e o ritmo que ela tem tomado. Além de solitária, ela vive em função dos pais, que já na terceira idade se entregaram ao comodismo e a estafa da rotina do dia-a-dia, acomodados por ter uma filha que mais parece uma empregada do lar. Jacira além de trabalhar em uma oficina que lhe paga muito mal, após o expediente de todos os dias que lhe toma quase toda a energia, ao chegar em casa ainda tem que providenciar a janta e arrumar a casa, pois seus pais em nada colaboram a não ser com a pequena mixaria que recebem de aposentadoria.
Incomodada com sua situação, Jacira quase se entrega para a revolta e o desânimo, ela não tem ninguém para motivar-lhe ou simplesmente lhe dar uma mão, não tem sequer uma amiga, um amigo para emprestar-lhe os ombros para chorar de vez enquanto. Seus irmãos, todos já tomaram rumo na vida, somente ela vive presa àquela vida pacata, monótona e cansativa.
Seu incômodo, faz com que Jacira atraia o universo a seu favor, pois seu desejo de mudança é tão forte e potente que acaba atraindo para sua vida, uma amizade que começou no trabalho quando a própria Jacira começou a mudar, atraindo olhares das pessoas ao redor, sua primeira mudança foi no seu estilo de se vestir, o que atraiu Margarida, uma exímia costureira e ótima modista, que havia deixado de lado a profissão por não ter sabido gerir seu negócio e suas finanças, gestão essa que Jacira aprendeu desde cedo em decorrência dos seu pais abusivos.
Findam as duas amigas a parceria de um novo negócio no ramo da moda para progredirem na vida e ter prazer de trabalhar com o que gostam e assim elas começam rumo à prosperidade, até começar a surgir novos parceiros nessa caminhada.
Jacira se abriu para a vida, é uma mulher quase livre de tudo o que a incomodava antes, quebrou alguns padrões que lhe foram impostos e crenças limitantes que não a levavam a lugar algum, mas, ainda deseja ajudar seus pais a melhorarem de vida, a começar pelo mental, mudança de pensamentos e crenças, principalmente sua mãe, Dona Geni, que como diz Marina, a mentora espiritual de Jacira, em um sonho: Um espírito atrasado. Embora ela não seja ruim, Geni tem um temperamento difícil, é amarga, reclamona, preguiçosa e vitimista. Sabe aquela pessoa baixo astral que você pode tá no seu melhor dia, na sua melhor roupa e aparência que ela com aquela nuvenzinha cinza em cima da cabecinha vai arrumar um jeitinho de te criticar? Pois então, essa pessoa é Dona Geni, quando não é isso, é uma queixa – uma dor, um problema e etc. Um verdadeiro fardo!
Será que Jacira vai consegui ajudar a sua mãe a ver o mundo mais colorido? Quais foram as razões dela se tornar tão amargurada, pessimista e antipática? E o amor, acontecerá ou não na vida de Jacira?
O livro vai abordar bastante sobre como as queixas, a preguiça, as reclamações e as críticas em excesso só leva as pessoas para o abismo da solidão e da tristeza, da pobreza em todos os seus sentidos, como atraem doenças psíquicas e espirituais, fazendo com que se tornem pessoas carregadas, verdadeiros fardos para outros, mas, principalmente para si mesmas. Além de temas como autopercepção, autossabotagem e autoamor e etc.
Embora um final previsível, é um livro mito rico em conteúdo e muito espirituoso e embora Jacira seja a personagem mais presente e mais forte, pois fez dos seus medos a coragem pra ser vencedora, eu percebi que Se abrindo para a vida não se trata somente dela e sim de todos os personagens, ela conseguiu se abrir sozinha, mesmo após os 38, mas, muita gente ainda leva muito tempo para se abrir e algumas precisam de uma mãozinha ou um empurrãozinho, mas, sempre é momento de mudar e de melhorar, independente da sua idade e da sua condição, é um romance muito bonito e certamente inspirador, recomendo muito a leitura!